~° 𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟰 °~

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Choi Semi
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Cinco dias trabalhando como empregada doméstica na casa do senhor Jay passaram bem rápido. Eu até podia dizer que era muito agradável estar ali; talvez meu pai não estivesse completamente errado quando me vendeu como se eu não fosse nada. Mas, mesmo assim, ainda guardo um pouco de rancor por ele.

Apesar dos dias que se passaram, as lembranças do pesadelo daquele dia ainda estavam na minha cabeça. Afinal, não é todo dia que algo assim acontece. Desde que pisei nesta casa, minha vida tomou um rumo curioso, e coisas estranhas começaram a acontecer. Será que esta casa é assombrada por algum fantasma bondoso?

Coloquei um prato de kimchi na mesa, onde todos os rapazes — Heeseung, Jay, Jake, Sunghoon, Sunoo e Jungwon — estavam sentados. Eles comentaram que Niki teria vindo, se não estivesse ocupado com alguma negociação envolvendo mercadorias do Japão. Conversa de mafioso empresário.

— Estava pensando em fazer um cartel com o Nicholas — comentou Jay, pegando um tteokbokki com os hashis.

Heeseung riu, com as bochechas cheias de comida. Encostei na pia, segurando uma tigela de japchae, e observei a cena. A conversa era curiosa, parecia coisa de filme.

— Você acha mesmo que o Nicholas Wang vai nos ajudar? — perguntou Heeseung, com um tom irônico. — Esse cara não tá nem aqui nem lá.

— Bom, mas se não tentarmos, o Yudai pode convencê-lo, e aí já era pra nós — Jake entrou na conversa.

— E o Euijoo? — perguntou Sunoo.

Jungwon balançou a cabeça.

— Ele é o braço direito do Nicholas. São praticamente irmãos.

Enquanto eles conversavam, meus olhos saltavam de um para o outro como bolas de pingue-pongue. Eu não entendia nada do que estavam falando — quem eram Yudai, Nicholas, ou Euijoo? E, sinceramente, nem queria saber. Mas uma coisa era certa: a conversa estava interessante demais.

— Ouvi dizer que o Nicholas está em Jeju — continuou Jay —, e, por incrível que pareça, consegui um tempo com ele.

Todos o olharam, visivelmente surpresos. Esse Nicholas devia ser um cara difícil.

— Sério? — perguntou Heeseung. — Vai mesmo tentar o acordo?

— Já está tudo marcado. Parto para Jeju amanhã de manhã, às seis.

— E nem comentou nada com a gente? — Jake cruzou os braços, parecendo chateado.

Jay pousou o copo de água na mesa e respondeu:

— Não. Notei que vocês têm tido muito trabalho. E não se preocupem, vou levar a senhorita Semi comigo.

Deixei o macarrão escorrer pela minha língua abaixo até cair no pote novamente, e tossi. Todos olharam para mim. Esse Jay só podia estar louco! O que ele estava pensando em me levar para uma viagem a Jeju? Só eu e ele? Isso é alguma pegadinha?

— Tudo bem para você, não é? — ele perguntou, encarando-me.

Assenti com um sorriso forçado.

— Claro.

...

A vassoura mal varria o chão de tão distraída que eu estava. Minha mente girava em torno de Jay. Jay, Jay, Jay, JAY!

Apertei a vassoura contra o chão, franzindo o cenho. Esse cara vai acabar comigo com aquele sorriso discreto, a voz, a beleza, o talento, ou qualquer outra coisa que venha dele! Ele não facilita em nada na minha luta contra a regra número três de não me apaixonar por ele. Parece até que faz de propósito!

𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐘𝐨𝐮 • Park Jay ~Onde histórias criam vida. Descubra agora