A Velha Tutora

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• Pdv. Onyx
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Enterrando meus pés na neve, levemente agoniante, observava as paredes escuras que subiam metros e metros ao céu. Nada mais era do que o motivo de tanta insistência que fazia ao meu pai, a Fortaleza Gelada, que se estendia aos lados, formando uma grande muralha nos confins de Einydom. Ali viviam os mais nobres pôneis e batponies que poderiam existir no reino: largavam mão de toda sua vida para proteger os demais.

No extremo sul, o intenso calor do verão parecia nem mesmo existir, de tão frio que era. Por sorte, usava uma toca e um cachecol feitos pela Madame MC. Ambos eram incrivelmente confortáveis.

Prontamente, o enorme portão de madeira se abriu, por onde surgiram dois batponies: um com uma tocha na boca e outro com uma espada guardada em suas costas. Encaravam-me com seriedade e desconfiança, provavelmente algo típico de guerreiros.

- O que quer aqui? - O batpony com a boca livre, vermelho, parecia procurar algo ao meu redor.

- Aposto que se perdeu. - Murmurou o com a tocha na boca, de cor dourado-acinzentado.

- Evercold é mais ao oeste, forasteiro. Vai ser o morcego mascote da leide vampira? - Esperou a risada do colega para poder rir junto.

- Eu vim me juntar à patrulha. - Esclareci, com a maior seriedade possível.

- É foragido? - Questionou o dourado, ao arquear uma sobrancelha.

- Foi sentenciado à morte, banido, pego por roubo, andou se atracando com a esposa de algum pônei importante?... - O avermelhado tentava adivinhar.

- Eu apenas quis me voluntariar. Simples assim. - Bufei discretamente.

- Quando eu acho que já vi de tudo... - O batpony vermelho me chamou para dentro, com um gesto de cabeça.

Animado, embora externamente escondesse isso, segui aqueles dois péssimos anfitriões. Mas, que seja, não estava ali para ser bem atendido em minha chegada. Enquanto passava pelo minicorredor que dava acesso ao portão - o qual era levantado por correntes puxadas por mais batponies, todos com uma aparência bem sofrida, na realidade - reparei que não havia nada nas paredes além das próprias pedras escuras da qual era feita. Ao chegar na aparente ala central, vi uma ou outra mobília, mas tudo muito simples e escasso. Nenhum quadro glorificando os guerreiros, prêmios, qualquer ala que me desse uma sensação de conforto.

- Anda logo. - O batpony dourado bateu com uma das asas em minha cabeça.

Segui a dupla por mais um corredor em linha reta, sem que explorasse as alas leste e oeste, as quais deveriam ser muito mais interessantes. No fim, deixando a construção, voltava a uma área externa coberta de neve. Nela, alguns batponies e uma ou outra criatura de outra espécie pareciam beber cidra de maçã e dar risadas altas, enquanto comiam algo que nem me arriscava a adivinhar o que era. A melhor coisa que podia ver ali eram algumas pequenas fogueiras.

Brutalmente, o batpony vermelho empurrou um pégaso sem uma das asas e puxou uma lenha em chamas, jogando-a sobre uma pilha de madeira maior e mais central, que logo foi coberta por fogo também. Além do tamanho, a diferença é que havia uma haste com um crânio enorme no topo. De um urso, talvez?

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⏰ Última atualização: 12 hours ago ⏰

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