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Medellín, 22:22
Enganado. Traído. Manipulado. Apunhalado pelas costas. E tudo isso pelo o que? Por sexo. No meu mundo confiar nas pessoas gera custos e isso está custando a vida do meu pai. Se eu tivesse escutado o Juan naquele dia, não teria me envolvido com a Antonella, mas é como dizem: “homem não pensa” e eu dou total razão a quem criou esse ditado.
— Eu quero que o meu pai seja transferido ainda hoje para o hospital da nossa família e seja cuidado pelos melhores médicos. — Digo ríspido e olho para Juan.
— É verdade que você transou com a filha do Carlos Moreno? — Juvena pergunta e eu a ignoro.
— Entendeu, Juan?
— Entendi.
— Eu tô falando com você, Richard.
— Se você não está vendo, eu estou tratando de um assunto urgente.
— Então é verdade? Você viveu um relacionamento casual com a inimiga da nossa família? — Reviro os olhos e mando mensagem para o chefe da segurança da minha família. — Me responde, Richard! — Juvena grita, eu à encaro, coloco a mão no seu pescoço e a prenso na parede.
— Grita comigo de novo e eu terei o prazer de contar para os seus pais o que aconteceu com a filhinha deles. — Assim que vejo medo nos olhos da minha prima, solto seu pescoço.
— Eu só quero saber se é verdade.
— Vai fazer alguma diferença você sabendo ou não? — Arqueio a sobrancelha e a encaro.
— Óbvio que vai.
— Se eu fiquei com ela, esse assunto interessa apenas a mim.
— Deixou de ser interesse seu quando aquela maldita família colocou seu pai em coma! — Minha mãe exclama e me encara.
— Eu já vou resolver esse assunto, mãe.
— É bom mesmo, porque eu quero que todos os membros daquela família estejam a sete palmos abaixo do chão.
— E eles vão está.
— Tem certeza disso? — Kevin sussurra em meu ouvido. — Vai usar o cérebro dessa vez ou vai pensar somente com a cabeça de baixo?
— Já fodi minha vida uma vez, não posso foder outra vez.
— É bom mesmo. — Ele bate no meu ombro e olhamos para Lázaro assim que escutamos o toque do seu celular.
Quando meu amigo atendeu a ligação ele me olhou com uma cara nada boa.
