Kim Namjoon, 9 anos.Taehyung e eu nos sentamos à mesa de jantar, nossos olhos treinados na
porta, esperando por mamãe. A campainha do jantar já tinha tocado há
muito tempo.
Nossa babá, Yoo-ra, estava encostada na parede, olhando para o relógio da lava-louças e depois se voltando para nós.O Pai raramente comia conosco, mas mamãe sempre vinha pelo menos pro jantar, mesmo quando ela mal conseguia ficar em pé. Ela estava sempre pronta, caso o pai decidisse aparecer.
Onde ela estava?
Ela estava doente?
Ontem ela estava meio branca, exceto pelas manchas azuis e amarelas
em seu rosto e braços onde o pai a disciplinara, ela costumava fazer
coisas erradas, era difícil não errar com o pai.Uma coisa que estava bem ontem, poderia estar errada hoje.
Taehyung e eu muitas vezes nos
confundíamos e éramos punidos também.
Taehyung pegou sua faca e enfiou na tigela com purê de batata que tinha
parado de esquentar, antes de colocar a lâmina coberta de mostarda em
sua boca.Yoo-ra estalou a língua.
- Um dia você vai se cortar.
Taehyung empurrou a faca de volta para o purê e lambeu-a novamente, seu queixo se sobressaindo teimosamente.
- Eu não vou.
Empurrei minha cadeira para trás e me levantei. Não era permitido levantar antes do jantar ser servido, mas meu pai não estava em casa, então eu era o dono da casa porque Tae era dois anos mais novo que eu.
Andei em volta da mesa e Yoo-ra deu um passo em minha direção:
- Namjoon, você não deveria...
Ela parou quando olhou para o meu rosto.
Eu parecia com o pai. É por isso que ela tinha mais medo de mim do
que Taehyung.Isso e porque eu seria o Capo, logo, eu seria o único a punir todos por fazerem coisas erradas.Ela não me seguiu quando eu atravessei o saguão e subi as escadas.
- Mãe? O jantar está pronto.
Sem resposta.
Eu pisei no patamar, então me aproximei do quarto daminha mãe, a porta estava entreaberta, a última vez que isso aconteceu,eu a encontrei chorando em sua cama, mas estava quieto por dentro.
Empurrei a porta aberta, engolindo em seco, estava quieto demais.
A luz saía do banheiro aberto e lá embaixo, ouvi a voz do pai que chegou em casa do trabalho e ele provavelmente estava zangado porque eu não estava sentado na mesa da sala de jantar.Eu deveria ter descido e me desculpado, mas meus pés me levaram para a fonte de luz.
Nossos banheiros eram de mármore branco de Carrara, mas, por algum motivo, um brilho rosa refletia no quarto.
Eu entrei no batente da porta e congelei.O chão estava coberto de sangue. Eu já o vira com frequência suficiente para reconhecê-lo, e seu cheiro (um toque de cobree algo doce), era ainda mais doce hoje, quando misturado ao perfume da
mamãe.Meus olhos seguiram o rio de sangue, depois a cachoeira seca de
vermelho manchando a banheira branca até um braço flácido. A carne
branca estava dividida, dando lugar ao vermelho escuro abaixo.
O braço pertencia à minha mãe. Tinha que ser ela, mesmo queparecesse um alienígena.
Mascarados e duros, seus olhos eram marronse sem brilho. Eles estavam me encarando, tristes e solitários.
Eu me movi alguns passos mais perto.- Mãe? - Outro passo. - Mãe?
Ela não reagiu. Ela estava morta. Morta.
Meus olhos registraram a faca no chão. Era uma das de Taehyung, uma faca preta Karambit. Ela não tinha suas próprias armas.
Ela se cortou. Era seu sangue. Olhei para os meus pés. Minhas meias estavam encharcadas com o líquido vermelho. Eu tropecei para longe e escorreguei caindo para trás gritando.
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Kim Namjoon, a crueldade corre em suas veias
FanfictionEsse história traz a origem de Kim Namjoon, Capo da Famíglia, desde sua infância até os dias atuais onde ele conhece sua esposa Kim Nabi.