06 - Fazemos um belo par

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Sam parou de ler quando chegou ao ''Sessenta e sete dias antes''. Os títulos nomeados como uma contagem regressiva que Mon não sabia para o quê. Imaginava que pudesse ser para um beijo ou talvez para o dia em que Miles dormiria com Alasca. Ela esperaria para descobrir.

-É normal a gente se apaixonar por um personagem? – Perguntou Mon, enquanto Sam fechava o livro e se levantava, Sam riu.

-Você nunca se apaixonou por um personagem antes?

-Não. Eu não sei. Minha mãe lia para mim quando eu era criança, mas nunca tive uma queda pelos príncipes ou pelos anões da branca de neve. – Respondeu Mon dando de ombros.
Sam gargalhou. O som tão audível ecoou pelo quarto.

-Então você está tendo uma queda pelo Miles? – Perguntou Sam, colocando suas coisas na mochila.

-Não. Ele se parece muito comigo, eu acho. Seria pretensioso ter uma queda por ele. Seria como amar a mim mesma. – Responde Mon, Sam refletiu sobre o que Mon disse, depois voltou para as lembranças do livro lido várias vezes.

Um suspiro fugiu por entre seus lábios.

-Não se apaixone pela Alasca. – Disse ela como se estivesse advertindo Mon.

Mon arregalou os olhos, mas depois sua face suavizou e suas sobrancelhas subiram em questionamento. Não sabia se Sam a estava olhando, mas se estivesse, saberia sem palavras, que Mon estava perguntando o porquê.

-Não faça essa cara. Só siga meu concelho e não se apaixone por ela. – Sam deu de ombros e se levantou – Se apaixone pelo Miles, pelo Coronel. Qualquer um, menos ela.

-Hmm... Por quê? – Mon fez uma cara de deboche – Está com ciúmes Sam?

O rosto de Sam se transformou em uma carranca de reprovação. Ela não queria contar a Mon o porquê, mas não era ciúmes o que cintilava em seu corpo.

-Sim, Mon. – Disse Sam colocando a mochila nas costas. – Eu estou morrendo de ciúmes. – Mentiu. – Não gosto de imaginar mais nenhuma garota sensual de olhos verdes na sua vida. – Isso era verdade.

Mon sorriu. O ego se inflando.

-Senhorita Sam. – Disse ela se levantando, pois sabia que Sam estava se preparando para ir embora. – Você é completamente prepotente.

Um sorriso sedutor surgiu no canto dos lábios de Sam.

-Vamos logo Mon. Se eu não passar um tempo com meu pai, não vou poder sair para ver o eclipse. – Disse, sussurrando a última parte.

Mon a acompanhou até o portão. Sam contou algumas piadas antes de ir. Disse que ligaria quando chegasse, não queria que Mon ficasse sozinha na rua a esperando. Não naquele horário.

[...]

Mon conferiu a hora no celular pela vigésima vez na última meia hora. Era uma da manhã. Ouviu a voz mecanizada tantas vezes que a estava deixando enjoada e irritada. Manteve o corpo na vertical na cama, não era muito confortável, mas era uma posição fácil para se deitar rápido - caso sua mãe viesse ver ela durante a noite - e nela ela poderia ficar ligeiramente em pé para encontrar com Sam.

Ela sabia como funcionava um eclipse na técnica. Já havia estudado sobre isso, mas nunca se interessou o bastante. A sua opinião poderia mudar com o decorrer da noite.

O celular vibrou em seu peito lhe dando um pequeno susto. Sabia que era Sam.

-Oi. – Sussurrou ela atendendo.

-Estou aqui fora, Mon. – Informou Sam com a voz ofegante.

-Estou indo. – Sussurrou Mon de novo. – Você parece cansada. – Notou ela enquanto sentava e colocava seu all-star.

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