*Ella*
Eu gostaria de poder dizer a vocês que não sabia quando esse ódio que meu pai sentia por mim começou, que não sabia o motivo dele viver bêbado e nunca olhar na minha cara, mas eu sei o porquê.
Eu sei e queria muito que ao invés desse ódio ele percebesse que eu estou mais quebrada que ele!_Meu nome é Ella, moro na Bahia, tenho 16 anos, eu sempre foi aquele tipo de garota que amava a vida, eu amava correr pelas ruas de Salvador, eu vivia no mar, sempre me
disseram que você tem uma casa e um lar, a minha casa é o mar, o meu lar eu ainda não encontrei e nem sei se acredito nisso ultimamente, mas acho que só eu sei como eu precisava de alguém aqui, alguém que me entendesse, que soubesse que a culpa não foi minha e que me mostraria esse tal amor.Eu não sei como aconteceu mas eu sei que nunca senti uma dor tão profunda como quando perdi minha mãe, essa ferida é algo que não se fecha tá ali, faz parte de mim, e meu pai depois do acidente vive dizendo que é minha culpa e que deveria ter sido eu não ela, meu pai nunca foi um pai amoroso, sempre se meteu com quem não deveria, sempre foi aquele tipo de homem agressivo e depois que ela se foi tudo piorou.
um dia depois do acidente
Sabe quando você sente aquela sensação de não saber onde está, exatamente essa que eu tô sentindo agora, eu só escuto um barulho de máquina e uma dor horrível no meu corpo. Abri meus olhos e me deparei com um quarto todo branco, e uma enfermeira do meu lado
"Ella querida, que bom que acordou, sou a enfermeira Anna, você se lembra o porquê de estar aqui?" ela tinha um sorriso gentil em seus lábios
"Não...não me lembro"respondi baixo porque sentia minha garganta seca como se não bebesse água a dias
"Oh querida, eu sinto muito, você acabou sofrendo um acidente com sua mãe, o carro de vocês capotou, infelizmente sua mãe faleceu na hora, mas a Bahiana Maria conseguiu te trazer para cá"
Minha mente trabalhava a mil, como assim acidente? Como assim minha mãe faleceu? Quem era Maria? Quanto tempo eu dormi, eram tanta perguntas mas a principal era
"Onde tá meu pai?"perguntei esperando que ele me dissesse se ele estava no hospital
"Não conseguimos contato com ele ainda Ella não achamos número nem nada, esperávamos você acordar e nos dizer"disse com uma pitada de pena em sua voz "mas fica tranquila dona Maria disse que te conhecia e fez sua ficha"
Não consegui responder, senti minha garganta rasgar, eu não tinha forças para chorar, precisava de água
"Água, eu preciso de água, por favor "disse praticamente suplicando
"Mil perdões Ella, é claro buscarei e já volto" disse saindo do quarto
Assim que ela saiu senti como se o ar dos meus pulmões voltassem a funcionar, sentia meus olhos arde e uma dor profunda em meu coração, porém três batidas na porta me fizeram esquecer tudo isso, assim que olhei vi uma mulher que provavelmente era a Bahiana Maria
"Ella, sinto muito pela sua mãe, como você está se sentindo flor?"
havia algo em seus olhos, era um olhar de preocupação, importância,amor talvez, senti meus olhos lacrimejando e quando menos percebi já estava chorando e dona Maria me abraçava forte dizendo que tudo ficaria bem e que estaria ao meu lado. Foram minutos nessa situação até a enfermeira Anna entrar
"Desculpa atrapalhar, sua água Ella" disse enquanto me entregava um copo
Ali diante dos olhares preocupados de Anna e Maria eu percebi que minha vida tomaria um rumo diferente, e eu nem queria imaginar como meu pai iria reagir sobre.
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O acaso
FanfictionDepois da perda de Dora, Pedro Bala achou que nunca mais amaria alguém, mas e se em um dia professor e gato trouxessem uma nova menina, e Pedro bala conhecesse Ella uma menina que mesmo diante do sofrimento tem o coração mais puro e bondoso já visto...