— Olha só, eu não sei que merda você fumou hoje, mas isso é um erro grave!
— Esses são os medicamentos indicados para hoje Darcy, sinto muito. — ela me olhou com aquele olho de peixe morto.
Respirei fundo e olhei para os três comprimidos em cima do balcão a minha frente, essas merdas não vão fazer qualquer tipo de efeito em mim. A senhora Cameron veio até aqui e deixou uma receita de um remédio diferente do que eu costumo a tomar.
Um bem fraco por sinal.
— Merda, oque eu faço agora, as vozes não se calam sozinhas! — grunhi.
— Bom, eu acho que essa não é a primeira vez que você fica sem remédios. — ela cruzou os braços. — Eu realmente não posso fazer nada, recebi ordens claras para dar apenas essa quantidade de remédio.
Ela parecia que não iria resolver meu problema apenas com minhas lamentações, para falar a verdade parece que essa mulher não tem a mínima vontade de fazer as coisas.
— Sabia que se você enfiar drogas no 'cu o efeito é dez vezes mais forte. — cochichei chegando mais perto da enfermeira pelo balcão.
— Olha, eu já tive casos de pessoas que introduziram coisas inimagináveis nesse lugar, mais oque isso tem a ver com o seu problema? — franziu o cenho.
— Remédios são drogas, então..— dei de ombros.
A enfermeira arregalou os olhos ao entender oque eu quis dizer, bom eu tive que puxar para o lado do "meu Deus que porra é essa" pra essa mulher me dar algo mais forte.
— Nem pense nisso Darcy! — esbravejou. — Por Deus eu irei ver oque consigo fazer para você, apenas, apenas, Deus..
A mulher procurava de trás do balcão alguma coisa que eu não sei, até que ela achou o telefone fixo do hospital e discou algum número, eu fiquei observando ela falar ao telefone com uma certa pressa.
— Senhor Charles, ah não apenas os remédios de Darcy que vieram em uma dosagem baixa do costume.
— Eu pedi para Yvonne prescrever uma receita com o remédio em uma baixa quantidade, iremos fazer alguns teste em Darcy. — pude ouvir a voz do diretor do outro lado da linha e torci o nariz para sua resposta.
— Senhor o problema é que, Darcy não está muito de acordo com essa decisão, e está aqui pedindo por outra coisa mais forte.
Concordei com a cabeça enquanto a mulher me encarava.
— Ouça selena, não importa oque ela dizer a você, não aumente as dosagens ouviu? — falou rígido.
Bufei revirando os olhos, esse homem a cada minuto que passa desperta ainda mais o meu ódio.
— M-mas se for algo de extremo? — a enfermeira gaguejou.
Ouve-se um suspiro do outro lado da linha, ele me conhece o suficiente para saber que as vezes eu posso ser uma pessoa bastante extremista. Bem, nem sempre eu sou assim, só as vezes, quando é necessário.
— Apenas faça oque eu digo, ela não fará nada inusitado. Eu espero.
Sendo assim a ligação se encerrou, a enfermeira me olhou com uma mistura de medo e pena, eu sei que ela não podia fazer nada se a ordem veio de lá de cima, mais sabe, uma emoção a mais nunca é demais.
— Infelizmente não posso resolver o seu problema Darcy. — lamentou.
— Tudo bem, essas merdas vão ter que dar. — peguei os remédios em cima do balcão e já estava pronta para ir embora.
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DESEQUILÍBRIO
FanfictionEm um hospital psiquiátrico, onde vive os pacientes mais críticos para a sociedade, vive também Darcy Pierce. Uma mulher que foi diagnosticada com esquizofrenia paranoide aos cinco anos de idade, o hospital sempre foi a sua casa, um lugar que as vez...