Capítulo 2

28 3 0
                                        

Escolhas

"O fingimento da bondade é a mais perigosa das maldades."
- Henry Hammond.

------------------------------❄-----‐--‐----------------------

Han Jisung.

Eu não poderia estar mais enganado. Consegui me livrar dos meus pais, mas agora quem tornava minha vida um inferno eram meus sogros. Depois daquele dia, Hoon e eu conversávamos apenas o necessário, mas seus pais permaneceram em nossa casa. Quando estão por perto, fingimos ser um casal em fase de descoberta, vivendo uma vida feliz; mas à noite, ele continua a sair como bem entende.

Seus pais viviam fazendo comentários desnecessários sobre minha aparência, dizendo que eu deveria comer menos para manter uma boa forma. Era como se, a cada refeição, eles encontrassem uma nova crítica ou sugestão para me "ajudar" a melhorar, sem perceber o quanto suas palavras me feriam.

Por mais que eu tentasse ignorar, aquilo me desgastava. Cada olhar de reprovação, cada sussurro "bem-intencionado" me lembrava que, aos olhos deles, eu nunca seria bom o suficiente.

Meus próprios pais compartilhavam da mesma opinião. Sempre fizeram questão de ressaltar que, para ser bem vista, eu deveria manter uma aparência impecável e controlar minha alimentação. Aquilo parecia me perseguir, como se minha vida fosse um eterno julgamento de padrões inalcançáveis.

Essa pressão constante vinha de todos os lados, tornando impossível encontrar algum tipo de apoio ou descanso.

E tudo piorou em um dia que me sentia péssimo me sentia tonto e não parava de vomitar pensei que seria por não ter me alimentado direito, mais uma das empregadas disse que tinha certeza de que eu estava grávido. Minha sogra mandou fazer um exame, um sentimento que não sei descreve me tomou conta quando o teste deu positivo.

- Que bela notícia.- minha sogra disse lançando um sorriso orgulhoso para Hoon.

Em vez de sentir alegria, fui dominado por uma mistura de medo e preocupação. E não demorou para os comentários começaram: que eu deveria "tomar cuidado para não engordar demais" ou que "gravidez não é desculpa para descuidar da forma". Ninguém parecia se importar com o que eu sentia ou com o impacto dessa pressão na minha saúde e no bebê.

Eu estava sozinho, enfrentando um momento que deveria ser lindo, mas que estava se tornando um verdadeiro pesadelo.

Minha sogra, empolgada, começou a fazer incontáveis planos para o bebê que eu carregava. Desde o nome até a educação, ela tinha uma opinião formada sobre tudo. Decidia roupas, cores do quarto, até atividades que o bebê deveria fazer quando crescesse. Ela falava como se a criança fosse mais dela do que minha, como se eu fosse apenas uma intermediário.

Cada vez que ela trazia uma nova "ideia", eu me sentia mais sufocado. Sentia que não tinha o direito de opinar ou de sonhar com o futuro do meu próprio filho. Era como se, em meio a tudo aquilo, eu estivesse perdendo não só o controle da minha vida, mas também do que deveria ser o momento mais especial de todos.

- Se for um Alfa, ele será educado logo cedo para herdar a família Bae. Agora se for um omega apenas vamos casalo com quem oferecer mais.- Meu mundo realmente desabou quando ela disse essas palavras com a maior naturalidade.

- O que?- sussurrei assustado.

- E caso o bebê que você carrega for um omega, Bae e você terá que fazer outro. Afinal só aceitarei um herdeiro Alfa.

As palavras saíram de sua boca como se fossem parte de um plano pré-estabelecido, sem sequer considerar o que eu pensava ou sentia. Aquela ideia, absurda e invasiva, me atingiu como um soco no estômago.

Olhe para Hoon em busca de amparo mais ele apenas olhou e concordou com o que a mãe dizia.

Eu fiquei sem palavras, paralisado, imaginando o que mais ela planejava para o meu filho antes mesmo dele nascer. Como ela já começava a projetar um futuro para a criança que eu estava tentando proteger e dar a melhor vida possível, sem sequer me consultar ou respeitar o que eu queria para ela. Aquele comentário foi o ponto de ruptura, e eu percebi que não podia continuar deixando minha vida ser dirigida por outras pessoas, sem espaço para as minhas próprias escolhas e desejos.

