Capítulo IV

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Capítulo IV
Relembrando meu maior trauma

Quando deu umas 11:47, nós resolvemos ir em mais algumas sessões do shopping.

- Geovanna - O Daniel me chama.
- Sim? - Respondo.
- Você vai querer alguma coisa?
-

Ah, não, obrigada.
- Tem certeza?
- Sim.
- Você gosta de ler?
- Gosto!
- Então vamos comprar um livro.
- Não precisa.
- Precisa, relaxa.
- Deixe ele comprar, confia em mim - O Karl sussura no meu ouvido.
- Tá bom - Sussuro de volta - Daniel - Fala para o Daniel ouvir- Eu quero o livro... ah... "A biblioteca da meia-noite".
- Boa escolha, vamos.
- Vamos - Eu e o Karl dizemos juntos.

Depois de muito tempo, nós finalmente vinhemos para casa, eu realmente gosto dos garotos, eles literalmente me conheceram ontem ou anteontem, mas me tratam como se eu fosse a irmã mais velha deles, e eu acho isso tão legal da parte deles.
A Mady e a Keity também são legais, mas uma coisa que me deixa um pouco pertubada e desconfortável na Keity é o fato dela se parecer tanto com a minha mãe e com a Agatha, eu não sei por quê, mas por causa disso ela meio que me passa uma figura materna e de irmã mais velha ao mesmo tempo.
Já a Mady, ah, ela é legal também, ela tem um sorriso muito bonitinho, e ela também tem covinhas, o que me lembra um pouco da Agatha.
Ahh... eu tenho que admitir, eu amo o pessoal, eles me passam um ar de "família", mas eu ainda sinto muitas saudades da minha família verdadeira.
Claro, não fazem nem 2 dias que eles morreram, e já parece que eu nunca nem os conheci, mas, eu ainda penso tanto neles... mas a verdade é que eu já fui agredida pelo meu pai, antes da Agatha nascer, óbvio, ou seja, a uns 3 anos atrás, e eu tenho 5 anos, e como já faz muito tempo, eu prefiro nem comentar muito...

Flash back on:

- P*rra, Geovanna, presta mais atenção - Diz o meu pai enquanto me puxa pelos cabelos por eu ter quebrado um copo - Parece que é burra.
- AIIIIIII - Eu grito de dor - POR FAVOR, PAPAI, DESCULPAAAAA.
- NÃO GRITA C-COMIGO - O meu pai soluça, ele estava bêbado.
- Des-desculpa... - Digo me contendo.
- Querido... por favor... - Diz a minha mãe acolhendo o Luke, que estava em seus braços chorando com o rosto cortado.
- CALA A BOCA - Ele grita com a minha mãe enquanto tomba um pouco para o lado - E você, Geovanna, você vai aprender que "Desculpa" não é uma palavra muito bonita - Ele me joga nos cacos de vidros, fazendo com que alguns deles perfuracem a minha mão, o meu pé, a minha barriga e o meu rosto.
- AIIIII - Eu resmungo de dor bem baixinho, mas a dor era enorme.
- VAMOS, FALA O-OUTRO "AI", MAS FALA MAIS ALTO, A-ANDA LOGO, C-CARALHO - Meu pai estava muito bêbado, a cada 5 palavras, 6 ele soluçava, e ele ria ao me ver implorando para que que faltasse, ele estava aos berros enquanto eu tentava não falar nada - NÃO VAI FALAR? - Eu faço um "Não" com a cabeça - ANDA, ABERRAÇÃO, FALA DE NO-NOVO - Ele pegou a minha cabeça e ficou batendo contra o chão que estava cheio de cacos de vidro - FALA LOGO, F-FILHA DA PUTA.
- AIIIIII, PARA, POR FAVOR, EU IMPLORO - Eu começo a berrar de tanta dor, os meus lábios, minhas bochechas, minha testa, todo o meu rosto já estava cortado e sangrando demais, mas ele não parava.
- Ha, ha, ha, sua voz voltou, e voltou ainda mais alta, vamos abaixar um pouco o seu tom - Ele fala com uma voz que pedia por morte, mas amava a tortura - Vamos lá... - Ele pega um o
Punhado de cacos de vidro coberto com o meu sangue com a mão - Vamos, abre a boquinha - Ele fala com um rosto relaxado e uma voz arrastada, e eu balanço a cabeça em sinal de negação - EU NÃO TÔ PEDINDO, EU TO MAN-MANDANDO - Ele volta a gritar e logo após abre a minha boca a força e coloca o punhado de cacos de vidros, e para piorar, ele me força a mastigar e a engolir - É saboroso, não é? - Fala com uma voz medonha e morrendo de rir ao ver o meu sofrimento, e na mesma hora ele pega um caco de vidro maior e mais afiado e começa a lentamente cortar o meu braço. O sangue escorria firme pela minha boca, o que, 2 horas depois, me fez vomitar sangue. E ele enfiou o caco de vidro tão fundo no meu braço que fez com que rompesse 3 veias minhas.
- AIIIIIIII - Eu começo a gritar, a berrar, a me contorcer, a me debater, a me tocar no chão e a implorar para que ele parasse, mas ele não parava, eu já estava chorando de dor, e a casa mastigada, eu sentia o sangue escorrer cada vez mais quente em mim.
- ENGOLE LOGO ISSO - Ele me dá um soco na cara - QUANTO MAIS VOCÊ DEMORAR PARA ENGOLIR ISSO, MAIS VAI DOER - Ele me dá mais 2 socos, tomba um pouco mais para o lado e começa a rir ainda mais com a minha dor.
- T-TÁ BOM... - Eu começo a chorar ainda mais, mas eu continuo mastigando, e finalmente, engulo.
Ele estava irreconhecível, seus olhos estavam vermelhos e enchados, suas pupilas estavam dilatadas e a sua fala cada vez mais ficava arrastada.
- Agora vaza daqui - Ele me joga aos pés da minha mãe e tomba um pouco mais para o lado - Agora, Camilly, é a sua vez - Ele a puxa, a tirando de perto do Luke.
- NÃOOO, MAMÃÃÃÃÃE - O Luke grita.
- CALA A BOCA SEU FILHO DA PUTA - Meu pai engrossa a voz e joga um pedaço de caco de vidro no Luke, acertando em cheio o seu abdômen, e o Luke logo coloca a mão no lugar atingido e começa a chorar em silêncio - Quer falar mais alguma coisa, moleque?
-...
- Bom garoto... - Ele fala e logo se vira para a minha mãe - E agora você vai aprender a educar melhor esses moleques - Ele pega outro caco de vidro e começa a golpear diversas vezes a barriga da minha mãe que estava grávida - Ou melhor, você vai saber como educar melhor essa pirralha - Ele golpeia a barriga da minha mãe mais 2 vezes - Se ela sobreviver akakakkaka - Ele fala e logo começa a rir.
- SOCORROOOOOOOO - A minha mãe grita na esperança de algum vizinho ouvir.
- CALA A BOCA - Ele dá um soco na boca da minha mãe com toda a força enquanto tomba mais ainda para o lado, parecia que ele ia desmaiar ali mesmo - Você fala demais, sua p-puta.

Na hora, eu só consegui ouvir quando o meu irmão gritou:

- PARAAAAA - Ele saiu dali sem que ninguém percebesse, correu para a cozinha, pegou uma panela de pressão vazia, veio por trás do meu pai e o gopeou. Na primeira golpeada, o meu pai caiu no chão, mas o Luke não parou e continuou a bater nele.
- Luke! - A minha mãe grita pelo meu irmão - Para, ele desmaiou - A minha mãe se levanta - Rápido, liga para a polícia.
- Tá bom - O Luke corre até o telefone e liga para a polícia - Atende, vai... alô? - Eles atenderam.
- 190, qual a sua emergência?
- Alô, o meu pai está bêbado, ele estava agredindo a minha mãe grávida, a minha irmã mais nova e eu.
- Certo, onde está o seu pai?
- Desmaiado, eu consegui desmaiar ele.
- Tá, me fala o seu endereço, vocês tem ferimentos muito graves?
- Sim, muito graves, e o meu endereço é rua **********
- Certo, estamos a caminho junto ao samu, fique longe do seu pai, não sabemos se ele vai acordar ou não...
- Certo... - Desliga - Mãe, vamos para o lado de fora e trancar tudo, a polícia vai saber o que fazer.
- Oh, mãe... - Digo, colocando a mão na barriga - Eu não tô me sentindo muito bem... - Na hora eu desmaio por ter perdido muito sangue.

Assim é a vida de um bêbado, age por conta própria, não sabe o que fala e muito menos o que pensa, por isso eu não o culpo, mas também não gosto de ver uma lata de cerveja na minha frente.

Flash back off:

Depois disso, eu lembro que eu me acordei no hospital, eu acordei 2 dias depois do incidente.
E um resumo geral seria que o meu pai voltou para casa, ele "parou" de beber, e todo mundo se recuperou dos machucados, e a Agatha também ficou bem.
Até hoje eu tenho a marca do corte que o meu pai fez nos meus braços.

Mas enfim, ele estava bêbado, ele tinha se envolvido com amizades erradas e deu nisso, mas eu perdoou ele, aliás, ele já morreu, e ele ainda é meu pai, então eu realmente o perdoou, de coração...

- Ei, Geovanna? Geovanna? Geovanna? - O Karl me chama, até finalmente me tirar dos meus pensamentos.
- Ah, oi?
- Você tá bem kk?
- Ah, sim, eu estava só pensando aqui comigo mesma.
- Ok, kk, mas enfim, como eu estava falando, quando você quer ir andar de skate de novo?
- Sei lá, quando der certo a gente vai.
- Que tal depois de amanhã? - O Daniel fala enquanto dirige.
- Claro - Sorrio.
- Mas o que vai ter amanhã? - O Karl pergunta.
- É surpresa - O Daniel responde.
- Ok.

E finalmente, nós chegamos em casa...

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O capítulo de hoje foi curto, mas eu gostei.

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