Capítulo 2

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Capítulo 2

A luz da manhã filtrava-se pelo quarto, e eu fui despertada pela claridade suave que invadia o espaço

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A luz da manhã filtrava-se pelo quarto, e eu fui despertada pela claridade suave que invadia o espaço. Quando abri os olhos, uma onda de realidade caiu sobre mim como uma pedra. O quarto desconhecido, a janela trancada, a sensação sufocante de que eu não estava em um lugar seguro. Tudo isso me lembrava de que a noite passada não tinha sido um pesadelo, mas sim o começo de algo que eu ainda não compreendia.

Estava perdida em meus pensamentos quando ouvi passos firmes no corredor. Meu corpo ficou tenso, o coração acelerado. A porta se abriu, e ele entrou. O homem. O mesmo que me trouxe para cá, com olhos tão intensos e obscuros quanto a noite que ele usou para me levar.

Ele carregava uma bandeja com café, pão, e algumas frutas frescas. Ao me ver acordada, ele esboçou um leve sorriso, que, ao invés de me tranquilizar, só aumentou meu desconforto. Era como se ele tentasse se mostrar gentil, mas havia algo possessivo em cada um de seus gestos.

-Bom dia-ele disse, a voz grave e estranhamente calma. A maneira como falava parecia ensaiada, como se ele quisesse me convencer de que aquele era um momento comum, normal. Como se tudo o que aconteceu na noite passada fosse uma lembrança distante.

Eu apenas o encarei, sem saber o que responder. Minha garganta estava seca, e cada palavra parecia presa em algum lugar dentro de mim. Ele se aproximou lentamente, colocando a bandeja sobre a mesinha ao lado da cama e me observando de perto.

-Eu trouxe o café da manhã para você-ele disse, quase em um sussurro. -Você precisa comer.

-Eu... eu não estou com fome-murmurei, recuando um pouco na cama, instintivamente.

Ele franziu o cenho, como se minha resposta o desagradasse, mas logo suavizou a expressão, inclinando a cabeça como quem tenta compreender.
-Sei que isso tudo é confuso para você, mas você está segura aqui. Eu estou cuidando de você.

Aquelas palavras me atingiram como uma rajada de vento gelado. Ele achava que eu estava segura? Eu só queria sair dali, fugir de qualquer sensação de segurança que ele acreditava estar me oferecendo.

-Quem é você?-perguntei finalmente, minha voz um pouco mais firme.-Por que estou aqui?

Ele hesitou por um instante, como se escolhesse cuidadosamente o que diria.

-Eu sou... alguém que está disposto a fazer qualquer coisa para proteger você.

-Mas eu nem sei seu nome. Como você espera que eu confie em você?-Minha voz soou mais forte do que eu esperava. O medo se misturava com a indignação, e eu mal podia acreditar que ele realmente esperava que eu confiasse em alguém que me trouxe para cá contra minha vontade.

Ele me observou em silêncio por um momento, e eu pude ver o leve estremecimento nos cantos de seus lábios, quase um sorriso.

-O nome não importa agora-ele respondeu, desviando o olhar por um instante antes de voltar a me encarar.

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