“A teia do crime.”
O caminho até a delegacia não demorava muito, mas cada vez que eu saía de casa, sentia uma pontada de desconforto por deixar Louis para trás. Não que ele precisasse de mim para protegê-lo — Louis sempre foi independente e capaz de cuidar de si. Mas havia algo reconfortante em saber que ele estava ali, esperando por mim no final de cada dia.
Quando cheguei ao meu escritório, fui recebido pelo caos habitual. Relatórios empilhados, telefonemas ininterruptos, e a equipe já correndo de um lado para o outro.
“Olha só quem resolveu aparecer!” Niall, meu assistente, brincou assim que entrei. Ele era eficiente, perspicaz, e se não fosse por ele, eu provavelmente estaria afogado em relatórios atrasados. “Atrasado de novo, chefe?”
Dei um sorriso meio sem jeito, sabendo que ele não deixaria passar essa.
“Desculpa, Niall. É que, sabe como é... ando meio apaixonado esses dias.”
Ele riu, balançando a cabeça enquanto me seguia até a minha mesa.
“Apaixonado, entendo. Isso sim é uma desculpa que eu nunca esperaria de você. Achei que meu chefe nunca se atrasasse .”
“Pois é, eu também achei,” respondi, jogando minha mochila na cadeira e soltando um suspiro. “Mas parece que as coisas mudam, e sinceramente, não sei se isso é bom ou ruim.”
“Bom para o coração, ruim para a pontualidade,” ele disse, dando um tapinha nas minhas costas. “Mas eu vou deixar passar dessa vez, só porque é amor.”
“É bom mesmo que você deixe,” eu ri, finalmente relaxando na cadeira. “Como está o caos hoje?”
Ele revirou os olhos de leve, mas sorriu.
“O caos está no ponto certo. Temos mais um relatório de homicídio na mesa, e parece que pode estar relacionado com os assassinatos da semana passada.”
Meus ombros se enrijeceram imediatamente. Os assassinatos que vinham assolando a cidade nas últimas semanas estavam me tirando o sono. Cada vez que eu achava que estava perto de uma pista sólida, ela evaporava diante dos meus olhos. Os assassinatos eram meticulosos, quase clínicos, sem deixar rastros significativos, e os corpos apareciam em diferentes partes da cidade. O único padrão claro, até agora, era a precisão dos golpes — cortes exatos, sem margem para erro, e a ausência de evidências físicas deixava claro que o assassino sabia o que estava fazendo. Era como se estivéssemos lidando com alguém treinado para matar. Ele matava de forma fria, crua. Eu olhava para a escassez de pistas à minha frente e não fazia ideia de como lidar com tudo aquilo.
Peguei o relatório que Niall estendeu para mim e o folheei rapidamente.
“Outro caso na Zona Norte? Isso faz três assassinatos em menos de dois meses.”
Ele assentiu, seu rosto mais sério agora.
“Esse último corpo foi encontrado na mesma área dos outros. Sem testemunhas, sem sinais de luta. As câmeras de segurança próximas estavam fora do ar de novo.”
Suspirei, sentindo o peso da investigação crescente.
“Vamos precisar apertar o cerco. Se isso continuar, a imprensa vai pegar no nosso pé, e a cidade vai entrar em pânico.”
“Você tem alguma teoria?” Ele perguntou, me seguindo enquanto eu caminhava para minha sala.
“Tenho várias, mas nenhuma delas faz sentido ainda. Os alvos parecem aleatórios demais, pessoas sem conexões evidentes entre si. Mas o jeito que eles são mortos é profissional. Não estamos lidando com um amador.”
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𝗌𝗉𝗂𝗅𝗅𝖾𝖽 𝖻𝗅𝗈𝗈𝖽
Fanfiction❛O amor tem o poder de transformar, salvar e preencher os vazios mais profundos. Mas e se o amor também fosse um jogo de sombras, uma rede onde segredos mortais se entrelaçam com as promessas mais sinceras? E se aquele que você ama fosse, ao mesmo t...