Eu não podia suportar aquilo. Não deixaria minha filha passar pelo mesmo que eu passei, ser tratado como um objeto de expectativas alheias, sem a liberdade de escolher seu próprio caminho. Não iria permitir que essa criança crescesse sob a mesma pressão, vivendo para atender aos padrões e desejos de outros.

Era hora de dar um basta. Eu precisava ser forte, por mim e por ela. O que quer que fosse necessário fazer para garantir que minha criança tivesse o direito de ser quem ela realmente era, sem imposições, eu faria. E, finalmente, percebi que o maior desafio seria enfrentar meus próprios medos e lutar contra tudo que sempre me oprimiu. Eu não seria mais silencioso, não seria mais submisso. A partir dali, eu tomaria as rédeas da minha vida e protegeria minha crinça da mesma forma.

Durante os próximos meses da gestação apenas concordei com o que era me dito. Planeja sair daquele lugar assim que ela nascesse seja Alfa ou omega eu protegeria minha filha.

Quando foi confirmado que seria uma menina, e que havia grandes chances dela se uma omega. Algo dentro de mim se quebrou. Sabia que não poderia voltar atrás não posso ter medo, se eu quiser, oferecer à minha filha a liberdade que eu nunca tive. Tenho que ser forte.

Decidi fugir, sem um plano claro, seria muito arriscado mais tudo era tão estressante que não conseguia pensar com clareza. Então decidi que assim que minha filha completasse três messe pegaria tudo de valor que acha-se e finalmente sairia daquele lugar.

Quando chegou o dia do nascimento dela, me senti verdadeiramente feliz, e depois de muito lutar consegui dar o nome que queria para minha amada filha, naquele dia o ser mais preciso para mim nasceu. minha pequena "Yuki".

Três infernais meses se pasaram, quando um jantar foi marcado, eu soube que aquele seria o momento de partir. A ansiedade misturava-se com um sentimento de urgência, pois na que maldito janta minha sogra me apresentou o "futuro noivo" da minha filha. Com a desculpa que estava cansado sai e comecei a colocar meu plano em prática. O tempo de viver na sombra das expectativas de outros havia acabado.

Com a minha filha nos braços, senti uma força renovada dentro de mim, como se ela fosse minha âncora e ao mesmo tempo minha motivação para finalmente fazer algo por mim mesmo. Eu olhei para ela, tão pequena e indefesa, e prometi que faria tudo o que fosse necessário para protegê-la de um mundo que tentaria impô-la regras que não eram suas.

Dei um beijo suave na sua testa e, com o coração apertado, mas decidido, comecei a caminhar para o futuro que eu escolhia. Mesmo sem saber exatamente o que viria, a única coisa que eu sabia com certeza era que eu e ela seríamos livres.

Peguei tudo de valor que encontrei e, sem olhar para trás, parti. Eu sabia que Hoon não viria atrás de mim; afinal, nunca quis aquele casamento. Ele sempre foi distante, emocionalmente ausente, e eu já havia percebido que, para ele, minha fuga não seria motivo de grande preocupação, ele nunca demonstrou qualquer tipo de carinho a nossa filha, quando ela começava a chorar ele simplesmente saia do quarto.

Mas minha sogra, essa era outra história. Eu sabia que ela não me deixaria ir tão facilmente, especialmente agora que Yuki havia nascido. Ela sempre acreditou que podia controlar tudo e todos ao seu redor, e, com certeza, ela não ficaria contente em perder o controle sobre minha filha.

Mas, por ela, eu faria o impossível. Com a coragem renovada e o coração cheio de amor por ela, eu sabia que nada poderia me deter. Eu lutaria por nossa liberdade, por nossa felicidade.

------------------------------❄-----‐--‐----------------------

Bom pessoal eu espero que tenham gostado, não esqueçam da estrelinha.
Bjs e até o próximo capítulo. 😘

O Rei Do Norte Onde histórias criam vida. Descubra agora