Kiara Villart

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—— Não precisa, é só me informar direitinho. —— Falei.

—— É perigoso menina, você não conhece aqui direito. — Luiza falou.

— Eu vou atrás da Giovanna ela me dá umas informações mais precisas e da certo. — Falei e ela riu.

— A Giovanna do salão? Aquela alí foi com o sub do morro aliado embora faz tempo. — Falou e eu fiquei incrédula, que menina cuzona! Me convidou, me deixou sozinha e foi embora sem ao menos avisar.

Eu ri sem graça e respondi

— Vou atrás da Layla então, a senhora pode me falar o caminho? — Falei, a Luíza ia responder algo porém o barão interviu.

— Tô indo buscar um bagulho ali embaixo, aproveita e eu te dou uma carona. — Ele falou e a Luiza concordou. 

— Obrigada, porém tem a minha amiga. — Falei e ele balançou a cabeça negativamente.

— Aquela ali? — Apontou para a Layla beijando um cara com um fuzil nas costas.

Meu Deus! Que baixaria... Fui até ela e chamei

— Hora de ir, né? — Falei sarcástica perto dela e do garoto.

— Pode ir amiga, vou dormir com ele. — Ela falou e eu revirei os olhos. Não vou ficar de babá de "marmanja." Me abandonou o baile todo, agora que dar pra traficante, escolha dela.

Voltei até onde estava esse tal barão, falei que iria com ele, a única coisa que ele fez foi começar a andar na frente e eu tentando acompanhar no meio da multidão.

Chegamos em uma moto altona, fiquei imaginando como eu iria subir sem cair e passar vergonha.

Não queria tocar nele, mas, segurei no ombro dele para não cair no chão. Fiquei toda torta na moto porque ele não esperou eu me arrumar, deu partida com TUDO. Minhas pernas levantaram para cima.

Ele andava tão rápido em becos tão estreitos que eu estava com medo de cair ou bater em alguém.

Passei por a Eduarda (irmã da Giovanna), beijando um homem no beco não consegui olhar muito, por conta que esse barão está dando uma de flash.

Ele parou a moto no local que eu conheço, a entrada. Desci da moto com certa dificuldade, já que, estava com um vestido.

— Muito obrigada! — Agradeci e ele balançou a cabeça.

Eu hein, todo esquisito, nem fala direito.

— Tu vai pegar Uber? — Ele perguntou.

— Vou. — Respondi.

— Cuidado se tu for ficar aqui sozinha, papo reto, tem um monte de pau no cu mó comédia. — Falou e eu fiquei sem entender.

— Como assim moço? — Meu Deus, será que alguém vai me matar?

— Os drogados daqui, pô. Mó burrinha tu. — Falou e eu fiquei incrédula, só não vou responder a altura porque ele é traficante.

— Vou pedir o Uber logo então, antes que apareça algum. — Falei e ele riu. — Sem querer ofender você.

Falei e ele fechou a cara.

— Tipo, tô falando dos drogados que podem me causar alguma maldade, sabe? Não de você. — Me expliquei e ele me deu o dedo.

— Tu mora a onde, noiada? — Perguntou e eu fiquei com a sombrancelha arqueada.

— Por que? — Perguntei e ele respirou fundo.

— Roubar lá. — Falou irônico.

— Vish, vai ser viagem perdida pô. A única coisa valiosa de lá sou eu. — Falei jogando o cabelo e ele riu.

— Então eu não vou mais não. — Falou e eu ri alto.

— Vou te dar uma moralzinha e te deixar lá. — Falou e eu fiquei receosa.

E se ele for e me matar no caminho? Se ele me matar dentro de casa?

— Ih, pau no cu. Tu vai querer ou não? — Falou com sua cara de quem comeu e não gostou.

— Sabe? — Falei e ele me olhou. — Não custa nada me chamar pelo o meu nome.

— Maneiro, qual teu nome mermo? — Perguntou e eu revirei os olhos.

— Kiara Maria Villart dos Santos. Se não quiser chamar Kiara tem o restante do nome. — Falei sarcástica e ele riu.

— Monta logo e fala onde tu mora. — Falou e eu subi depois que expliquei o caminho.

Estou bêbada mesmo, aceitar carona para ir embora não é nada demais.

Como sempre, ele não esperou eu me arrumar e eu estava praticamente caindo da moto.

— Ei! Deixa eu me arrumar aqui, vou cair. — Pedi e ele freiou com tudo, fazendo eu grudar nele. — Caraí, o freio  está bom.

Ele não disse nada, arrumei a postura na moto e falei um pronto. Ele deu partida e logo chegamos na minha casa. Não era muito longe, porém ir andando leva praticamente 1 hora. Agora de ônibus, moto... Rapidinho.

Desci e fui agradecer

— Muito obrigada! Que Deus te abençoe viu? Tu é firmeza! — Falei e ele riu.

— Fé. — Falou com um sorriso de canto, caralho, chorei e não digo por onde.

— Mais uma vez feliz aniversário! — Falei novamente e ele agradeceu.

— Entra logo que eu não posso ficar de bobeira na pista. — Falou e eu concordei.







CORAÇÃO ERRANTE, AMOR FIEL || FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora