Noltalgia do Ser que Fui

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Sinto saudades de quem eu fui,
De um eu que nunca existiu, talvez,
Apenas uma ideia distante,
Um retrato gasto pelo tempo.

Lembro-me vagamente daquele sorriso,
Das esperanças puras,
De uma infância que é como névoa,
Que parece próxima, mas se desfaz ao tocar.

Quantas versões de mim ficaram pelo caminho,
Deixadas como roupas antigas,
Desbotadas pelo sol de dias que não voltam?
E quantos sonhos morreram antes de nascer?

Sou um acúmulo de ausências,
Um livro de páginas arrancadas,
Onde o passado se mistura ao desejo
Do que poderia ter sido, mas não foi.

E quanto mais busco me encontrar,
Mais me perco na nostalgia,
Como um rio que nunca vê o mar,
Mas segue, sem fim, rumo ao desconhecido.

Café da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora