Corazones Invencibles

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Ainda estou em choque. Não acredito que ele esteja à beira da morte. Benjamim Almonte. O homem que me maltratou a vida inteira, me tratou como um lixo está sendo cobrado pelos seus pecados da pior maneira possível. Com a morte.

Me surpreendo que não seja eu quem está indo acabar com a vida do velho e sim a própria natureza. Mas com certeza eu teria motivos para fazer isso com minhas próprias mãos. Quem será que irá tomar o lugar daquele imundo na fazenda ?

- ALESSANDRO!

- o que houve juventino ?

- ele está te chamando.

Largo imediatamente o que estava fazendo e vou ao encontro do patrão.

Capital de Água Azul , 12:30

- Sebastião, que bom te vê-lo !
Quando chegou de Londres ?

- Hoje bem cedinho. Como está almirante ?

- Vou bem , porém um pouco surpreso em te ver , nós o esperávamos daqui duas semanas. - Sebastião solta uma leve risada descontraída para o Almirante

- é que eu terminei o meu mestrado antes do tempo e resolvi voltar à Água Azul mais rápido possível .

- Tenho certeza que os seus pais estão muito orgulhosos de você assim como eu e minha filha , Montserrat.

- a propósito, onde ela está ? Eu estou louco para ver ela !

- eu imagino, até porque já se passaram três anos né ? - disse o almirante soltando uma risada - minha filha acabou de sair, mas logo chega se quiser esperar.

- eu prefiro ir procurar ela. Estou morrendo de saudades!
Aproveitando que estou aqui almirante , gostaria de te convidar para a festa que eu e minha família estamos organizando para comemorar a minha volta e bom, anunciar o meu casamento com a Montserrat. - Benjamim sorri gentilmente para o futuro sogro

- Ah claro , é evidente que eu e minha família iremos.

- bom , eu vou indo para ver se a encontro. Até mais Almirante.

- até.

Fazenda Almonte , 13:00

- pa... Padre Ancelmo... Eu preciso ver - lo - o velho mal consegue formar uma frase inteira por conta das dores e a falta de voz que estão mais fortes do que nunca

- ele não vai demorar patrão , agora mesmo mandamos o busca-lo - digo em tom sério e formal , por mais que ele esteja quase morrendo ainda me passa muito medo e devo respeita - lo por ser o dono disso aqui tudo .

- preciso que... ele venha logo...

- por que não deixa que alguém da casa te atenda ? Precisa que alguém fique com o senhor o dia inteiro.

- não... Eu só confio em você, Alessandro. Se eu fosse depender desses miseráveis da fazenda eu... Já estaria morto e eles roubando tudo que pudessem para não irem embora com as mãos vazias ...

- não diga isso , se alguém quisesse rouba - lo já teria feito isso a muito tempo não acha ?

O patrão fica em silêncio e após alguns segundos fala :

- eu soube pelo padre Anselmo que você conseguiu terminar seus estudos na universidade.

- é isso aí patrão , eu levei alguns anos mas ... Enfim consegui meu diploma. - me sinto feliz compartilhando isso com alguém, finalmente sou um homem estudado e útil para alguma coisa.

- eu ... Tenho certeza que se seus pais estivessem vivos eles estariam com orgulho de você - por algum motivo ele deixa de  me encarar falando essa última frase.