05 - Boa noite, Mon

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Na quarta-feira Mon combinou com Sam de elas estudarem para o trabalho em sua casa. Sam achou a casa de Mon aconchegante e confortável, mas a diferença de decoração dos outros cômodos para o quarto dela, era gritante. Enquanto a sala e a cozinha tinham cores vivas como vermelho e azul predominantes, seu quarto era totalmente branco. Não havia quadros ou enfeites mínimos, tudo o que havia, tinha um uso pré-definido. Os móveis pareciam extremamente confortáveis, mas era óbvio porque Mon preferia conforto à beleza. As únicas coisas distintas e com cor, eram alguns LPs e CDs que ficavam ao lado de seu computador. Sam se sentou a escrivaninha e Mon na poltrona próxima, pegando um livro em braile e começando a passar os dedos habilmente pelas folhas. Sam abriu seu livro e revezava entre transferir algumas informações do livro para seu caderno e olhar a expressão séria e concentrada de Mon. A casa estava completamente silenciosa, e com o tempo isso começou a incomodá-la. Ela pausou o que estava fazendo e tirou o iPod de Mon da caixinha de som que estava a um braço de distância, colocou o seu no lugar e recostou-se no acento.

Mon foi surpreendida quando uma batida tomou conta do quarto, logo após vieram sons de acordes de guitarra, acompanhados por um baixo e uma voz envolvente.

-O que é isso, Sam? – Perguntou ela

-Arctic Monkeys, uma banda que gosto. Conhece?

Mon franziu o cenho se esforçando para saber se já ouviu alguma vez essa música.

-Não. – Respondeu ela.

-Meu irmão que gosta dessa música. Quando morávamos juntos, ele me apresentou essa banda. – Explicou Sam.

-Olha, não é assim um Tchaikovsky, mas é muito bom. – Disse Mon se deixando envolver pelas vozes e chacoalhando a cabeça no ritmo.

Seu celular tocou e Sam pausou a música para que Mon pudesse atender com tranquilidade. Pelo toque ela soube que era Nop.

-Oi, como é que está aí na biblioteca, Nop? ... – Sua expressão ficou séria. – Mas você não ia fazer o trabalho com o Alex? – Pausou – Estamos... Okay, pode deixar. Eu ligo sim... Beijo, tchau Nop. – Respondeu ela antes de desligar.

-Olha, se a gente cansar, podemos ir lá na casa do Nop nadar. – Anunciou Mon.

-Se nós continuarmos trocando as horas de trabalho por cinema e piscina, nós vamos acabar tirando zero. – Disse Sam

O telefone de Mon voltou a tocar, mas agora com a sinfonia padrão de Bach que era para desconhecidos. Ela franziu o cenho, Sam reprimindo um pequeno sorriso se levantou e se jogou ao lado dela quando ela atendeu.

-Alô? – Disse Mon.

-Alô, Vivaldi? – Disse Sam do outro lado da linha, Mon sorriu e murmurou um ''idiota'' antes de desligar.

- Por que que você me ligou? – Perguntou Mon direcionando o olhar para Sam.

-Eu queria saber qual era o meu toque no seu celular. – Respondeu ela.

-Okay, mas você errou, não é Vivaldi, é Bach. – Informou Mon.

Sam torceu o nariz para a afirmação.

-Eu não quero ser o Bach. – Disse ela com um sorriso.

Mon sorriu.

-E o que você quer ser? – Perguntou Mon

-Sei lá. Pode ser Arctic Monkeys? Assim você pode até dançar quando eu te ligar. – Disse ela com um sorriso.

Sam se levantou e se direcionou até o iPod e apertou o play, quando a música voltou a tocar Sam dançou no meio do quarto, seus quadris se mexendo de acordo com os acordes, jogando a cabeça de um lado para o outro. O seu cheiro se espalhando pelo quarto por causa de seus movimentos. A música era contagiante e Mon batucou os dedos no livro e balançou a cabeça tentando encontrar um ritmo.

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