Capítulo 5

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Alguns dias se passaram desde o início do treinamento, e finalmente havíamos concluído todos os testes preliminares. O último teste foi de Taehyung, e a tarefa era simples em teoria, mas complicada na prática: identificar uma nota falsa entre uma série de cédulas, e ele conseguiu acertar em cheio.

O clima no esconderijo era de alívio, mas também de cansaço. ARMY, com sua postura habitual de controle, observava o grupo com um toque de orgulho disfarçado.

— Parabéns a todos. Hoje encerramos essa fase. Vocês estão liberados para um dia de folga — ela anunciou.

As palavras mal saíram, e já se ouviam sorrisos aliviados e alguns planos para a noite.

Jeon se aproximou de mim com um olhar animado.

— Ei, Minnie, o que acha de sairmos um pouco? — ele perguntou, um brilho curioso nos olhos, como se já esperasse pela minha resposta.

— Claro, por que não?

Enquanto o restante do grupo se dispersava, lembrei-me de que tinha deixado meu casaco na sala de testes. Voltei para buscá-lo, mas ao me aproximar da porta entreaberta, ouvi vozes lá dentro. Parei, curioso, ao reconhecer o tom grave de Namjoon.

Dentro da sala, ele estava próximo demais de ARMY, uma mão no pescoço dela, não com agressividade, mas com uma firmeza possessiva. A intensidade no olhar de Namjoon parecia mais profunda do que qualquer outra coisa que já tinha visto nele.

— Você sabe que isso não acabou — disse Namjoon, a voz baixa e controlada, mas cheia de um desejo bruto. — Acha que pode simplesmente apagar o que a gente teve? Que pode ignorar tudo e fingir que eu não significo mais nada?

ARMY soltou uma risada seca, seus olhos desafiadores encontrando os dele.

— O que tivemos já era, Namjoon. Fui sua por um tempo, sim, mas não sou mais. O que importa agora é o plano, não o passado.

Ele apertou um pouco mais os dedos em volta do pescoço dela, numa mistura de frustração e sentimento de posse.

— Não minta pra mim. Sei que ainda pensa na gente. Que ainda se lembra de tudo o que fizemos juntos.

Ela respirou fundo, um brilho de dor passando por seus olhos, mas manteve o tom impassível.

— Talvez eu lembre, sim, mas isso não significa nada agora. Minha prioridade é essa equipe e o que estamos tentando fazer. Se você não consegue separar o passado do presente, talvez seja melhor reconsiderar sua posição aqui.

O rosto de Namjoon se contorceu por um momento, e ele abaixou a mão, mas seus olhos ainda estavam cheios de desejo e raiva.

— Você pode fingir o quanto quiser, mas eu ainda vou ser seu ponto fraco, e você sabe disso.

Antes que a tensão aumentasse ainda mais, me afastei silenciosamente, o coração batendo acelerado. Não sabia o que, exatamente, havia entre eles, mas aquela conversa deixava claro que era algo profundo e complicado. Namjoon e ARMY tinham um passado em comum, um passado que talvez pudesse afetar todos nós.

Peguei meu casaco e voltei, tentando processar o que tinha acabado de ver.

À Beira do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora