capítulo 5- o começo

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Ella

já se fazia cinco dias que eu estava vivendo no trapiche com Pedro bala e os meninos, não era o melhor lugar do mundo mas tava muito melhor do que viver em casa com meu pai. Os meninos desde que eu tô aqui não fizeram nem um roubo, Pedro falava comigo apenas o básico mas vive me olhando com um olhar como se estivesse preocupado comigo ou queria que eu fosse embora da li. O lugar que eu mais ficava era a praia, Gato vive dizendo que sou filha de Iemanjá

Já se fazia um bom tempo que eu tava sentada olhando o mar, quando sinto um olhar queimar em minha costas

"Ei pirralha"- ouvi Pedro me chamar "tá parecendo doida aí olhando pro mar, faz 1hr que vc já tá aí Ella"

Apenas o olhei e sorri para ele sem saber o que dizer, enquanto o via sentar ao meu lado

"Vamos entra Ella, vai chover e eu não quero ninguém ranhento durante a noite não fia - o olhei no seus olhos e depois pro céu e realmente tava se fechando

"Eu já vou Pedro, só preciso de mais um tempinho" olhos de volta para o mar

"Você tá bem?, pode falar comigo se quiser, te deixei ficar mesmo que sou contra uma menina aqui novamente, mas pode falar comigo não mordo não a não ser que você peça"

"Como assim novamente?"-perguntei na esperança dele me contar, professor já havia me dito sobre Dora mas disse para não comentar com Pedro

"Esquece isso, vamos entrar agora" Pedro fechou a cara e simplesmente se levantou e estendeu a mão para mim levantar e o seguir

"Pedro..., eu sinto muito"- as palavras simplesmente saíram sem motivos

"Esquece isso Ella tô falando sério, vamos ou eu vou te deixar para fora essa noite"

Eu vi, vi em seu olhar mesmo fechado que possuía uma dor ali, uma dor que eu entendia muito bem, mas que enquanto Pedro não confiar em mim ele não vai falar, então apenas cedi e aceitei sua mão e me levantei

Depois de um tempo os meninos todos já haviam deitados prontos para dormi Ella por algum motivos não conseguia por conta da chuva forte, bom ela nunca foi a fã número um de chuvas

Eu sentia o ar faltando enquanto tentava dormi, a chuva me lembrava o dia do acidente da minha mãe, e enquanto as memória voltavam eu sentia o ar faltar cada vez mais, sentia meu coração batendo forte e uma vontade de chorar muito grande, me sentia molhe e sem forçar para levantar apenas me encolhi na parede, eu sabia que tava entrando em uma crise coisa que não tinha faz tempo. Enquanto chorava senti uma mão no meu ombro

"Pirralha... tá tudo bem" ouvi Pedro dizer tentando me confortar

"Foi minha culpa, foi minha culpa..." Eu sentia o ar faltando cada vez mais

"Ella ei, olha para mim, por favor olha"- ele pegou no meu queixo e ergueu o meu rosto para olha ló "seja lá o que aconteceu não foi sua culpa, mas agora preciso que você respire, tenta acompanhar minha respiração"

Eu não sei quando tempo Pedro ficou ali me ajudando a respirar, mas quando me acalmei, percebi que estava em seus braços

"Deita na minha cama hoje, pode dormir lá eu vou dormir aqui"

"Não me deixa sozinha Pedro por favor" o abracei mais forte e a vontade de chorar voltou

"Pirralha se acalma eu não vou te deixar sozinha, vem vou esperar você conseguir dormi" ele me ajudou a levantar e me levou até a cama dele, assim que me deitei senti ele deitar do meu lado

"Obrigada..." Eu senti o sono vir, não antes de ouvir Pedro sussurrar algo e sentir ele passar a mão no meu cabelo

"O que você tá fazendo comigo Ella"

Eu dormi sabendo que nessa noite tudo mudaria para nós dois e não sei como seria, mas Pedro Bala me passava uma sensação de conforto que nunca imaginei sentir

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