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Levanta-te, Astrid! — vociferou Erik, sua voz cortante como uma lâmina de gelo

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Levanta-te, Astrid! — vociferou Erik, sua voz cortante como uma lâmina de gelo.

Ela sentia o gosto do sangue na boca, o sabor amargo do ferro dominando seu paladar. A dor aguda no joelho a avisava que não era só sua gengiva que estava ferida. O corpo gritava para parar, mas as palavras de Asmund, ao fundo, ainda ecoavam, puxando-a de volta para a luta.

— Vamos, Cat! Sei que consegue! — incentivava ele, sua voz forte como o som de um trovão distante.

Com esforço, ela firmou as mãos no chão áspero, a visão nublada de cansaço e dor. A terra fria do campo de treinamento parecia sugar suas forças, mas o peso da lâmina caída ao lado a lembrava de sua missão. Vacilante, estendeu a mão para a espada, sentindo o peso familiar da lâmina como uma âncora, que a ancorava à realidade de sua situação.

Erik avançava, cada passo pesado como o de uma fera em busca de sua presa. Astrid queria fugir, mas algo dentro dela, algo que nem ela mesma conseguia compreender, a impedia de recuar. A espada do oponente brilhava ao sol de meio-dia, refletindo a luz dourada como uma promessa de vitória. Quando a lâmina passou diante de seus olhos, ela viu seu reflexo — um olhar aterrorizado, mas também determinado, como o de uma guerreira que se recusa a se render.

Então, com uma força que surpreendeu até a si mesma, ela reagiu. O som das espadas ao se cruzarem cortava o ar, alto e feroz, ecoando por todo o campo. Astrid deu dois passos para trás, o chão duro sob seus pés, e Erik avançou implacável, sem hesitar. Os golpes se tornavam cada vez mais rápidos, as lâminas reluzindo e soltando faíscas a cada choque, até que o som de metal contra metal parecia uma melodia selvagem e furiosa.

Erik, ofegante, usava sua altura como vantagem, forçando Astrid a ceder. Mas, com um golpe certeiro, ela enterrou a espada na rocha ao lado da cabeça dele, deixando a lâmina tremendo. Aproveitando o momento, Erik atacou com força o antebraço dela, fazendo-a soltar a espada. Sem dar-lhe tempo para se recompor, ele golpeou a parte de trás do joelho da oponente, forçando-a a cair sobre uma perna.

Antes que pudesse pensar em se levantar, ela sentiu a ponta fria da espada dele encostada em sua nuca, o toque metálico da lâmina trazendo a certeza da derrota. Astrid arfou, imóvel, enquanto Erik a mantinha sob seu domínio, seus olhos brilhando com uma mistura de triunfo e algo mais — algo que ela não queria ver.

O silêncio caiu sobre o campo de treinamento, quebrado apenas pelo som da respiração pesada de ambos, como o rugido do vento no inverno.

Erik estendeu a mão para sua irmã mais nova, mas ela a recusou com um gesto brusco, se levantando sozinha, sem ajuda, os olhos fixos no horizonte.

— Quanto rancor. — disse Erik, com um tom de graça, tentando aliviar a tensão.

— Me poupe das suas piadas, Erik. — respondeu ela, rispidamente, o tom de sua voz cortando o ar.

— Como você acha que é uma batalha, Astrid? — ele perguntou, a frustração transparecendo em suas palavras. — Eles não vão pegar leve com você!

A SOMBRA DA COROAOnde histórias criam vida. Descubra agora