Capítulo 3

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Oiiiiiiiiiii!

GATILHO LEVE: menção de venda de criança para exploração infantil e menção a violência doméstica e abuso dentro do casamento.

Galera, aqui cito uma coisa chamada Tratado de Haia. E sim, é verdadeiro.

É importante pessoas saberem disso, principalmente mulheres.

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Estava farto de ficar isolado dentro do quarto.

Era entediante demais.

Se acostumara à sua rotina corrida onde geralmente chegava em casa com os pés doloridos de tanto andar. Quando era possível, saía com os diversos amigos cujas histórias familiares eram parecidas com as suas. Como não tinham como passarem datas comemorativas como Natal, Dia de Finados e Final de Ano na companhia de suas respectivas famílias consanguíneas, se reuniam entre si para comemorar.

Era de se imaginar como era ainda mais estranha a situação de ser mantido em cativeiro.

Na sexta-feira desceu as escadas carregado de ansiedade, certo temor e tensão. Levara Marie consigo a segurando na mão esquerda. Era quase meio-dia, então o único quem estava ali era Ramiro.

O encontrou finalizando a macarronada na refratária. Despejava a carne no macarrão, a misturando em seguida. O tempero e o aspecto eram tão saborosos que a boca do rapaz salivou.

Animada pelo cheiro apetitoso, a filhote se agitara. Não teve outra alternativa além de solta-la no chão cuidadosamente.

Trajava uma bermuda jeans e camisa cinza. Cantarolava distraído a música Não Deixe o Samba Morrer quando ouviu as patinhas dela correndo em sua direção.

O alcançou balançando o rabinho, atraída tanto pelo homem quanto pelo cheiro da comida.

Ao erguer a cabeça o viu parado na entrada da cozinha.

- Olha quem apareceu. – o ensaio de um sorriso vislumbrou o rosto – Cansou de ficar trancafiado?

- Trancafiado eu estou não é de hoje. – murmurou cruzando os braços.

- Não da casa e nem da propriedade.

Sentando no chão, passou a palma no interior da panela para raspar ao máximo o molho. A estendeu para a filhote, quem aprovou o sabor.

- Apenas da sociedade. – sorriu duro.

- É por pouco tempo. – o fitou quase como se pedisse desculpa – Acredite.

- E tenho outra escolha? Cadê os outros?

Se a visão de Ramiro junto à Marie não fosse tão fofa, provavelmente teria soado irritado.

- Trabalhando.

- E você? – pendeu a cabeça para o lado.

- Alterei meus planos por seis meses. Ao invés de ir para o escritório atuo em home..., Ai, Marie. – reclamou por ela fincar os finos dentes em crescimento na esperança de ganhar um pedaço mais proveitoso– É pra lamber, não me morder.

O tom não era acusatório. Não havia espaço para raiva ao se dirigir a cachorra. Caso o sequestrador tivesse uma essência, de fato, ruim, talvez não soasse quase como se conversasse com uma criança de três anos.

A aparência bruta de Ramiro destoava de quem era. Não tinha vaidade por não alcançar tal patamar de amor próprio e autoestima. Era um desafio o qual superaria na terapia. Era paciente, respeitoso, educado e nunca aumentava o volume da voz durante os diálogos. Geralmente optava por jeans, tênis confortáveis, e regatas ou camisas nas raras vezes quando saía.

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⏰ Última atualização: 18 hours ago ⏰

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