Na manhã seguinte, Frida encontrou Júpiter na cozinha, o rosto ainda marcado pela exaustão da noite anterior. Ele estava decidido a voltar ao galpão abandonado, mas Frida, preocupada, se aproximou e colocou uma mão firme em seu ombro.
— Júpiter, você precisa pensar bem antes de ir lá sozinho novamente — ela disse, a voz firme mas suave. — Ernesto é imprevisível e, se realmente está com Vênus, ele pode se tornar perigoso. Nós precisamos de um plano, algo seguro para todos.
Júpiter balançou a cabeça, mas seu olhar mostrava determinação.
— Eu não posso esperar mais, tia. Vênus está lá, sozinha e apavorada. Ela precisa de ajuda... e eu prometi a ela que nunca a deixaria.
Frida suspirou, sentindo o peso do desespero de Júpiter. Ela sabia que ele não desistiria, mas também não podia permitir que ele se colocasse em perigo.
Enquanto isso, no galpão, Ernesto andava de um lado para o outro, inquieto. A descoberta do esconderijo por Júpiter havia colocado seu plano em risco, e ele sabia que não podia manter Vênus naquele local por muito mais tempo. Mas ele também estava sem alternativas; não havia outro lugar para onde pudesse levá-la sem levantar suspeitas.
Vênus, sentada no chão e com as mãos atadas, observava cada movimento dele, silenciosa. Ela percebeu que Ernesto estava cada vez mais nervoso, e isso acendeu uma centelha de esperança. Talvez, com o nervosismo dele, uma oportunidade de fuga surgisse.
Enquanto isso, na escola, Andromeda e Júlia sentiam a ausência de Vênus como um peso insuportável. Elas andavam de um lado para o outro pelo corredor, incapazes de se concentrar nas aulas, cada uma perdida em pensamentos sombrios sobre a amiga.
— E se nunca mais a encontrarmos? — perguntou Júlia, a voz embargada.
Andromeda tentou manter a calma, mas o medo era visível em seus olhos.
— Nós vamos encontrá-la, Júlia. Júpiter e as diretoras estão fazendo tudo o que podem. E nós estamos aqui para apoiar como pudermos.
As duas amigas decidiram que, se necessário, também fariam parte da busca. Para elas, Vênus não era apenas uma amiga, mas parte da família que haviam construído juntas.
Com a tensão e as preocupações aumentando, todos sabiam que o tempo estava se esgotando, e que o próximo movimento de Ernesto poderia mudar tudo.
Ernesto, com a mente dominada por pensamentos sombrios, começou a preparar o galpão para o caso de alguém — especialmente Júpiter ou as autoridades — tentar entrar. Ele espalhou obstáculos pela entrada e criou armadilhas improvisadas, esperando atrasar qualquer resgate. Ele estava decidido a manter Vênus sob seu controle, custasse o que custasse.
Enquanto isso, na escola, Renê ensaiava seu pedido de namoro para Júlia. O momento era complicado, mas ele queria que Júlia soubesse o quanto era importante para ele, e por isso decidiu que não esperaria mais. Nervoso, ele se aproximou de Júpiter durante o intervalo e puxou-o de lado.
— Júpiter... eu sei que esse não é o melhor momento, mas... eu queria pedir ajuda com algo — começou Renê, hesitante. — Estou pensando em pedir Júlia em namoro, e sei que isso é uma coisa pequena perto do que você está passando agora com a Vênus...
Júpiter, apesar de estar ansioso e preocupado com Vênus, forçou um sorriso e colocou a mão no ombro do amigo.
— Não se preocupe, Renê. Eu fico feliz em saber que vocês estão se apoiando, especialmente agora. E eu te ajudo, sim. Júlia merece alguém que realmente se importe com ela.
Renê sorriu, aliviado, e agradeceu a Júpiter pela compreensão e pelo apoio, prometendo que faria tudo para ser o melhor para Júlia.
Enquanto isso, Frida não perdeu tempo e voltou à delegacia. Quando foi chamada para ser atendida, relatou ao delegado o que ela e Júpiter haviam encontrado no dia anterior.
— Há um galpão abandonado fora da cidade — explicou Frida, mantendo a voz firme. — Suspeitamos que Ernesto esteja mantendo Vênus lá. Já ouvimos alguns sons suspeitos e até chamamos por ela, mas ele pode ter mudado o local desde então.
O delegado ouviu atentamente, anotando os detalhes. Ele garantiu a Frida que uma equipe seria enviada para investigar o local com o máximo de cautela.
Enquanto as autoridades se organizavam, Júpiter, Renê e os amigos de Vênus sabiam que algo decisivo estava prestes a acontecer. A esperança de todos era que, com o apoio das autoridades e a ajuda de Frida e Catarina, finalmente conseguiriam trazer Vênus de volta em segurança.
As autoridades, após ouvirem as informações de Frida, organizaram uma equipe de busca e começaram a se equipar. Com coletes à prova de balas, lanternas, e estratégias de abordagem planejadas, os policiais se preparavam para qualquer situação que pudessem encontrar. A tensão aumentava à medida que todos se mobilizavam para a operação. O resgate de Vênus se tornava a prioridade, e o grupo sabia que precisariam agir com cautela, pois Ernesto já tinha mostrado ser imprevisível e perigoso.
Enquanto isso, na escola, Renê tentava manter a calma antes de um momento importante para ele. Ele deixou tudo pronto e chamou Júlia para um canto mais tranquilo, o coração acelerado. Inspirando fundo, ele finalmente encontrou coragem e se declarou:
— Júlia, eu sei que estamos passando por um momento difícil, mas... você significa muito para mim. Eu queria que você soubesse disso e... — ele engoliu em seco, tentando manter a voz firme — e eu quero te pedir em namoro. Quero estar ao seu lado, em todos os momentos, bons ou ruins.
Júlia, surpresa e tocada, olhou para Renê, sem saber o que responder. Ela sorriu levemente, mas as palavras pareciam lhe escapar naquele instante.
Renê aguardou ansioso, mas o silêncio de Júlia manteve o suspense no ar, deixando a resposta para o próximo capítulo.
Enquanto isso, no ponto de encontro das autoridades, a equipe se preparava para partir rumo ao galpão abandonado, determinada a trazer Vênus de volta em segurança.
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AMOR FALSO
RomanceAos 17 anos, uma jovem se apaixona por um colega de escola, mas logo percebe que ele talvez não seja a pessoa certa para ela. Ao seu lado, ela conta com o apoio de três amigos: duas meninas e um menino, que sempre esteve por perto e nutre sentimento...