• ~ Cotidiano ~ •

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Finalmente o horário mais aguardado por qualquer estudante soou pelos corredores. A hora de ir embora. Uma manada de alunos cansados saiam apertados pelo portão da frente e nisso Sandro esperava a cambada de gente passar pra então pegar sua bicicleta preta no bicicletário e ir pra casa, quando saiu pôde ver o pessoal da roça indo no ônibus rural e Miguel acenando pra ele.

O emo sorriu acenando de volta, e enfim pedalando pra casa no centro da cidade, o dia foi mais fácil de lidar do que este pensava. Geralmente o rapaz sempre tinha problemas pra interagir com os outros devido a sua condição, porém pra sua sorte Miguel estava na mesma turma que ele, um garoto que sempre tentava fazer amizade com ele na infância.

Infelizmente, o jovem teve de mudar de escola depois de algumas.... dificuldades. E ambos acabaram se separando, mas se reencontraram, para a felicidade de Sampa.

O céu jazia pintado pelas cores do pôr do sol, o clima estava nublado indicando uma possível chuva na parte da noite, a movimentação de tráfego estava estável. E apesar de sempre ter um doido na estrada, o rapaz conseguiu chegar em casa tranquilo mesmo com o som ampliado das ruas ruidosas.

E ali estava ela. Um portão pouco desgastado, a tintura branca das paredes começando a desbotar e a luz incandescente da varanda atraindo os insetos voadores, Sandro destravou o portão menor e entrou com sua bike logo a deixando na parte de baixo da varanda, antecipando o risco da chuva.

Logo que abriu a porta foi recebido pela gata preta no meio de suas pernas, logo a pegando no colo até a cozinha onde uma mulher de cabelos pretos encaracolados conversava ao telefone e fazia o cafezinho da tarde.

A única pessoa que se dispôs a ajudá-lo desde o início. Que nunca o tratou com indiferença ou duvidou de sua capacidade. Sua tia Eldora, também conhecida na vizinhança como Dorinha.

- Minina, se o pai num quis, cê acha que a família dele vai querer?! - a mulher logo avistou seu sobrinho indo ao banheiro lavar as mãos enquanto a gata o seguia. - Lia, te ligo otra hora, Sandro chegô agora... beleza, eu mando pra ele.. tá tchau!

Eldora desligou o telefone e foi abraçar o menino que se sentava pro café. - Oh Sandro, que preocupação que eu tava com você! Mas e aí? Como foi?

O rapaz pensou um pouco antes de assinalar. - Foi até legal. O Miguel tá estudando lá.

- Ah que bom! Tava tão agoniada pensando em alguém mexendo com você... pelo menos o Miguel vai te ajudar quando precisar. - a moça sorriu beijando sua bochecha e pondo a garrafa de café na mesa florada, junto de outras delícias de sua especialidade.

Podia não ser uma casa tão luxuosa quanto a de sua mãe, mas já proporcionava um carinho e segurança, coisas tão simples mas que pareciam impossíveis na casa onde morava quando criança.

Durante o lanche da tarde Eldora era a que mais falava, sempre super protetora em relação ao jovem pois tinha medo de que as coisas horríveis que este sofreu na infância acontecessem novamente, e Sampa sempre tinha de acalma-la quando alguém lhe fazia algum mal.

Não por ela se desesperar, mas por querer enfiar a mão na cara do sujeito e da mãe dele, sua personalidade doce contrastava com sua língua afiada e instinto protetor, porém era isso que o menino gostava nela.

Alguém lhe defendendo. Algo que ele nunca teve quando pequeno.

As primeiras gotas de chuva começaram a banhar a cidade iluminada, a noite estava próxima e nisso formou-se o melhor clima na opinião de Sandro, gostava de usar seus fones apenas pra escutar a chuva batendo na janela e lhe deixando mais calmo. Após um bom banho, o rapaz jazia de pijama no quarto mexendo no celular enquanto a gata jazia deitada em sua barriga.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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• Yᴏᴜ Aʀᴇ Mʏ Sᴏᴜɴᴅ •Onde histórias criam vida. Descubra agora