CAPÍTULO Ⅰ

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- Eu senti sua falta. - A voz de Rio era carregada de uma emoção ainda indecifrável, mas seus movimentos permaneciam firmes enquanto com uma mão pressionava a adaga contra o pescoço de Agatha.

- Eu te odeio. - O suspiro carregava mais do que palavras; era um misto de cansaço, dor e algo que ela não conseguia ou não queria nomear.

- Quanto tempo se passou, Agatha? - Sua voz, mais grave agora, tinha um tom interrogativo, como se buscasse algo além de uma resposta simples.

- Não tenho certeza. - Apesar da força que fazia para manter a lâmina longe de seu pescoço, o olhar alternava entre as mãos e o rosto de Rio.

- Desde que você adquiriu o Darkhold, você se escondeu atrás de toda aquela magia das trevas. Mas então você o perdeu... e agora... - Com sua mão esquerda, Rio empurrou a ponta da lâmina lentamente contra a pele de Agatha, até que um filete de sangue surgiu. O contato fez Agatha soltar um gemido baixo, involuntário. - Toque. Você está vulnerável.

Agatha riu baixinho, a voz carregada de ironia. - Apenas fisicamente. - Num movimento rápido, ela agarrou o cabelo de Rio, forçando sua cabeça contra a parede. Num único gesto, ela redirecionou a lâmina, cravando-a na parede.

Rio apenas sorriu diante da ofensiva. Ela agarrou o pescoço de Agatha com força, virando-a para o lado oposto da parede e com um chute a lançou pela cozinha. Retirou a adaga cravada na parede, observando Agatha rastejar em direção a um utensílio caído no chão. Mas a tentativa da bruxa foi em vão. De maneira ágil, Rio arremessou a lâmina novamente. O ataque foi bloqueado apenas por uma bandeja de cozinha, fazendo a adaga voar para longe de ambas.

As duas avançaram ao mesmo tempo, disputando a posse da lâmina caída. Rio foi mais rápida, fechando os dedos no cabo. O sorriso malicioso em seus lábios parecia crescer enquanto observava Agatha, que gemia de dor ao sentir a lâmina cortar sua mão.

- Você se lembra da dor? - Rio perguntou, a voz impregnada de sarcasmo. - Meio que faz cócegas, não é? - Ela riu com desdém, o olhar carregado de escárnio.

Agatha, apesar da situação, riu baixinho também, antes de reagir. Com um tapa certeiro, forçou Rio a recuar.

- Cuti-cuti. - Provocou Agatha, enquanto rastejava lentamente na direção de Rio, que estava deitada, tentando se recuperar.

Rio, sem hesitar, ficou de joelhos e partiu da direção de Agatha, desferindo dois golpes com sua adaga. Agatha esquivou-se de ambos e, num movimento ágil, envolveu o braço ao redor da cintura de Rio, derrubando-a no chão.

Desta vez, Agatha estava por cima, segurando firmemente o pescoço de Rio com a mão direita, enquanto a esquerda prendia a outra no chão.

Rio sorriu, mesmo com a suposta posição desvantajosa. Não era realmente desvantajosa, ela pensou. Agatha não usava nada por baixo do robe enquanto estava em cima dela e essa cena trouxe lembranças.

Involuntariamente, provavelmente por memória, sua própria perna levantou entres as pernas de Agatha. Ela apertou a mão de Agatha contra seu próprio pescoço, numa provocação descarada. - Você não pode me matar.

- Você não pode me matar. Não é permitido. - Respondeu Agatha, os olhos faiscando com intensidade.

Rio agarrou os ombros de Agatha e a puxou com força, chocando suas testas com um impacto que ecoou pela sala. O gesto foi tão bruto quanto eletrizante, e o brilho irônico nos olhos de ambas não se apagou nem por um segundo. Levantando-se em um movimento fluido, Rio a lançou para trás com uma força sobrenatural, jogando-a contra a vitrine de vidro, que estilhaçou em pedaços.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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