Mon estava deitada de bruços na beira da piscina. Podia sentir os raios de sol arderem em suas costas nua, protegida apenas por uma fina camada de protetor solar e a tira com um laço - da parte de cima do seu biquíni. Podia sentir a água gélida sob sua mão esquerda imersa, enquanto fazia pequenas ondas com seus dedos. Podia ouvir Nop cantarolar algo enquanto tomava sol bem perto dela. Como um bom amigo, fazia um grande esforço para não olhar para as curvas expostas da garota, e também tinha medo de ser flagrado, porque segundo Mon, um de seus ''superpoderes de cega'', era poder sentir quando alguém a observa por um tempo determinado.
-Qual é o seu nível de preguiça agora? - Perguntou Mon
-Hmm - Nop pensou - Seis. E você?
-Oito... e meio.
-Oito e meio? Tudo isso? - Perguntou Nop risonho.
-Esse sol, essas férias, essa piscina. Dá muita preguiça de pensar que tudo isso vai acabar.
-Ah, eu estou com preguiça de tanto fazer nada. - Disse ele, virando de bruços para ter melhor acesso as feições de Mon.
-Fico bem feliz não fazendo nada. - Resmungou Mon.
-A gente nunca faz nada nas férias, nada acontece. - InPohnou o rapaz frustrado.
-E você quer que aconteça o que, Nop?
-Ah, não sei. Os grandes dramas, os grandes amores. Nas nossas férias nunca acontecem.
-E com quem você imagina o seu ''grande'' amor? - Perguntou Mon em um tom de deboche - Você sempre diz que na nossa sala só tem bruxa.
-É. Mas não precisa ser uma princesa... - Disse Nop enquanto divagava em pensamentos e lhe mandando um olhar sugestivo - E você? Não se preocupa com isso?
-Com o quê?
-Vai passar a vida inteira sem beijar ninguém, Mon? - Mon resmungou e jogou água nele em protesto - É a verdade. Dormir e ouvir Ed Sheeran as férias inteiras não vão resolver isso. Sério. Você devia beijar qualquer um só pra tirar isso da frente.
-Se é pra beijar qualquer um, por que eu não beijo você então? - Disse Mon com desdém.
O rosto de Nop se iluminou. Se tivesse mais alguém ao seu redor, veria que ele achava que essa era uma ideia sensacional. Ele seria seu primeiro beijo. Se Mon soubesse o quanto ele imagina o sabor de seus lábios.
Mon virou de barriga para cima e concluiu: -Mas não é assim que quero meu primeiro beijo.
O rosto de Nop se transformou em uma carranca. Era perceptivo que Mon sonhava com um beijo de contos de fadas - que talvez nunca fosse acontecer.
-Mon, assim você nunca vai beijar ninguém.
-Quem é que vai querer me beijar? - Perguntou ela decepcionada
-Aposto que o mala do Mike te beijaria. Aquele lá está sempre de olho em você. - Afirmou Nop se jogando na água em seguida.
-É, mas é deprimente saber que a única pessoa que ficaria comigo, é o Mike. E nunca ouço nada inteligente sair daquela boca, é completamente chato. Já pensou a gente fica e ele gruda em mim ou simplesmente me usa como um objeto? Será que ele é desse tipo? - Mon esperou uma opinião ou um comentário engraçado que demorou a chegar - Nop? Nop?
Escutou o barulho da água, causado pelo corpo de Nop quando apareceu na superfície.
-Oi? Você disse alguma coisa? - Perguntou, se aproximando.
-Você não estava me ouvindo? - Perguntou Mon mantendo o olhar na direção de onde veio a voz de Nop.
-Não. - Sorriu ele.
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Nos seus olhos
RomanceEscuridão. Alguns gostam, alguns não, outros apenas tem que conviver com ela. Mon vai descobrir o mundo nos olhos de outra pessoa. Adaptação©