CAP 5

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~Matteo~

Sentado no jato particular do meu pai, eu observava a paisagem passar, contando os segundos para chegar em Stanford. Ethan, atrás de mim, parecia um fantasma de tão pálido que estava, vomitando e enchendo o saco.

— Pelo amor de Deus, Matteo, quanto tempo falta? -  ele resmungou, com a voz seca, colocando a cabeça para fora do banheiro como um cachorro enjoado.

– Eu tenho cara de relógio? - Respondi apoiando a mão no rosto, sentindo uma onda de impaciência me consumindo.

Estava pensando no momento em que pousariam: os fotógrafos me perseguindo o dia inteiro, pequenas entrevistas e…. Tenho que colocar o moletom da universidade.

Estamos no verão da Califórnia, por que ninguém me deu uma camisa? Eles querem me matar?

– Sr. Matteo estamos quase chegando -anunciou um dos tripulantes.

Graças a Deus.

Ethan após se recuperar, se senta na poltrona à minha frente.Seu rosto não era agradável e ele parecia um pouco zonzo. Mas logo, o desgraçado abre um sorriso pretensioso.

– Ansioso para a liberdade?

– Que liberdade Ethan? Eu estou mais preso que nunca nesse roteiro - me jogo para trás pensando em cada um dos dias que irei passar naquele inferno.

– Você acha mesmo que o mundo gira só em torno de você? - Ethan se inclina para frente com as sobrancelhas erguidas - Cara, esse inferno vai durar no máximo uma semana. Depois é só você ser discretinho e estaremos livres! - seu tom de voz aumenta com sua empolgação.

– Seu idiota - Travei o maxilar com raiva.

Ethan não entendia. E nunca entenderia. Era de se esperar até, para Ethan tudo era mais fácil. Ele era dono de si, sempre fez tudo que quisesse. Seu pai vivia viajando a trabalho, sua mãe era uma perua que só sabia gastar o dinheiro da família. Isso dava total liberdade para ele.

Ethan só está indo a Stanford por causa de mim.

Ethan jogava vôlei por diversão. E o desgraçado ainda era muito bom nisso.

A verdade é que eu tinha inveja dele. De toda sua liberdade. A vida mansa e nunca sentir pressão alguma.

Eu só não queria ser sufocado o tempo todo.

Olho para a janela novamente e vejo a pista onde íamos aterrissar.

Sinto dentro do meu bolso meu celular vibrando. Ligo a tela vendo a margem de notificações a procura da mais recente.

– Merda.

– O que foi? - Ethan ergue as sombrancelhas.

– É a Celine. Ela disse que está me esperando em Stanford - Passo a mão no meu rosto, na expectativa de me acalmar.

Ethan faz uma cara de nojo ao relacionar o nome dela.

– Aquela vagabunda. Achei que tínhamos nos livrado dela no ensino médio.

Balancei a cabeça, exasperado. Livrar-se de Celine Scopelli? Impossível. Nossos pais decidiram que seríamos um só desde sempre. Para o meu pai, ela era um reflexo perfeito de suas ambições.

É claro que o Sr.  Giovanni sabia que ela estudava lá. Como sempre, tudo estava dentro dos planos dele.

O jato começou a tremer, indicando que estávamos descendo para pouso. E após pequenas turbulências e Ethan em desespero, estava de pé me esticando, fazendo com que meus braços encostassem no baixo teto.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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