Teacher's Pet

Capitulo 2

Eu estava saindo da universidade quando o sol já começava a se pôr, tingindo o céu com um tom laranja e suave, havia sofrido comentários desagradáveis sobre meus seios, - para variar. Mas nada me abalava, já que diretamente o Keiji havia conversado comigo, não  somente isso, mas aparentemente ganhei aulas particulares. O timbre dele ao chamar meu nome, a forma que ele parecia me apreciar, aqueles cabelos pretos como o ônix daquele olhar...tudo em Keiji soava extremamente sedutor, o que salvou meu dia, que prometia a mesma ruína diaria. Na hora de ir embora, o campus soava diferente do que o habitual inferno diário, com poucos alunos espalhados por ali, talvez porque fosse o fim de semana, alem do mais, era segunda. Eu ainda estava processando as aulas do dia e, especialmente, um pensamento que insistia em não me abandonar:

Keiji.

Ele estava sempre na minha mente, me fazendo pensar em coisas que eu não deveria, tipo em como suas mãos poderiam tocar em mim em uma aula de anatomia humana particular, ou como os labios cheios poderiam tocar os meus, - ja que nunca havia beijado antes. Patetico? Eu sei, com a idade que tenho muitas ja são mães, ate porque sou uma adulta...e de repente lá estava eu, me vi sorrindo sozinha, lembrando de como seus olhos pareciam penetrar em minha alma, de como ele sempre parecia tão perto, mas ao mesmo tempo, tão inalcançável.

Eu segui pelo caminho que levava à minha casa. Morava perto da universidade, então não era difícil caminhar até lá. As ruas estavam tranquilas, o barulho dos carros e das conversas distantes me acompanhavam enquanto minha mente continuava divagando. Era algo incontrolável, uma paixão que me consumia sem aviso. Eu não conseguia tirar Keiji da minha cabeça, nem mesmo quando o racional dizia que ele era inacessível. Ele era meu professor...não deveria me apegar a ideia de te-lo, mas e se...?

Quando passei pela praça, vi Nora de longe, agitando a mão para me chamar. Ela estava com um sorriso largo, e eu imediatamente sorri de volta. Nora sempre tinha uma energia contagiante, um jeito de iluminar qualquer ambiente, ela tinha as tipicas bochechas redondas, um sorriso largo, e era mais baixa do que eu, seus cabelos eram marrom em um tom claro e utilizava lentes. Ela se aproximou de mim e, com seu tom animado, me disse:

— Anne! Não vai acreditar! Eu e o pessoal estamos organizando uma festa do pijama, e você precisa vir! Vai ser incrível! Todos vão estar lá! Eu já falei de você e garanto que eles não são babacas iguais os povo daqui, vamos vai?

Ela me pede com um sorriso, seu tom era animado e esbelto, seus olhos castanhos brilhavam claro em minha direção, não pude evitar de sorrir sem graça, até porque ela é a única a me tratar com simpatia, querendo ou não eu sou muito apegada a Nora.

Não sou exatamente o tipo de pessoa que gosta de festas, mas algo em Nora me fazia querer dizer sim. Talvez fosse a chance de me distrair um pouco, esquecer de Keiji por algumas horas, ou talvez esquecer que as marcas em meus braços ardiam igual a constante pressão de me matar. Não sou do tipo forte, eu so tento...luto para viver.

Ou talvez indo, e só talvez, fosse a oportunidade de me conectar mais com as pessoas, quem sabe fazer amigos?

— Ah, eu não sei... – comecei, hesitante. — Eu não sou muito de ir a festas, você sabe...e tipo, não querendo ser chata, mas...você sabe que nem todos são receptivos a uma estrangeira.

— Claro que é! Você só precisa relaxar um pouco! Vai ser legal, prometo! Vai ser só uma galera legal, nada de encheção de saco, nada de drama! – Ela sorriu com confiança. – Vai ser divertido. Eu te mando o endereço e tudo mais, se alguém te encher a porra do saco eu quebro na porrada, afinal, os anos de Taekwondo não foram atoa.

E eu, sem resistir à sua energia e ao seu sorriso brilhante, acabei aceitando. Eu precisava sair da minha zona de conforto.

A noite caiu rápido, e eu estava na frente do prédio de Nora, na verdade soava simples, um lugar mediano e aconchegante. Assim que entrei, fui recebida por Nora com um abraço apertado.