O verão em Cousins possuía um aroma fresco como morangos sendo recolhidos no campo ou a grama molhada pelo sereno que ao unir-se com os raios solares - que refletiam nas ondas que quebravam no mar -, transformava-se num belíssimo arco-íris. Para Maisie era como magia, daquelas que nunca tinham fim ou pelo menos esperávamos que não tivesse, que causavam uma sensação cômoda de conforto e felicidade. Ela sabia, no entanto, que este era um sentimento finito, afinal, a própria Cinderela teve seu tempo limitado pelas circunstâncias que tornava seu universo real e devastador, mas ela não deixaria o medo que a atormentava destruir seus melhores momentos. Acordou com Conrad fazendo carinho em seu rosto, ela sorriu e abriu os olhos sonolentos para ele - que se perdeu na imensidão que a cercava -, piscando algumas vezes até enxergá-lo com nitidez.
"Bom dia, Connie. Sua dor de cabeça está tão forte quanto a minha?" Ele riu ao ouví-la.
"Se parece que você bateu a cabeça na parede, então sim, está." Brincou e Conklin fez uma careta, franzindo o nariz enquanto apoiava o rosto em suas mãos. Ele pensou mais do que devia no que diria a seguir. "Hmmm... quer conversar? É só que... você não reagiu muito bem a Nicole ontem." É claro que eles precisavam conversar sobre aquilo, mas o que ela poderia responder? Não tinha explicação lógica, os dois sabiam que era mais que isso, uma necessidade de expor o incômodo que sentiu ao vê-lo acompanhado por outra garota.
"Eu só estou confusa sobre algumas coisas. Sobre você." Maisie falou entrelaçando seus dedos no cabelo do garoto. "E eu não deveria, estou me punindo por isso pois sei que não deveria, mas o que eu posso fazer? Você é a primeira pessoa que vem a minha cabeça em todos os momentos do meu dia, conversamos por quatro horas todos os dias durante os últimos dois anos, te ver agora é quase torturante." Ele abriu a boca para responder, mas ela continuou a falar. "Eu te amo, Connie, sinto muito por jogar tudo em cima de você, estava com medo de acabar me afastando sem querer."
"Fiquei a noite inteira pensando se tinha te magoado porque não aguentaria perder você! E porra, se você pedisse eu ficaria grudado ao seu lado para sempre, se você pedisse eu não sairia com mais ninguém porque durante 2 anos, 730 dias, 17.520 horas, 1.051.200 minutos, eu não consegui fazer nada além de contar os segundos para ver você, encostar no seu cabelo, apertar sua cintura, ouvir você gargalhar e sentir o cheiro adocicado do Miss Dior que você usa há séculos." Era uma declaração, eles sabiam, os sorrisos em suas faces mostravam que era mútuo.
"Não quero estragar tudo." Ela sussurrou com medo e Conrad beijou sua testa, limpando com o polegar a pequena lágrima que ameaçava escorregar na bochecha corada da garota.
"Você confia em mim?" Fisher perguntou e ela tampou os olhos com as mãos, tentando indicar que confiava no amigo até de olhos fechados. "Então sabe que conseguiremos, apenas deixe acontecer." Maisie assentiu e observou quando ele beijou sua testa e saiu do quarto.
Conklin se arrumou e desceu para tomar café com os outros, onde encontrou Steven e Jeremiah fazendo uma batida contra ressaca, o loiro sorriu para ela que retribuiu e jogou um beijo na direção dele que fingiu pegar e levar ao coração. Steven riu e abraçou a irmã gêmea de lado, e Conrad, que estava no sofá, apenas se mexeu desconfortável com a interação do seu irmão com a sua garota. Jeremiah encheu dois copos com uma bebida estranha de cor esverdeada e foi em direção a Maisie entregando-a os dois, pois sabia que ela sentaria ao lado do Fisher mais velho.
"Não fique com ciúmes." Ela fez cócegas em Conrad que riu e a abraçou. "Todos sabemos que Jere só está esperando minha irmã desistir de você." O garoto revirou os olhos antes de responder: "Achava que era óbvio que eu só tinha olhos para minha cantora favorita." Eles gargalharam e Maisie murmurou o chamando de bobo.
"Bom dia!" Jeremiah cumprimentou Belly quando a viu entrar.
"Belly, onde você estava?" Laurel perguntou para a filha. "Que isso? É um machucado? Sua irmã não me disse que tinha se machucado!"
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EXILE, conrad fisher
FanfictionEXILE | 1. expatriação forçada ou por livre escolha; degredo. 2. lugar em que vive o exilado. A garotinha de cabelos castanhos e olhos amendoados que mostravam sua origem nunca sonhou em ser uma superestrela, a perspectiva de uma versão sua que se t...