1. Presente

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"Amor, apareceu um anúncio pra mim aqui de umas lingeries" disse Carol.

Natália estava distraída arrumando sua máquina e separando alguns filmes que usaria no dia seguinte e falou sem olhar para sua esposa, "que legal amor, estou mesmo precisando comprar algumas, desde que saímos do Brasil que não comprei nada, também aqui no Canadá não consigo encontrar nada que seja muito do meu agrado".

Se ela estivesse prestando mais atenção em olhar para o rosto de Carol ao invés da sua câmera, veria as bochechas vermelhas e olhar baixo da fisioterapeuta enquanto dizia, "Ah não sei se essas são muito do seu gosto ou confortáveis, na verdade nem sei se são muito do meu gosto também, mas vou te encaminhar a página, depois você dá uma olhadinha..."

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A noite quando se preparava pra dormir, tirando seu robe preto e deitando na cama ao lado de sua esposa que já suspirava alto devendo estar no segundo sono, Natália lembrou da tal página que Carolina tinha falado.

Elas não eram muito de rede social, mas com a viagem e longe da família era uma forma de estar mais conectada e matar um pouco da saudade que sentia dos seus.

Assim que entrou na página os olhos de Natália saltaram vendo as lingeries sexys que tinham ali.
E que realmente não fazia o estilo de nenhuma das duas, mas depois de uma olhada em várias coisas Natália se sentia quente só de imaginar sua mulher vestida daquele jeito, aquelas meias, as rendas pretas, as cintas ligas...
Então num momento de euforia Natália fez uma compra ousada.

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No dia seguinte, Carol se preparava para ir almoçar na cantina da universidade quando escuta alguém batendo na porta do laboratório

"Senhora Soffredini?"

"Sim sou eu mesma", disse ao fitar um funcionário da recepção.

"Chegou uma encomenda do correio para senhora, pode assinar o recebimento aqui?!"

Carol assinou e pegou a caixa,  não conhecia o remetente, era um nome genérico de loja. Mas ela não se lembrava de ter comprado nada.

Aproveitou que estava sozinha no laboratório e sua ansiedade para saber o que era gritava e foi logo abrindo o embrulho.
Na tampa da caixa tinha um bilhete:

"Amor, fiquei pensando em você e não resistir em comprar algo para te presentear, o problema é que penso em você o tempo todo, então acho que vou à falência."

A cientista riu com o bilhetinho e a forma de falar direta e divertida que sua esposa tinha.

Quando abriu a caixa, levou um susto ao ver que eram peças da loja que tinha falado na noite anterior.

"A Natália é mesmo doida, eu mal falei pra ela e as peças já estão aqui, tenho mesmo a melhor esposa do mundo!"

Carol não pode ver tudo com calma como queria, já que estava em seu ambiente de trabalho, e que safada Natália era de ter enviado pra lá, certamente com a intenção de fazê-la passar o dia todo se contorcendo de tesão e tendo que disfarçar para não dar bandeira do tanto que queria comer sua mulher.

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O dia de Natália foi bem corrido, ela tinha prometido tirar umas fotos beneficentes para um projeto que descobriu assim que chegou naquele país.

Foi um grande alívio conseguir continuar fazendo o que mais amava, mesmo em solo estrangeiro. A grande verdade é que tudo ali a fazia querer capturar o momento e para sua sorte era verão e o tempo ameno deixava as coisas mais vivas chamando sua atenção para todo e qualquer detalhe.

Saltos em solo canadense Onde histórias criam vida. Descubra agora