Capítulo 3

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Armand não tinha intenção alguma de dar satisfação a seu primo, essa conversa o deixava insatisfeito e era tedioso.

‒ Preciso saber o que está fazendo na cidade?

‒ O mesmo que você!

‒ Não comece Armand, você só veio para me irritar, é isso que você gosta de fazer.

‒ Não posso sentir falta do meu primo?

‒ Não somos primos!

‒ Já vi que você nunca vai me perdoar.

‒ Eu deixei tudo para você naquela casa, então voltou por quê?

‒ Eu não gostava daquela casa e você sabe muito bem disso!

‒ Por que não saiu antes de mim? Seja qual for a sua vontade em ficar aqui, aconselho a voltar para a Inglaterra e viver sua vida, da maneira como quiser.

‒ Isso é uma ameaça? Eu estou adorando esse lugar, tem uma temperatura fria e estável, e aliás, o sangue das mulheres daqui é ótimo.

‒ Se você aprontar por aqui, eu não sei do que sou capaz de fazer.

Alec avançou e agarrou o pescoço de seu primo, mas Armand, com sua rapidez o derrubou no chão.

‒ Acha que pode comigo? Você é mais novo, e além disso, está ficando fraco por causa dessas dietas idiotas!

‒ Estou apenas há alguns dias sem me alimentar...

Alec disse, se levantando e tentando recompor suas energias.

‒ Agora vai se fazer de bonzinho e morrer por causa dela?

‒ Do que você está falando?

‒ Oras, acha que não sei o motivo que o trouxe a essa cidade? Aquela garota deve merecer muito, para você deixar de se alimentar e ficar fazendo dietas.

‒ Já disse, não quero que apronte por aqui! Não estamos na Inglaterra!

‒ Enquanto a isso, não se preocupe, não deixarei vestígios. Eu queria saber, por que aquela garota te interessa tanto? Será que você ainda está tão apaixonado? Não, eu creio que não... Deve ser algo bem maior...

Armand falava pegando uma bolsa de plástico cheia de sangue e colocou numa taça, bebeu insinuando-a para Alec.

‒ Eu acho que se fosse paixão ou amor, ou sei lá o quê, você não faria o que está fazendo, eu sei que tem alguma coisa a mais. E é isso que me atraiu até você, quero descobrir o que você está tramando nessa cidade, depois de tantos anos.

‒ Eu vim para Orleans, por que quero paz, sossego, não tenho nenhum outro motivo para estar na cidade.

‒ Você não me engana! Olha primo, se quer preservar sua reputação, não te ajuda nada ficar fazendo dietas, vejo que está muito fraco e se continuar assim, vai acabar morrendo, podemos nos ajudar e nos divertir muito aqui, ninguém vai descobrir nada.

‒ Só quero viver bem, e estou bem assim!

Armand começou a rir com ironia.

‒ Seja lá o que for Alec, irei descobrir o que você procura em Orleans. Katrine, é o seu motivo principal, por isso está na cidade, mas pense bem, ela também um dia pode descobrir o que você é de verdade.

Os dois escutaram um ruído na escada, um senhor com a aparência fraca e sombria vinha na direção deles.

‒ Com quem você está conversando, Alec?

O Despertar do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora