Prólogo

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Hoje poderia ser mais um dia como os outros,mais um dia que a mamãe faz panquecas pra mim e pro matteo e que o nosso pai rouba um pedacinho de panqueca dos nossos pratos,minha mãe concerteza iria brigar com ele,e ele ia encher ela de beijos e carinhos.

Mais não, hoje tá sendo o pior dia da minha vida,onde vejo meu pai trancando em seu quarto,e se me perguntar onde está meu irmão,eu não sei o que responder,talvez ele esteja em seu mundo de fantasia pra não ver o que está acontecendo na realidade.

Sou apenas um garoto de 12 anos tentando entender o que está acontecendo,sem saber o quê sentir,lágrimas acho que eu não tenho mais porque durante o processo de câncer da minha mãe eu chorei todas as noites,acho que no fundo eu precisaria chorar todas as noites pra quando chegar essa hora ter força para consolar meu pai e irmão,engraçado uma criança consolando um adulto e um bebê de 4 aninhos,pois acho meu irmão um bebê ainda,onde não entende o que está acontecendo.

Estou em meu quarto sentado em uma poltrona em frente a janela,olhando a lua indo embora e o sol aparecendo, desde que o médico falou sobre minha mãe não resistir mais o tratamento e acabando falecendo,meu pai não falo mais nada,porque a dor em seus olhos já dizia tudo.
Meus pais sempre foram unidos,pra eles foi amor a primeira vista,desde então eu cresci vendo o amor deles e quando eu crescesse iria procurar um amor assim pra mim,mais agora vendo o quanto meu pai tá sofrendo pela perda,acho melhor nunca ter sentimentos profundo por uma pessoa,porque um dia eles se vão e vai ficar a dor,então pra não sentir a dor que hoje perfura meu coração é melhor manter distância.

Hoje eu não só perdi minha mãe mais também perdi minha melhor amiga,onde eu conversava tudo com ela,onde eu me abria pra falar do meu dia,dos meus sentimentos, mais agora como vou conversa sem ela aqui.

Me levanto da poltrona e vou descendo as escadas paro no meio dela onde eu vejo as pessoas organizando a sala com flores,cartazes com lindas mensagens, pessoas chegando, nunca vi tanta gente de preto como hoje. Sinto uma mão em meu ombro quando levanto minha cabeça encontro meu pai.

Francesco: Agora vai ser só nós três - Ele fala com a voz rouca,vejo uma lágrima descendo, eu o olho e falo.

Lorenzo: Vamos dar orgulho a ela e mostrar pra ela que ela fez um bom trabalho - falo em tom baixo.

Francesco: Coloca tudo que você estiver sentindo pra fora,não reprime sentimentos nenhum, sei que é forte,que não quer mostrar pra as pessoas o seu sofrimento - não deixo ele terminar de falar, eu falo na frente.

Lorenzo: Não posso mostrar  - saio terminando de descer as escadas em buscar de matteo.

Quando eu olho pra trás vejo meu pai indo em direção aos seus conhecidos,viro meu rosto e saio da sala indo procurar matteo,ando em direção ao jardim da casa onde minha mãe ficava praticamente a tarde toda e vejo matteo sentado no banco,vou andando devagar e chegando lá me sento em seu lado.

Matteo: irmão eu não vou mais poder ver a mamãe mais não é - Ele fala olhando pra suas mãozinhas.

Lorenzo: Não, mais vamos ter ela sempre aqui - coloco minha mão em seu peito esquerdo - Ela vai estar sempre aí.

Matteo: Porque o papai do céu levou ela,ela nem terminou de criar agente - Ri um pouco do seu jeito e respondo.

Lorenzo: Eu não sei porque ele levou ela,mais sei que talvez ele gosta de fazer as outras pessoas sofrer - Falo com raiva,pego em sua mão e fomos para sala,participa do velório.

Durante o velório,vi pessoas chorando, falando lindas palavras,levando flores,vi meu pai chorando, ver sua dor é horrível, ver que ele perdeu seu grande amor,isso poderia ser proibido,esse sentimento que se chama amor,passar alguns anos amando uma pessoa pra depois perde,não sei como vai ser daqui pra frente.

Depois que enterramos nossa mãe, voltamos pra casa,nunca senti tanto frio como hoje,como agora,coloquei o matteo pra dormir,agora estou aqui sentando no meio da sala onde o caixão da minha mãe passou o dia,vi a casa se tornando cinza,onde eu via tudo colorido eu só via uma cor CINZA.
Tudo se tornou,no momento em que vi o cara jogando terra em um buraco onde minha mãe tava,ali se tornou cinza,não vejo mais cores e essa casa está tão fria.

Lorenzo: Nenhum amor é pra ser vivido,eu nunca vou amar mãe, eu não quero passar pelo o que papai tá passando.

Um Pôr Do Sol A DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora