Cap 2/

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Assim que atendeu, Ni-ki conseguiu ouvir claramente a voz de Sunoo, mesmo entre os soluços abafados. Sunoo disse algumas palavras confusas, difíceis de entender, mas aquilo foi o suficiente para fazer Ni-ki se levantar da mesa e correr até o carro. O pânico o dominava – o que havia acontecido com Sunoo? Por que ele estava soluçando tanto, a ponto de mal conseguir falar?

Já dentro do carro, Ni-ki acelerou, sentindo uma mistura de preocupação e culpa. Sabia que não deveria ter deixado Sunoo ir sozinho; sabia que deveria ter ficado ao lado dele o tempo todo. Esse pensamento o consumia, deixando-o cada vez mais ansioso.

O tráfego estava péssimo, quase parado, e Ni-ki mal conseguia suportar a espera. Ele queria sair dali, queria chegar logo e abraçar Sunoo, ter certeza de que ele estava bem. No meio do trânsito lento, o som de uma nova notificação no telefone chamou sua atenção. Ele sabia que não deveria olhar enquanto dirigia, mas sua curiosidade e preocupação foram mais fortes.

Ao abrir a mensagem, seu coração se apertou novamente.

Sunshine ☀️: Nini, desculpa, era pra eu ter ligado pra minha irmã. Mas, em cerca de uns 15 minutos, eu chego aí.

Ao ler a mensagem, os olhos de Ni-ki ficaram marejados, misturando-se à chuva que escorria pelo para-brisa. Estava prestes a chorar, sem saber o que fazer ou como reagir. Sunoo ligara, visivelmente abalado, e agora mandava uma mensagem aparentemente despreocupada. Além da culpa e da preocupação, um novo sentimento tomou conta de Ni-ki: a frustração. Era como se esse sentimento fosse o responsável por cada lágrima que agora caía de seus olhos.

Em um gesto automático, Ni-ki apoiou a cabeça no volante. Estava cansado e preocupado; talvez descansar por um instante aliviasse o aperto em seu peito. E, estranhamente, funcionou. Respirou fundo, sentindo o peito relaxar, mas foi interrompido pelo som alto de uma buzina e o ruído da chuva intensificada. Ni-ki estava parado no trânsito que agora começava a fluir.

Recuperando o foco, ele respirou devagar e voltou a dirigir, agora mais próximo do apartamento de Sunoo. Foram alguns longos minutos de tortura até que, finalmente, chegou em frente ao prédio.

Desceu do carro, sentindo a chuva forte molhar seu paletó e cabelo, mas manteve-se firme, caminhando rápido ao lembrar que Sunoo estava mal e que talvez ele nem contasse o que tinha acontecido. Em poucos segundos, Ni-ki estava na portaria. O porteiro, que o conhecia bem, o deixou passar, mas não sem antes perguntar, preocupado, se ele estava bem, já que estava com o rosto vermelho, olhos inchados e completamente molhado. Ni-ki sabia que parecia estar em um estado deplorável.

Ao entrar no elevador, apertou o botão do sexto andar – o andar de Sunoo – e sentiu o coração acelerar, misturando nervosismo, tristeza e irritação. Finalmente, o elevador chegou, e Ni-ki saiu rapidamente para o corredor, caminhando inquieto até a porta do apartamento. Não sabia se era certo entrar e ver Sunoo naquele estado; não sabia se aguentaria o que poderia encontrar.

Antes mesmo de tomar uma decisão, a porta se abriu, e a irmã de Sunoo, Jisoo, apareceu. Ela parou ao vê-lo, surpresa, mas logo se virou para ele e falou:

– Ni-ki – suspirou, e Ni-ki sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir o tom grave da voz dela. – Sunoo está precisando de você.

Ela deu um tapinha no ombro de Ni-ki antes de sair em direção ao elevador, deixando-o ali, parado, reunindo forças para entrar e estar ao lado de Sunoo naquele momento tão delicado.

Me Desculpa Meu Amor ? [SUNKI]Onde histórias criam vida. Descubra agora