SACRIFÍCIO MORTAL
o devoradorA noite chegou de forma silenciosa, como se o céu estivesse se fechando sobre a cidade, sufocando qualquer vestígio de luz. Yoongi estava de pé à beira da estrada, observando o castelo no horizonte, sentindo aquela presença invisível o cercar. Ele sabia que se aproximava de algo, de uma verdade sombria que os moradores estavam desesperadamente tentando esconder. Suspirou, abraçando os joelhos em uma tentativa de se esquentar do vento gélido.
Havia parado apenas para fumar, todo estresse daquela última semana estava o afetando mais do que deveria. Apagou o cigarro e o jogou no lixo e voltou a caminhar em direção a pequena hospedaria. De repente, sentiu uma presença atrás de si. Passos silenciosos, sombras se movendo às margens de sua visão. Tentou ignorar, mas o incômodo crescia. A sensação de ser observado, seguido, era inegável.
Antes que pudesse reagir, mãos ásperas o agarraram. Yoongi tentou se desvencilhar, mas foram rápidos e violentos.
— Ei! O que estão fazendo!? — Sua voz cortou o silêncio, mas foi abafada pelo capuz que jogaram sobre sua cabeça.
Ele tentou lutar, chutando e golpeando o que pôde, mas pareciam ser muitos. O som abafado de seus protestos ecoava em seus ouvidos enquanto era levado, o corpo sendo arrastado como um prisioneiro condenado. O medo se infiltrava em seus pensamentos..
— Me soltem! — Gritou novamente, mas os aldeões estavam mudos, como se o ato que cometiam fosse uma rotina.
Sentiu o ar ser arrancado de si quando uma pancada forte foi desferida em seu estômago. Puxou o fôlego tentando se recuperar, mas não lhe foi dado tempo antes que mais golpes lhe atingissem. Yoongi tentou proteger-se com os braços, mas o número deles e a violência dos ataques o deixaram sem forças, além de não saber de qual lado seria atingido por sua vista coberta pelo pano escuro.
Gritou mais e mais enquanto era colocado dentro de um compartimento amadeirado, talvez um caixote. Suas mãos amarradas em um nó firme impossibilitava seus movimentos, mas era balançado de um lado para o outro. Não sabia se as náuseas eram pelo balançar do caixote, pelo soco em seu estômago ou pelo medo que sentia.
A última coisa que ouviu foi o som de um portão se abrindo, pesado e enferrujado, antes de ser puxado do caixote e ser lançado ao chão com brutalidade. A dor irradiava por todo o seu corpo enquanto o capuz era removido, revelando o cenário diante de seus olhos turvos.
Ele estava dentro do castelo.
As paredes imponentes erguiam-se ao redor, fechando-se como uma prisão eterna. Ele tentou se levantar, as pernas vacilando, enquanto seus agressores o observavam em silêncio, como se tivessem cumprido uma missão desagradável.
— Por que... por que estão fazendo isso? — Ele conseguiu murmurar, a voz entrecortada pela dor.
Um dos homens, o rosto oculto pelo capuz de sua capa, respondeu com uma voz rouca e grave:
— Você não deveria ter vindo aqui. Só há um destino para intrusos como você.
Sem mais explicações, os aldeões se afastaram rapidamente, deixando Yoongi sozinho no pátio sombrio do castelo. O portão se fechou com um estrondo ensurdecedor, selando sua sentença.
O silêncio que seguiu foi absoluto. Apenas o som de sua respiração ofegante ecoava pelo espaço vazio. Ele olhou ao redor, tentando compreender onde estava. O castelo era muito maior do que ele imaginava, as paredes de pedra frias e rígidas, como se o tempo tivesse parado ali dentro.
Com o pouco de força que tinha, ergueu os pulsos até os lábios cortados, desamarrando as cordas que os prendiam. A pele avermelhada fazia um contraste forte em seu braço, a mesma ardia como fogo.
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O Despertar das Almas
FantasyO DESPERTAR DAS ALMAS especial de halloween Min Yoongi, um antropólogo renomado, chega a uma cidade envolta em mistério para investigar mortes inexplicáveis. A recepção fria e estranha dos moradores levanta suspeitas, especialmente quando ele se...