POV MATEO
Depois do incidente na escola, eu e Camila voltamos para casa.
– Mateo...
– Humm? O que foi?
– Me desculpa.
– Pelo o quê, maninha?
– Por hoje.
– Oxi, mas a culpa nem foi sua, foi daquele moleque idiota. Não tem por que ficar mal por isso – disse, e ela sorriu. Minha irmã sofre de alguns problemas psicológicos desde que perdeu nossa avó. Como eu não era muito apegado, fiquei de luto por alguns meses, mas logo passou. Já ela se culpa até hoje. Meus pais até já a levaram a um psiquiatra, e acho que isso a ajudou um pouco. Antes, ela não conseguia dormir sozinha, pois dizia que nossa avó estava observando. Então, ela dormia comigo, mas como já expliquei, o tratamento a ajudou muito, e hoje ela já dorme sozinha e sem remédios. Depois que chegamos em casa, Marta, nossa empregada, estava nos esperando com o almoço.
– Ah, oi, meninos, me acompanhem até a cozinha, por favor.
– Marta, você nos conhece desde pequenos, não precisa de tanta formalidade assim.
– É, Marta, você já me viu pelada – disse Camila, e todos riram.
– Bom, então sentem e comam, já volto com o suco.
Eu e Camila sentamos e começamos a comer.
– E meu pai, Marta?
– Ele teve que ficar até mais tarde no hospital resolvendo alguns assuntos.
– Ah...
– Ei, calma, maninho, logo, logo ele volta.
– Sim, eu sei, mas que coisa... Por que ele nunca come com a gente?
– Você sabe que ele é muito ocupado.
– Que se dane! De que adianta tanto dinheiro se ele vira as costas para a própria família? – Encarei Camila. – Obrigado, Marta, estava ótimo, mas vou para o meu quarto.
Subi as escadas e fui para o quarto. Peguei meu celular e comecei a conversar com o Vitor, um amigo meu.
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– Oiii, cara.
– E aí, mano, como tá a nova escola?
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a beira do espelho
Romancecaio é um menino gay assumido que mora com sua mãe em SP e quando ele finalmente entra no 3 ano do ensino médio sua vida muda de cabeça para baixo