Vejo a mulher petulante ir embora pelo olho mágico da porta. Fecho os meus olhos e suspiro, precisava saber o que havia acontecido, o porquê de Nicholas ter saído naquele horário.
Subo às escadas e me direciono para o seu quarto, ao abrir a porta me deparo com ele sentado no batente da janela.
- Se você sair de novo por aí, eu juro que irei colocar uma grade. - O menino vira-se para mim, seu semblante era triste.
- Eu só estava vendo a Rio ir embora. - Dá de ombros e vai até a cama. - Você foi rude, ela só quis me ajudar. - Chama a minha atenção severamente.
Sinto um rubor na minha face.
- Eu sei que fui grosseira, mas o que você esperava!? E outra coisa, quero conversar sobre o que aconteceu com você e não sobre ela.
Relembro o que a mulher havia falado para mim, e instantaneamente fico chateada.
Ele brinca com o sino, ignorando a minha presença. Sento do seu lado, pego o objeto e seguro à sua mão.
- O que houve? - Questiono - Por que saiu pela a janela?
- Eu queria encontrar a Halles. - Informa.
- Poderia ter me falado, eu mesma teria o levado.
Meu filho reflete um pouco antes de responder:
- Ela está de castigo.
- Por quê?!
- Porque colou chiclete no cabelo do Anderson. - Sussura.
Arqueio as sobrancelhas.
Hayle é uma garota amável, era inconcebível imaginar que faria algo assim.
- Você tem alguma coisa a ver com o que ocorreu?
- É o que eu queria saber.
- Como assim?
As bochechas dele ficam vermelhas.
- Você sabe, hm, talvez ela fez isso para me defender.
Anderson estudava na mesma sala que Nicholas, e tinha o prazer em fazer piadas por meu filho gostar de cantar.
Nicky continua:
- Os meninos me encontraram no parque, e me pararam antes que eu conseguisse chegar na casa dela.
- Eu quero os nomes desses meninos. - Digo zangada.
- Não.
- Nicholas!!
- Estava escuro, não identifiquei eles. - Desconversa.
Passo às mãos pelo cabelo. Suspiro profundamente.
- Você está de castigo!
O menino concorda.
- Sem aulas com a Lilia.
- O quê? Mama, você não pode fazer isso comigo. - Ele responde dando um pulo da cama. - O recital é daqui um mês.
Faço o mesmo, me levanto.
- Pois bem, diga os nomes, e troco a consequência. - Ofereço.