III

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Em algum lugar da aldeia, oculto pelos muros escurecidos e labirínticos dos becos, um dos muitos bares fervilhava com uma atmosfera densa de tensão e animosidade, apesar do som de flautas e tambores que preenchia o ar

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Em algum lugar da aldeia, oculto pelos muros escurecidos e labirínticos dos becos, um dos muitos bares fervilhava com uma atmosfera densa de tensão e animosidade, apesar do som de flautas e tambores que preenchia o ar. No salão reservado daquele lugar, as conversas eram mais pesadas, passando bem além dos comentários sobre as mulheres que circulavam com sorrisos tentadores e seios desnudos, seduzindo e atiçando os presentes.

Phelip ergueu o olhar, tomando o último gole de sua bebida e sentindo o calor do álcool em sua garganta.

— Vocês pelo menos o conhecem? — indagou, levantando-se e pegando uma garrafa. Aproximou-se dos companheiros e encheu os copos deles antes de voltar a se sentar.

Erik fez uma careta amarga, a raiva em sua voz era evidente. — Não. — respondeu. — Tudo o que sei é o que meu pai decidiu contar.

O clima ao redor deles era festivo, e algumas mulheres se aproximaram, rindo e se jogando despreocupadamente no colo dos companheiros de Erik. Ele, porém, rejeitou o avanço de uma terceira mulher, que se juntou às outras, massageando o pescoço de Phelip e sussurrando em seu ouvido.

— E o que exatamente você sabe? — perguntou Paul, visivelmente curioso.

Erik respirou fundo e tragou sua bebida, o amargor do álcool se misturando com o gosto amargo de seu futuro incerto.

— Sei que a rainha morreu ao dar à luz ao tal príncipe — disse ele, finalmente. — E agora, com o rei à beira da morte, esse estranho irá assumir o trono.

Paul e Phelip se entreolharam, as expressões tensas.

— E onde a princesa Astrid entra nessa história? — continuou Phelip, inclinado para frente, enquanto uma das mulheres brincava distraída com seu colar de contas.

Erik desviou o olhar, fixando-o no copo que segurava, sua expressão endurecendo.

— Minha irmã... — respondeu Erik, a voz carregada de amargura, hesitando em continuar. Era como se as palavras lhe custassem a alma.

Um soldado irrompeu na sala sem permissão, atraindo a atenção de todos ali presentes. Ele imediatamente se curvou diante do príncipe, que agora estava de pé, com o rosto endurecido e os olhos exigindo uma explicação.

— Senhor, precisa vir comigo. — A firmeza e o mistério em sua voz cortavam o ar.

— Não vê que estou ocupado? — respondeu Erik, rispidamente.

As várias prostitutas semi-despidas ao redor soltaram risadas debochadas. Era óbvio que o príncipe não estava ocupado com algo que justificasse tal urgência.

— Perdão, alteza... — O soldado pigarreou, tenso. — É a princesa Astrid.

Um nó imediato se formou na garganta de Erik. Sem questionar mais, seguiu o soldado apressadamente. As botas de couro batendo no chão de madeira ecoavam com força, denunciando sua raiva crescente. Sem dizer uma palavra, o soldado apontou para o meio da praça da aldeia, onde um aldeão discutia com uma camponesa.

A SOMBRA DA COROAOnde histórias criam vida. Descubra agora