Samira lentamente levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com o olhar de um homem. Não era como os outros vikings, cujos olhares eram imundos e desprovidos de qualquer compaixão. Não. O olhar daquele garoto era diferente: era vazio, duro, imp...
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Samira ficou paralisada, os olhos fixos no corpo de seu irmão caído. A visão do sangue, o som do impacto de sua lâmina na carne, tudo se misturava em uma névoa escura em sua mente. Ela não conseguia processar a dor, o vazio que agora preenchia seu peito. Seu irmão, o único familiar que lhe restava, estava morto diante de seus olhos, morto por um viking implacável e frio. Thorfinn. O nome dela ecoava em sua mente, mas tudo o que sentia era um turbilhão de dor e desespero.
Ela olhou para a espada de Arvid, que agora estava caída ao seu lado, como se esperasse que ela fizesse algo. Com as mãos trêmulas, ela a pegou. A lâmina estava quente, como se ainda carregasse o calor da vida de seu irmão, e Samira sentiu uma onda de raiva crescer dentro dela, substituindo a dor com um impulso selvagem de vingança.
Sem pensar, ela se levantou, os pés pesados de dor, e avançou em direção ao viking mais próximo. O homem, surpreso pela reação dela, tentou reagir, mas Samira foi rápida. Com um grito de pura frustração e raiva, ela apunhalou o homem no peito com toda a força que conseguiu reunir. O sangue jorrou, e ele caiu para trás, estatelado no chão.
Mas antes que ela pudesse atacar outro viking, um dos homens gritou:
- Não faça isso! - Ele apontou para ela com uma lâmina.
- Se tentar qualquer outra coisa, vou fazer você sofrer. -
Samira congelou, sua mão ainda segurando a espada, tremendo com o peso da morte que ela havia causado. Ela olhou ao redor, desesperada, tentando encontrar uma maneira de escapar, mas os vikings estavam se aproximando. O medo tomou conta de seu corpo, e ela sabia que não havia mais chances de vencer.
Sem mais opções, ela tentou correr. Mas, antes que pudesse dar mais de um passo, uma mão firme agarrou seu cabelo, puxando-a de volta com força. Ela gritou de dor, sua cabeça sendo forçada para trás. Thorfinn estava ali, seus olhos frios e impassíveis fixados nela.
- Onde pensa que vai? - Ele disse, sua voz calma, mas ameaçadora. Ele puxou seu cabelo com mais força, imobilizando-a.
Samira tentou se soltar, sua respiração acelerada, as lágrimas escorrendo pelo rosto, mas não havia escapatória. Ele a segurava como se fosse nada mais que uma criança indefesa, impotente diante dele.
Samira chorava, os soluços saindo com força. Ela queria gritar, queria atacar novamente, mas seus músculos não respondiam, seu corpo era fraco e exausto demais. Ela estava quebrada, e o impacto da morte de seu irmão só aumentava sua sensação de impotência.
- Deixe-me ir! - Ela gritou, mas Thorfinn não se moveu. Ele a manteve ali, próximo de si, sua expressão impassível, como se nada do que ela estivesse sentindo importasse.
Ela sentia o peso da sua dor e raiva, mas tudo o que ele fazia era mantê-la próxima, de forma quase possessiva.
Samira não sabia o que mais fazer. A morte do irmão a destruiu, e agora ela estava nas mãos de um homem que parecia tão frio quanto os vikings que haviam arruinado sua vida. Ela chorava, sem saber o que o futuro lhe reservava, enquanto Thorfinn a segurava, implacável e distante.
Samira, ainda lutando para se soltar, gritou pelo pai, a voz rouca e desesperada, quebrando o silêncio do campo de batalha. Ela chorava sem parar, sua mente sem entender o que estava acontecendo. A dor de perder seu irmão ainda a esmagava, mas a angústia de ver o que restava de sua família sendo destruído era insuportável.
- Pai! Pai! - Ela gritou, a voz embargada pela emoção.
- Não! Não, por favor! -
Ela gritou o nome dele repetidamente, esperando que, de alguma forma, ele aparecesse, que ela pudesse vê-lo mais uma vez, que ele estivesse vivo. Mas, enquanto o som de seus gritos se afastava, a dor só aumentava. Ela já sabia, no fundo, que não havia mais esperança. Mas algo dentro dela se recusava a aceitar.
Foi então que um dos vikings, animado e sorrindo com um prazer grotesco, apareceu correndo em direção a ela. Na sua mão, ele segurava a cabeça de seu pai, que agora estava morta. A expressão do viking era de pura diversão, como se ele tivesse acabado de conquistar uma grande vitória. Ele se aproximou, balançando a cabeça do homem como um troféu, zombando de Samira.
- Olha o que conseguimos, menina! - Ele disse, rindo.
- Seu pai tentou lutar, mas não teve chance. Ele acabou rápido demais. -
Samira olhou para a cabeça de seu pai, que agora estava sem vida, e sentiu seu mundo desabar. A imagem de sua cabeça separada do corpo foi o estopim para o completo colapso. O grito que ela soltou foi mais uma mistura de desespero e dor profunda, como se algo dentro dela tivesse se quebrado de vez.
O peso da perda, a brutalidade do momento, e a visão da cabeça do pai em mãos alheias fizeram Samira perder completamente o controle. Sua mente parecia girar, os gritos abafados pela dor. Ela tentou lutar, mas seus músculos falhavam, seu corpo fraco demais para reagir.
E, em um último suspiro, Samira desmaiou, seu corpo caindo pesadamente contra o chão. A dor, o desespero, tudo se apagou em um instante. O silêncio se instalou enquanto ela caía no vazio da inconsciência.
Thorfinn, que havia permanecido em silêncio observando a cena, a segurou firmemente enquanto ela desmaiava. Não havia mais o que fazer, e ele parecia distante de tudo o que acontecia ao redor. Ele simplesmente a manteve ali, inconsciente, sem se mover.
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