Capítulo 2

94 12 5
                                    


Gente, comparada às minhas outras fics, os capítulos dessa vão ser menores. 

Bora pra história.

--------------------------------------------------------------------------------

Ramiro acordou às oito e meia da manhã pelo cheiro do café.

Inicialmente não entendeu como podia se sentir tão confortável. A sensação era peculiar por almejar não sair dali. Portanto, permaneceu na posição sem se mexer por meros minutos. Ao abrir os olhos, se deparou com a face de Diego bem próxima da sua.

Durante a noite se movimentaram até se posicionarem deitados de lado, um de frente para o outro. Ressonava baixinho. Não compreendeu como a imagem trouxe acalento ao seu coração. Ensaiou em tocar o queixo. Faltando menos de um centímetro, desistiu da ideia porque, talvez, não fosse da vontade do rapaz.

Cuidadosamente para não acorda-lo, levantou do sofá. Após sua higiene matinal, foi até a cozinha. Encontrou Petra terminando de coar o café. O coque era desajeitado, então alguns fios estavam soltos. O pijama amarelo deixava as pernas quase completamente à mostra. Calçava chinelos antigos.

Apesar de ser a única mulher entre eles, os rapazes não apresentavam o menor sinal de perigo. Compartilhavam da mesma dor por períodos diferentes. Ela fora a menos prejudicada por passar meses naquele sofrimento. Já Ramiro... Bem, era quem sofria mais sequelas. A infância inteira fora no maldito lugar esquecido por Deus, logo tinha mais lembranças, mais traumas e mais agonia em seu íntimo.

- Bom dia, Pet. – bocejou tampando a boca com o braço.

- Pet é ela! – se comunicava através de libras, apontando para Nala em seguida.

Nala, a gata siamesa de olhos verdes, passava entre suas pernas.

- Prefere ser chamada de criança ou de menina? – apanhava a caneca preta a qual ganhou de presente de Antônio na colação de grau.

Não se surpreendeu quando tomou um peteleco nas costas sobre a regata.

Ao contrário de antes, agora suportava melhor toques – desde que fossem por cima de suas roupas, de preferência. Em consequência, os amigos se alegravam por não se retrair assim como acontecia ao esbarrarem nele acidentalmente durante os anos morando juntos.

- Não aceitam que eu cresci, né? – reclamou debochada.

- Não. – despejou o café na caneca, o adoçando em seguida – Vai ser sempre a nossa chaveirinho.

Após um momento de silêncio, a mulher notou como o semblante parecia mais tranquilo.

Encostou o quadril na bancada tomando café. Não conversava com ela. Quieto, fitava o Kelvin adormecido na mesma posição.

Olhando de um para o outro, balançou a mão na frente do moreno para lhe chamar a atenção.

- Cacá foi na padaria. É a primeira vez que acorda antes de mim. Geralmente já o pego acordado. – comentou despretensiosa.

Era verdade. Dentre todos Petra era quem mais dormia e Ramiro era quem mais sofria de insônia. Ainda era impossível usufruir de oito horas de sono ininterruptos. Entretanto, comparado à antes, definitivamente melhorara – e a falta de olheiras era sinal suficiente do progresso.

- Até eu me surpreendi. Devo ter apagado pouco antes de uma da manhã.

Para não fazer muito barulho, tirou os chilenos para pular sorrindo alegremente em comemoração.

- A terapia deve estar surtindo efeito. – deu de ombros rindo pela reação dela.

- a terapia?

Minha Doce PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora