Capítulo 35

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Lalisa Manoban Pov

— Por favor, não me manda embora.

Ela pediu com a voz fraquinha e um pouco trêmula, o que significava que ela estava chorando antes. Senti meu coração se apertar, porém não poderia ceder... Não tão fácil.

— O que você está fazendo aqui?

Consegui soar firme e pude vê-la apertar o buquê mais forte em suas mãos.

— Posso entrar?

Perguntou receosa, fingi pensar durante um tempo, mas depois apenas dei espaço para que ela entrasse. Muito sem jeito ela me estendeu o buquê, seus olhos demonstravam medo e suas mãos estavam trêmulas. Minha vontade era de pegar aquelas rosas e dar na cara dela com elas, mas eu não faria isso, jamais feriria ela, mesmo que ela tenha feito isso comigo... Podem me chamar de idiota, mas eu não conseguiria ser uma ogra com ela... eu a amo, que porra!

— Para você.

Ela disse timidamente, eu mordi o lábio ao esticar a mão e pegar o buquê. Inalei o aroma das rosas e ela deu um sorriso tímido ao ver meu gesto. Fui até a cozinha e peguei um jarro para colocar as rosas. Voltei para sala e Jennie ainda estava na mesma posição.

— Agora me diz, o que você veio fazer aqui?

Perguntei séria e ela engoliu em seco. Cruzei meus braços embaixo do meu peito e encarei-a com a expressão completamente fria.

— Eu vim me desculpar, eu...

Ela ia começar com todo aquele discurso, só que eu não estou afim então a a impedi, soltando uma risada irônica.

— Pelo quê? Te desculpar por destruir a porra do meu coração? Por me fazer sentir como se eu fosse um lixo? — Alterei minha voz e ela se encolheu me olhando com uma expressão de medo. — Não Jennie, você não tem o direito de fazer isso comigo, eu mudei por você. Porra! Eu parei de sair com aquele bando de mulher por tua causa, porque eu queria te mostrar que eu valho a pena. Porque eu queria que você me notasse e me amasse da mesma forma que eu te amo.

A essa altura já chorávamos, eu andava de um lado para o outro sem quebrar o contato visual com ela. Eu queria que ela visse o quanto eu estava mal por causa dela, o que ela fez comigo.

— Lili, eu...

— Não Jennie, cala a boca, eu ainda não acabei. Eu não sou a porra do seu brinquedo, eu não vou ficar rastejando atrás de você como se só existisse você no mundo. Eu não vou me humilhar por você.

Gritei mais alto ainda e um forte soluço escapou de seus lábios. Estava me destruindo vê-la chorar daquela forma, mas quantas vezes eu me senti daquela forma por causa dela só esse mês?

— Não é só vir aqui e pedir desculpas, não vai consertar a porra do meu coração, não vai mudar o fato de você ter me fodido. Não faz isso, por favor. Se não me ama de verdade... Não brinca comigo.

Pedindo tentando soar com toda raiva que existia dentro de mim, mas minha voz acabou falhando. Encarei seus olhos e os vi brilharem de uma forma diferente. Sua boca se abriu em surpresa, eu hiperventilava sentindo todas as minhas veias saltarem.

— Nunca mais! Nunca mais na sua vida repita uma asneira dessas, Lalisa.

Ela gritou com raiva de repente, agora eu fiquei surpresa com sua explosão.

— Não duvide do maior sentimento que eu já senti por alguém na minha vida. — Ela chorava, eu chorava também. — Eu posso sim ter feito merda, eu não deveria ter aceitado aquele beijo. — Quando ela lembrou daquilo, senti meu coração doer de novo. — Aquela merda de beijo que você viu foi uma porra de uma despedida, porque ele praticamente suplicou por aquilo. Eu estava dando adeus para alguém que seria perfeito pra mim por você, para você vir agora e dizer que eu não te amo de verdade? Você deve estar de brincadeira com a minha cara.

Fechei os olhos sentindo o peso de suas palavras, minhas pernas bambearam, perdi as forças delas e caí de joelhos. Eu me sentia fraca, ela estava sendo sincera, eu sabia disso, mas eu estava destruída por dentro, eu só queria que ela me abraçasse e dissesse que aquilo não aconteceu. Pode ter sido despedida, mas doeu tanto ver aquilo.

— Por que fez isso comigo, Jennie? Por quê? O que eu te fiz?

Pedi com a voz completamente embargada quase em suplica, ela se ajoelhou na minha frente e segurou meu rosto em suas mãos.

— Olha pra mim meu amor, por favor. — Ela pediu num tom choroso e eu abri os olhos, encarando aqueles castanhos que eu tanto amo, completamente sem brilho algum. — Eu amo você, somente você, eu nunca iria fazer aquilo se eu soubesse que você estava vendo. Ele disse que só queria um último beijo e depois eu estaria livre de vez para você, por favor acredita em mim.

Ela pediu em meios as lágrimas e colou nossas testas. Nossas respirações furiosas se fundindo, chorávamos fortemente uma para outra. Eu percebi que não era só eu que estava quebrada, ela também estava. Mas sou sempre eu que corro atrás, está na hora de ela correr um pouco também.

— Eu acredito. — Falei sincera num fio de voz, ela levantou o rosto me olhando surpresa. — Eu acredito em você, mas... eu não posso te perdoar fácil assim. Tá doendo aqui, sabe?! — Apontei para o meu coração e ela segurou o soluço que ia escapar de sua garganta. — Eu não sei o que fazer.

Confessei sentindo um nó se formar na minha garganta. Jennie me puxou para seus braços, sentou no chão e me ajeitou entre suas pernas.

— Deixa eu te mostrar que eu posso te deixar bem de novo, deixa eu mostrar o caminho para você, por favor. — Ela estava quase suplicando e eu olhei em seu rosto. — Eu não consigo e nem quero viver sem você, e se for preciso te provar todos os dias que eu te amo, eu vou fazer isso. Vou fazer você esquecer tudo de ruim que aconteceu.

Ela falou de forma tão sincera que eu senti meu coração expandir no peito. Ela estava correndo atrás mesmo sem eu pedir, era disso que eu precisava para dar uma chance à ela. Como Jiwoo disse, eu não consigo viver sem Jennie mesmo, e é verdade. Mas eu precisava antes saber de uma coisa...

— E seu noivado?

Perguntei e ela soltou um longo suspiro seguido de um sorriso.

— Acabou. Agora eu sou uma pessoa livre só para você.

Ela disse eu senti uma enorme onda de felicidade crescer em mim. Sem aguentar mais, eu a beijei com toda a paixão que eu sentia. Todo o meu corpo relaxou no momento em que nossas línguas se tocaram, aquele gosto único que a boca dela tem, morango com cereja. Senti um gosto salgado entre o beijo pude então perceber que ela chorava. Separei-me dela e sequei suas lágrimas.

— Não chora, dói em mim também.

Pedi, ela fungou e me beijou outra vez.

— É choro de felicidade, você me deu uma chance.

Ela disse sorrindo tão grande que acabei sorrindo também.

É possível que somente em um dia, eu tivesse sentindo falta dele como se tivesse passado meses sem vê-la?

— Dorme aqui comigo? — Pedi e ela me olhou surpresa — Eu só quero dormir do teu lado, só dormir... por favor.

Ela sorriu acariciando meu rosto.

— Não precisa pedir duas vezes.

Ela respondeu e agora eu sorri. Ela levantou do chão e me ajudou a levantar também.

— Posso passar o dia aqui com você?

Ela perguntou com receio enquanto sentávamos no sofá, eu sorri para tranquiliza-la.

— Claro que sim.

Concordei e ela sorriu feliz antes de se aconchegar em meu peito.

Começamos a assistir um filme qualquer, eu me sentia completa outra vez.

Jennie é uma controvérsia sem fim, do mesmo modo que ela me faz sofrer, ela me traz a paz de volta.

Sem esforço algum.

Talvez eu esteja sendo tola em dar outra chance à ela, mas como eu viveria sem o amor da minha vida?

De uma coisa eu posso ter certeza: não existe outro lugar que eu queira estar sem ser ao lado dela.

A melhor amiga da noiva- JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora