Um Segredo Entre Nós

Letícia Villar

O que eu estou fazendo aqui? Se meu pai descobrir eu estou literalmente fodido.

Sara, minha melhor amiga, me convenceu a vir conhecer o tal Boate renovado "Explosion Of Pleasure" que funciona a um bom tempo, mas estava fechado para uma reforma e expansão do local.

Quando ela falou um barco Pensei em pessoas dançando e bebendo, e realmente estou vendo pessoas dançando, mas a maioria está pelada ou bem próxima de ficar, estou ainda em choque quando vejo dedos finos e pintados de rosa instalados na frente dos meus olhos que estão vidrados em uma mulher que, está vestida somente com joias, e pérolas que estão cobrindo somente as partes íntimas, imagino que as joias sejam excitantes, pois a cada engatinhada sua cara de satisfação fica visível.

—Terra chama Letícia? — Vejo Sara que é alguns centímetros mais baixo que eu na minha frente buscando chamar minha atenção.

— Eu estou te ouvindo ridícula! — Esse e os lugares que você frequenta? Quando me falei da boate não pensei que iria ver aquilo. — Digo apontando para a mulher de quatro no chão.

— Cada um com seus fetiches! — Diz dando de ombros, como se aquela cena fosse a coisa mais comum do mundo. — Preciso achar o Rafael! — Diz olhando todos ao nosso redor enquanto continua a tagarelar.

— Tenha acesso a todos os andares, cada andar tem uma atração, seu cartão lhe dá acesso livre a todos os andares, menos ao terraço, Rafael evita que cheguem até lá para evitar acidentes. Mas o melhor lugar é o Dark Room. O que os olhos não veem o coração não sente, vai viver, quem sabe assim você tira as teias dessa sua larrisinha. — Falou debochando de mim.

— Ok ficar longe do terraço, posso ir para qualquer lugar, e o Dark Room e sua indicação, pode deixar, vou dar uma volta quem sabe eu não aceito sua sugestão. —Digo sorrindo e dando uma piscadinha para minha amiga.

— Ótimo, se precisar de mim só me ligue, ou procure uma segurança e peça para bipar para o Rafael, vou estar com ele. — Fala de uma vez. — Ah e você vai embora comigo, então se quiser descansar o quarto trimestral e sessenta e nove está reservado.

— Ok, vai encontrar seu homem. — Falei pondo um fim no assunto.

Vejo ela indo embora a caminho do elevador, me aproximando do bar, peço uma cuba livre para o garçonete, enquanto ele prepara a bebida volto minha atenção a mulher que estava engatinhando no chão, agora ela se encontra de joelhos apoiando seu rosto na coxa de um homem forte, e muito bonito, ela parece não notar os olhares de desejo em sua direção, toda sua atenção está direcionada ao homem bonito, ela o olhar com admiração e submissão, não preciso nem ser do mundo para saber que o que estou vendendo é um esquema de poder entre um Dom e sua submissa, o ambiente está escuro e a música "Sexy In Paris da Nikki Idol", toca em alto e bom som algumas dançarinas fazem coreografias sensuais que aumentam o clima sensual no ambiente.

— Aqui está, senhora! – Ouço o garçom loiro, chamando minha atenção.

—Obrigado. — agradecimento.

— Você me parece perdida. – Diz me olhando enquanto se inclina na bancada, para ficar mais próximo a mim.

— E um pouquinho, a primeira vez aqui, e quando minha amiga me encontrou eu achei que iria ver somente jovens bebendo e dançando, acho que posso dizer que estou surpresa. Talvez impressionada, nunca vi nada assim antes. — Falo olhando seus lindos olhos azuis.

— Aproveita, que esse cartão dourado está em suas mãos e vai conhecer os outros andares, o oitavo andar só entra quem tem um cartão igual ao seu, poderia começar por lá. – Disse sugestivamente.

— Obrigada, tenha uma boa noite! — Disse-me afastando.

Muito gato, porém muito novinho, nunca gostei de homens mais novos, sempre mais velho, o quanto mais velho? — Quanto meu coração manda! Não me importa se há vinte e cinco anos mais velho ou trinta e cinco podemos dizer que tenho problemas com Daddy Issues, não que meu pai tenha sido um pai ruim, não é isso meu pai é ótimo, e eu tenho a vida boa que tenho simplesmente porque ele trabalhou muito, para nos dar uma vida boa, por isso estudo na melhor faculdade do país e faço um dos cursos mais caros e meu pai arca com todas as despesas. Mas ele nunca foi presente, sempre houve uma reunião, um jantar importante um evento de gala e os momentos comigo, ele não tinha tempo quando estava em casa estava tão exausto que só queria dormir, E quando ela estava viva, minha mãe monopolizava toda sua atenção, hoje eu entendo, eles precisaram de momentos como casal. Mas eu também preciso de um pai presente, de proteção e atenção.

Só de lembrar disso meu humor muda, começar a apertar descontroladamente o botão do elevador, como se minha ansiedade fosse capaz de fazê-lo chegar mais rápido.

— Vejo que está com pressa gatinha, mas duvido muito que a violência, vai fazer você atingir seu objetivo. — Uma voz grave e muito sensual tocou meus ouvidos me arrepiando, sua voz era uma sugestão de tão próxima que seus lábios estavam no meu pescoço, deixando um rastro de calor com seu suspirar.

Me viro em um movimento rápido e inesperado, acabei me desequilibrando, estou quase caindo por conta do salto alto, quando sinto o homem desconhecido me segure não encontro o chão, pois seus braços fortes e bem definidos me seguraram pela cintura me puxando para próximo e me mantendo em pé, nossos olhos se cruzam ele está com uma máscara, que cobre o redor de seus olhos, fico impressionada, nunca vi essa cor em outra pessoa, suas íris de âmbar com tons misturados em amarelo e dourado vivos, são lindos e expressivos, quando ouço respirar novamente, meu corpo entra em um colapso com o cheiro delicioso, que este monumento está usando, seu perfume tem notas frescas e picantes seguido por um delicioso toque amadeirado. Abro um pouco os lábios tentando formular uma frase que não me faz parecer uma criança idiota, mas me acabo me distraindo novamente e me mantenho calada, quando vejo o grisalho de seus cabelos e de sua barba que deixa em destaque seus lábios, carnudos e visivelmente deliciosos . Ele veste uma blusa branca social que está indecentemente apertada em seus músculos e eu salivo como uma bela safada.

— Desculpa não queria lhe assustar