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2019
GP DA ESPANHA 📍

A luz fraca da sala iluminava Aveline. Ela mexeu os ombros, sentindo a leve dor do cansaço. Tinha passado o dia todo sentada, organizando campanhas, analisando propostas, e fazendo mais mil e uma coisas. Jurava que podia sentir sua bunda quadrada e quase acreditava que ia desenvolver escoliose de tanto tempo curvada naquela cadeira.

O celular em cima da mesa vibrou, uma única mensagem. Quando Aveline viu o nome na barra de notificações, não conseguiu segurar o sorriso e respondeu na mesma hora.

Seb💗

"Vai ficar no escritório até tarde? Ou está livre para um café?"

Ela mordeu o lábio, sorrindo. Desde que se conheceram ano passado, Aveline e Sebastian desenvolveram uma amizade única e natural, mesmo com os nove anos de diferença entre eles. Sentiam-se livres para conversar sobre qualquer coisa, como se o caos das corridas e a loucura da F1 desaparecessem quando sentavam juntos para uma simples conversa e uma pausa para o café.

"Estou no escritório, mas topo um café."

"Ok, estou te esperando 😊"

Guardando o celular no bolso, Aveline saiu do escritório e caminhou rapidamente até a pequena lanchonete no paddock, onde costumavam se encontrar. Assim que entrou, avistou Sebastian sentado, com dois copos de café de plástico sobre a mesa.

— Oi — ela cumprimentou, sentando-se em frente a ele, que sorriu gentilmente.

— Oi — respondeu ele, tomando um gole de seu café. — Dia longo?

— Sempre — ela riu, dando um gole no seu próprio café. — E o seu dia?

— Longo — ele suspirou. — Muitas entrevistas, muitos treinos.....mas eu gosto.

Ela riu, sabendo que ele provavelmente só gostava dos treinos e das gracinhas que fazia nas entrevistas — pelo menos quando não o irritavam.

Mas Aveline percebia que Sebastian andava cabisbaixo ultimamente. Sabia que não era pelas corridas, já que ele começara até que bem a temporada. Ele estava assim desde o final da temporada passada, após o divórcio. Aquilo ainda o deixava triste, e Aveline percebia.

— Como estão as coisas... com sua família? — ela perguntou. A intimidade entre eles era suficiente para que ela fizesse essa pergunta. Na época do divórcio, eles sentaram-se naquela mesma mesa, e ela ficou ali para consolá-lo. Estava disposta a fazer isso de novo; ele não precisava enfrentar aquilo sozinho.

Sebastian hesitou, olhando para o copo antes de suspirar e levantar o olhar para Aveline.

— É... diferente. Difícil, às vezes, quase sempre. Sinto falta das crianças, e é estranho não tê-las por perto. Mas foi para o melhor. As coisas já não estavam dando certo há muito tempo; foi a decisão certa.

Houve um silêncio. Aveline não sabia exatamente o que dizer. Queria segurar a mão dele e garantir que tudo ficaria bem, mas não queria ultrapassar uma linha que ela sabia existir, ou talvez imaginava.

— Bem... — disse suavemente — Tenho certeza de que as coisas vão melhorar, Seb. E suas filhas... elas têm sorte de ter você como pai.

Ele sorriu para ela, grato.

— Obrigado, Ave — ele respondeu e tomou mais um gole do café. — Você até que é bem sábia para uma adolescente.

Aveline abriu a boca, fingindo indignação, e os dois riram.

AMOUR || Sebastian Vettel Onde histórias criam vida. Descubra agora