Capítulo 2

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Eu anseio pelo dia em que poderei me rastejar sob sua pele e te destruir

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Eu anseio pelo dia em que poderei me rastejar sob sua pele e te destruir.

JIMIN

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Eu corri até meus pés doerem e o frio se tornar insuportável. Corri até conseguir identificar minha casa, um pouco mais afastada do centro, sem vizinhos, do jeito que eu sempre quis.

Pego a chave do meu bolso e, por mais que eu não estivesse realmente com medo, abro a porta rapidamente e então entro, colando minhas costas na madeira escura e sentindo meu corpo se abaixar sozinho, aos poucos, indo de encontro ao chão até que eu esteja sentado.

Respiro fundo e sinto meu coração desacelerar. A adrenalina se misturou com a confusão e abraço minhas pernas até que meus joelhos se encontrem com meu peitoral, enquanto me pergunto como isso pode estar acontecendo.

Foram exatamente os mesmos acontecimentos descritos em meu pequeno conto; os sentimentos que afloraram em mim foram os mesmos dos quais eu citei nas páginas brancas. Coisas assim não podem acontecer, não é? Minha vida não é um conto de fadas e, consequentemente, o que eu escrevo não deveria se tornar real.

Tenho certeza de que nenhum outro escritor viveu ou está vivendo a mesma situação que eu, e isso, no fundo, me desespera, porque me pergunto se isso termina no exato momento em que eu apagar o arquivo e fingir que ele nunca existiu. No fim, eu não quero isso.

Por outro lado, acho que o dia de hoje chegou ao fim, e com ele, os acontecimentos estranhos, já que não escrevi uma continuação. Tudo termina no exato momento em que eu corro. Não cito estar em casa ou qualquer outro tipo de perseguição.

Jeon Jungkook não deve mais existir e então eu estou seguro, por mais que eu soubesse que ele não me machucaria. Criei um justiceiro, alguém obcecado, mas alguém que tinha um coração e gostava de andar em sua bicicleta no pomar quando criança. Alguém que gostava de desenhar as coisas que chamavam sua atenção.

Me levanto lentamente, tranco minha porta, encaro minhas janelas fechadas e então avanço pela casa. A orquídea em meu vaso parecia ainda mais bonita do que estava pela manhã e não me controlei em ir até ela e acariciá-la, sentindo a pétala macia na ponta dos meus dedos.

Sorrio de forma leve, por mais que eu me lembre que ela foi dada de presente por um perseguidor. A solto e então respiro fundo antes de caminhar até meu quarto, paralisando assim que passo pela porta branca. Não consigo identificar se meu corpo treme pelo frio ou pela sensação de que eu estava sendo observado.

Uma sombra negra pairava sobre as cortinas claras em frente à minha janela. Formava a figura de um homem e eu sabia quem era.

Como isso é possível? Já é louco pensar que histórias não criam vida, mas, de alguma forma, essa criou. E, para piorar, não me lembro de ter escrito que Jeon aparecia em minha janela.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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