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Acordei sentindo um cheiro bom, uma pele macia por um momento pensou ser Chico mas logo lembrei da rasteira que levei dele no dia anterior. Aí me lembrei quem era. Ramiro.

Aproveitei pra acariciar aqueles peitões fortes, que sorte a minha achar uma alma boa em um momento tão complicado e que azar ele ser um gostoso.

Quando o vi de costas servindo uma mulher no restaurante, realmente achei que fosse meu namorado mas ele virou e percebi que não, não era, Chico já devia estar longe e este homem era bem mais bonito e aquela barba...a não ser que tenha feito mágica a barba daquele filho da mãe não poderia ter crescido tão rápido assim.

E olhando assim bem de pertinho até que gosto dela, é cheirosa, macia e eu gosto da ideia de fazer carinho nela e puxar em momentos mais quentes.

— Bom dia — ele sorriu por me pegar encarando — dormiu bem?

— No travesseiro dos deuses — sorri.

Ele riu e sem graça olhou pra baixo, onde nossos corpos estavam enganchados e meu membro completamente a mostra e relaxado, descansando em seu quadril.

— Gosta? — perguntei provocando.

Ele mordeu lábio inferior e se virou inteiramente de frente pra mim. Senti um tapa forte na bunda e gemi alto, era impressionante minha falta de vergonha na cara.

— Quando for rebolar em mim igual fez ontem — outro tapa, outro gritinho — por favor, não comece a chorar pelo ex no meu colo.

— Para de me oprimir — me virei pra pegar o celular ao lado da cama — vou te mostrar como vocês se parecem.

Ao ver a foto ele ficou surpreso também.

— Deve ser meu irmão — disse depois de um tempo reparando — quantos anos ele tem?

— Faz trinta no meio do ano.

— Então não é meu gêmeo, sou bem mais novo.

Ficamos mais um tempinho na cama até Ramiro se levantar e ir tomar um banho para ir ao trabalho. Eu iria junto já que precisava de arranjar um emprego o quanto antes pra conseguir voltar ao Brasil achar e matar o Francisco.

— Oi? — era Thiago batendo na porta do quarto — tem café na mesa, gatinho, vem tomar!

Depois de outro banho me sentei com o rapaz a mesa, Ramiro ainda se arrumava, o amigo disse que era normal ele ficar a vida toda se arrumando e se perfumando.

— Então...você e o Ramiro ontem? — levantou a sobrancelha curioso — não ouvi nada...

— Somos amigos, ele me emprestou um ombro, foi isso.

— Bom dia — a voz grave me fez pular na cadeira.

Me virei pra dar de cara com ele todo lindo num conjunto de linho, cachinhos molhados e um óculos de sol pendurado na gola da camisa.

As coisas que pensei em fazer com ele neste momento com certeza são dos piores pecados que me levariam direto  para o inferno.

— Acabei de falar com o Edo, um amigo, dono da pizzaria em frente o Limone — disse enquanto recheava um croissant com queijo — você pode fazer um teste hoje lá-inclusive você faz o que no Brasil?

— Eu cantava em bares, boates, as vezes ia de dj, as vezes me montava...

— DRAG? — Thiago perguntou alto demais e com a boca cheia.

— Sim, tem pouco tempo mas descobri que realmente gosto — mas depois de Chico já não sei mais se gosto tanto assim.

— Que legal — Ramiro disse com um sorriso lindo no rosto — e qual seu nome de drag?

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