15 || Minha por direito

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Billie Eilish.

Abro os olhos, encarando Dominic sentada na minha frente, claro, quando as coisas pioram, ela me amarra e espera que eu diga algo.

- O que você 'ta fazendo comigo...

- Eu não estou fazendo nada. - Dominic tem o cabelo preso em um coque frouxo, as mangas de sua camisa social estão dobradas, e as mãos estão juntas, em baixo do queixo.

- Eu não acredito nisso, aquela brincadeira idiota, aquela maldita brincadeira! - Jogo a cabeça para trás, eu fiz isso. - Eu chamei você, eu te chamei, eu fiz isso comigo.

- Você pensa, pelo menos. - Reviro os olhos, voltando a encarar Miller. - Mas eu quero que você...

- Você não quer nada, você é um demônio, eu tenho que ir embora. - Desvio meu olhar, encarando a sala, ainda estamos na sala que cheira a morango e amora.

- Você me chamou! Eu já tinha recebido milhares de chamados naquela noite por causa daquela brincadeira idiota, e eu só atendi ao seu.

- Por que? Por que não atendeu de uma adolescente sedenta por sexo? Eu sou famosa, eu tenho família e milhares de fãs, eu preciso sair daqui, isso é maluquice. - Eu bati muito forte com a cabeça, eu bebi demais, isso é um pesadelo.

- Isso não é um pesadelo. - Olho para a mulher na minha frente, espera, o que? - Desculpe por isso.

- Você é doente, me deixa ir embora. - Mordo o lábio inferior, negando com a cabeça. Droga, como eu não pensei antes, no dia que a Karina morreu, ela me disse "obrigada" e eu perguntei pelo o que, dentro da minha cabeça...

- Eu posso parar, se você quiser. - Parar com o que? - De ler seus pensamentos. - Arregalo os olhos, negando com a cabeça. Eu 'to com medo, eu preciso ir embora, eu preciso muito ir embora.

- Eu vi seu sobrenome no quadro de cirurgias e não lembrei, eu podia ter lembrado, eu podia ter... - Dominic se levanta, vindo até atrás de mim, soltando minhas mãos.

- Você não vai embora, você disse sim, você me deu total direito de te tocar, de te ler e de ter você. - Nego com a cabeça, vendo Dominic se sentar novamente na minha frente. - Você disse sim para mim, você é minha por direito. - Eu não sou porra nenhuma, você é doida. - Não sou.

- Não sei o que você é, mas só para de ler meus pensamentos. - A mulher de cabelo preto assente.

- Você disse não agora, então não tenho mais como ler seus pensamentos. Se você 'tivesse dito não, eu teria perdido meu tempo. - Sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, eu 'to tão assustada.

- Eu quero ir embora.

- Você não vai! - Aperto meus dedos, negando com a cabeça. - Eu não sou má assim, eu sou a deusa...

- Eu sei quem você é. - Olho para ela. - Você é a filha de Lilith, o demônio da luxúria, você herdou os poderes dela e desde então você é a frente das lendas contadas.

- Olha, alguem fez faculdade. - Quase dou risada com o tom de voz dela.

- Eu quero ir embora.

• Assim na Terra Como no Inferno • B.E || G!POnde histórias criam vida. Descubra agora