Capítulo 2

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A luz da sala de reuniões era fraca, como se quisesse ocultar o peso daquelas palavras, e a tela projetava um mapa detalhado do local onde tudo começaria. ARMY estava na ponta da mesa, seus olhos fixos no computador. Eu me senti um pouco perdido, como se tudo já tivesse sido planejado e eu fosse só mais uma peça, sem saber ainda qual a real importância dela.

Eu sabia o que tínhamos que fazer. A missão era clara: roubar. Mas, ao olhar os detalhes na tela, percebia que não era bem isso. A parte mais importante era o que estava por trás da cortina de fumaça, o truque. O objetivo não era pegar o dinheiro, mas, sim, fabricá-lo.

— Nosso objetivo é simples — ARMY disse, interrompendo meus pensamentos. — Você pode ver, aqui no mapa, a entrada principal. O lugar está sendo monitorado por câmeras e a segurança é forte, mas isso não é um problema. O que realmente importa está aqui. Ela apontou para uma sala no fundo do edifício, onde uma estrutura de impressão de cédulas estava montada.

— Estamos indo para o maior golpe que já existiu — ela continuou, seus olhos fixos no grupo. — Enquanto todos acham que vamos roubar um carregamento de dinheiro, o que realmente vamos fazer é fabricar o nosso próprio dinheiro. Vamos entrar, usar as máquinas, e sair antes de qualquer um perceber o que aconteceu.

Eu franzi a testa.

— Então, não vamos roubar nada? Vamos criar nossa própria grana?

— Exatamente — ela sorriu, como se fosse óbvio. — Enquanto os policiais pensam que estamos atacando o banco e levando os carregamentos, estaremos imprimindo dinheiro falso, mas de qualidade suficiente para passar como real.

O silêncio tomou conta da sala enquanto todos processavam o plano. Era tão audacioso e arriscado que eu quase senti uma adrenalina tomando conta do meu corpo. Eles estavam falando sério, e, por mais que o plano fosse maluco, eu sabia que tinha uma chance de dar certo. Mas ARMY sabia o que estava fazendo. Ela sempre soubera.

— Jimin — ARMY chamou minha atenção novamente. — Você vai ser a distração. Vai ser o ponto focal, a isca. O seu trabalho é atrair a atenção para outra parte do prédio enquanto nós entramos e começamos a trabalhar. Eu confio em você para fazer isso.

Olhei para a tela, tentando imaginar como seria aquele dia. A ideia de ser a isca não me agradava muito, mas algo me dizia que eu era o único que poderia fazer aquilo. Eu sabia me esconder, desaparecer na multidão, e se havia uma coisa que eu sabia fazer bem era ser invisível quando precisava.

— Você vai estar com Jeon, ele vai ser seu backup — ARMY continuou, dando mais instruções. — Jeon vai desativar os sistemas de segurança, e Taehyung vai controlar a qualidade da nossa 'mercadoria' assim que começarmos a imprimir. Yoongi vai estar na linha de frente com Jin e Hoseok, cuidando da segurança e, se necessário, distraindo quem for preciso.

Eu estava começando a ver as peças se encaixando, mas ainda havia algo faltando. Olhei para Namjoon, que estava quieto até então, sentado ao lado de ARMY. Ele, como sempre, parecia calmo e focado. Mas quando ele levantou a cabeça e olhou para todos nós, algo em seu olhar deixou claro que ele era o líder daquela operação. O comando estava com ele.

Namjoon se levantou lentamente, e todos na sala pararam para escutá-lo. Ele olhou para a tela, então para cada um de nós.

— Cada um de nós tem um papel aqui — ele começou, sua voz grave e cheia de autoridade. — O plano vai funcionar, mas para isso, precisamos confiar uns nos outros. A ARMY nos trouxe até aqui, e eu confio nela. Mas é nossa responsabilidade fazer isso dar certo. Vamos ser rápidos, limpos, e sair sem deixar rastros.

Ele fez uma pausa, o peso das suas palavras ficando claro.

— Eu sou o líder desta operação. Não sou eu quem vai roubar, não sou eu quem vai fabricar o dinheiro, mas sou eu quem vai garantir que todos saiam ilesos, que tudo corra como planejado. Se algum de vocês falhar, o resto vai pagar. Mas eu confio que todos nós faremos o que precisa ser feito.

O silêncio na sala foi denso, mas eu sabia que a palavra dele era lei. Ele estava assumindo o comando, e era difícil não confiar em Namjoon. Ele tinha algo de inabalável que todos nós respeitávamos.

Taehyung foi o primeiro a quebrar o silêncio com seu sorriso irritante, mas que eu sabia que queria dizer:

— Vamos começar logo com isso, né? Você vai ser uma boa distração, Minnie?

Eu olhei para ele e dei um sorriso.

— Eu faço o meu trabalho. Você faz o seu. E vamos ver quem vai se sair melhor.

Ele soltou uma risada e se levantou, indo até a mesa onde Jin e Hoseok já estavam ajustando os equipamentos.

— Jeon, tudo certo com o sistema? — Eu perguntei, tentando demonstrar algum interesse que não no corpo dele.

Jeon levantou os olhos do seu laptop e, com um sorriso de quem sabia exatamente o que estava fazendo, respondeu:

— Você vai se surpreender.

Eu só assenti sem graça e, sem mais palavras, comecei a me preparei para o que estava por vir. O que ARMY estava planejando era mais do que um simples roubo. Era uma jogada que mudaria tudo. E eu, Jimin, faria parte disso.

À Beira do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora