Já era final de tarde quando terminamos de arrumar toda a bagunça que fizemos, os pais de Brian iam voltar ainda naquela noite e nenhum de nós queria que eles chegassem com sua casa de cabeça para baixo.
Depois que terminamos tudo, pegamos nossas coisas e fomos todos em direção ao carro. Todos estavam num astral muito bom e lá em cima, eu me perguntava como ainda tinham energia depois de passar o dia todo na piscina.
Coloquei minha mala no carro e fui em direção ao banco de trás.
— Você vai na frente. — Catarina diz entrando antes de mim.
— Não me importo com isso, acho que o Lucca gostaria de voltar no mesmo lugar.
— É que a gente tinha coisas pra conversar sabe? — Ela diz puxando o braço dele para perto de nós.
— Na verdade eu…— Ela o belisca. — Aí! É…quer dizer, claro temos coisas pra conversar.
Eu desisto me dando por vencida e vou em direção ao banco do carona.
— Olá copilota. — Ele diz animado.
— Oi. — Eu digo sorrindo de volta.
— Te chutaram para cá?
— É. Foi o lugar que me restou né. — Eu me viro e coloco o cinto, Nicolas da a partida no carro.
— Pode controlar as músicas se quiser.
Meus olhos brilham e eu me sinto animada de novo. Tinha um louvor que não saia da minha cabeça e eu queria ouvir até me enjoar dele.
Nós quatro fomos durante a maior parte do caminho cantando. Sempre que estava com eles sentia uma sensação de família, como se pudesse voltar para cá a qualquer momento. Queria guardar esses momentos para sempre e fazer deles eternos.
Antes de vir pra cá eu estava tão sozinha, é claro que tinha a Liza por lá e ela era ótima mesmo, mas eu sentia falta desses momentos de conforto, onde tudo parece certo e que não existe preocupação.
Conversamos bastante sobre Deus também, Catarina me contou alguns testemunhos lindos que ela teve e me senti emocionada. Nunca vou deixar de me impressionar com o quão maravilhoso ele é.
Me lembrei das vezes em que Liza me falava sobre isso e como me sentia diferente ao escutar, será que isso já estava nos planos dele? Me trazer de volta?Senti meus olhos se inundarem ao me lembrar de todos os momentos que achei que ninguém me via, que ninguém estava prestando atenção o suficiente em mim. De como estava lidando e tentando cuidar de todas as coisas sozinhas, mas ele nunca deixou de olhar pra mim.
Não quero me distanciar nunca mais.
Catarina foi a primeira a ser deixada em casa, esperamos ela entrar e saímos. Eu esperava que ela me mandasse mensagem outra hora para confirmar sobre o aniversário.
— Você que vai liderar a célula amanhã Nic? — Lucca diz.
— Acredito que sim, preciso me organizar.
Lucca encostou no banco e começou a mexer no celular.
Eu comecei a me concentrar nas ruas, dava para entender o porquê a cidade sempre recebia tantas visitas em todas as épocas do ano. Tinha algo nela que eu não sabia explicar.
Sentia a mesma coisa todas as vezes que vinha para cá quando criança.
Como já estava escurecendo, a cidade estava ficando gelada. Alguns restaurantes já estavam acesos e servindo toda comida quente que você conseguir pensar.
Levei minhas mãos em meus braços alisando eles na tentativa de me esquentar.
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Os traços do amor
Romance"As vezes as coisas podem sair do nosso controle, mesmo que a gente ache que tudo está no caminho certo. A vida vem e bagunça tudo o que você já tinha planejado, mas as vezes você pode perceber que na verdade isso era tudo o que você precisava." A...