Capítulo 1

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A noite se estendia sobre a cidade, envolta em um manto de sombras e mistério, enquanto eu deixava a calourada do curso de enfermagem. O riso e a música ainda ecoavam em minha mente, mas agora, à medida que me afastava do campus, a alegria da festa se dissipava, dando lugar a um leve desconforto. A escuridão me cercava, e uma estranha sensação de que algo não estava certo me acompanhava.

As luzes da faculdade brilhavam ao longe, mas a rua que eu costumava percorrer parecia solitária e ameaçadora. O frio da noite fazia com que meus braços se encolhessem, e cada passo se tornava mais hesitante. Havia um silêncio inquietante que se instalava, e eu não podia ignorar a sensação crescente de que estava sendo observada.

Quando virei a esquina, um carro escuro apareceu ao meu lado, suas luzes apagadas. Meu coração disparou, e, por um momento, hesitei. A porta do carro se abriu, e uma figura masculina emergiu da escuridão. Um frio percorreu minha espinha.

—Ei, você está perdida?— a voz dele soou grave, quase como um sussurro no vento. Era uma pergunta que deveria soar casual, mas havia uma tensão palpável no ar.

Eu estava paralisada, o medo se espalhando pelo meu corpo. —Não, estou só voltando para casa— respondi, tentando soar confiante, embora minha voz tremesse. O instinto me dizia para correr, mas uma parte de mim estava presa àquele momento, à sua presença intimidante.

Ele se aproximou rapidamente, e meu coração começou a acelerar ainda mais. —Você não pode ir embora assim— ele disse, e a maneira como suas palavras foram pronunciadas fez meu estômago se revirar.

—sinto muito por isso—Ele chegou o mais perto. Antes que eu pudesse reagir, ele me agarrou com força, puxando-me para dentro do carro. O mundo ao meu redor se tornou um borrão de movimento, e a porta se fechou com um estalo ensurdecedor, prendendo-me no escuro. A adrenalina disparou, e a realidade da situação começou a se instalar em mim. Eu estava presa, e a sensação de desespero crescia a cada segundo.

—Quem é você?!—minha voz saiu fraca, quase um sussurro, enquanto olhava para ele com os olhos arregalados, tentando entender a situação.

ele não respondeu, seu olhar intenso fixo em mim através do retrovisor, como se estivesse avaliando cada detalhe do meu ser. Havia uma obsessão em seu olhar que me deixava ainda mais assustada. Ele não era apenas um estranho; havia algo profundamente perturbador em sua presença.

—Por que você está fazendo isso?— perguntei, a voz tremendo de medo e confusão—O que você quer de mim?

—Você não entende—ele disse, a voz baixa e cheia de uma urgência que me deixou ainda mais inquieta—Você é especial para mim, Wiktoria. Eu não posso deixar você ir.

Senti meu coração disparar em um misto de pânico e incredulidade. Como assim eu era especial? O que ele queria de mim? A ideia de que ele estava obcecado por mim me deixava enjoada. Eu só queria voltar para casa, para a segurança do meu mundo, onde as coisas faziam sentido.

O carro acelerou em direção a um chalé isolado cercado por árvores densas. O medo tomava conta de mim, e o desejo de lutar contra essa situação se intensificava, mas eu me sentia tão frágil. Quando chegamos, ele estacionou e me olhou, a expressão em seu rosto era de possessão.

—Precisamos entrar—O homem disse, sua voz firme, e eu hesitei. Um instinto de sobrevivência me dizia para correr, mas as palavras dele cortaram meu desejo de liberdade.

Ele se aproximou, e a maneira como segurou meu braço era possessiva —Você não vai se arrepender disso, eu prometo, querida— ele disse, e havia uma ameaça sutil em seu tom que me fez estremecer.

Quando entrei no chalé, a decoração simples não era nada comparado ao terror que sentia. Havia algo inquietante no ar, como se a casa estivesse viva com a tensão entre nós. Ele trancou a porta, e o som do fecho ecoou na sala, como um lembrete de que eu estava presa.

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