Jack Daniel 7 parte 1

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Mais notícias ruins da cidade, entro no meu aplicativo de livros no tablet e escolho um dos livros que já estou lendo para terminar

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Mais notícias ruins da cidade, entro no meu aplicativo de livros no tablet e escolho um dos livros que já estou lendo para terminar. A campainha toca e eu tive que largar o que estava fazendo para entender.

Jenny Stone e Abel Stone estão na minha porta com um olhar de desespero e dificuldades para falar.

— Mi... minha filha sumiu — Jenny gaguejou.

— Como assim, Emma sumiu? — Peguei o meu sobretudo no cabide que tem perto da porta e coloquei.

— Nós tivemos uma conversa séria e ela é mimada, sabe? Eram umas seis horas, ela fugiu e não apareceu até agora — Abel falou com desdém.

A mãe está muito mais preocupada com ela do que o pai, parece que ele só está aqui por obrigação, ou porque acha que a filha só estava fazendo uma birra. Olhei para o meu relógio de pulso e vi que eram três da manhã. Birra ou não, isso não é hora para ela estar perambulando na rua.

— Chamaram a polícia? — perguntei.

— Eles disseram que ela é adulta e que deve estar em alguma boate se divertindo, mas Emma não é de fazer isso, eu a conheço — ela disse enquanto soluçava.

— Tem algum lugar que ela costuma ir com mais frequência? — Perguntei.

— Ela ia em uma pizzaria comigo, uma antes de chegar na universidade, mas eu olhei na pizzaria quando ela ainda estava aberta e ela não estava lá — Abel respondeu.

Onde você se meteu, garota? Uma hora dessa, ela não deve ter ido muito longe, não andando. Eu poderia pegar o meu carro, mas isso complica para eu poder olhar com mais atenção nos lugares fechados.

Então, eu fui correndo no meio da noite, as lojas estavam fechadas, os restaurantes também. Ela não está em nenhum desses lugares, ela não se esconderia em um lugar que fosse fácil demais para ser encontrada.

Está tão frio, espero que ela esteja na casa de alguma amiga, e eu nem perguntei para eles sobre isso, mas seria a melhor opção para ela.

Se ela teve uma discussão com os pais e precisava de um tempo, por que não veio para a minha casa? Por mais que eu odeie isso, prefiro vê-la ao lado do Bray do que na rua com algum estranho.

Isso me lembrou o meu pai quando eu era adolescente, ele espancava eu e a minha mãe, mas, diferente da Emma, eu o enfrentava e é claro que tudo ficava ainda pior para mim. Até que, em uma noite, eu resolvi acabar com todo o nosso transtorno.

Estou correndo, olhando em todos os lugares, até dentro de latas de lixo, procurando pela garota que não sabe enfrentar os próprios desafios sozinha.

— Emma — gritei e ninguém me respondeu.

Continuei olhando em outros lugares até chegar à pizzaria onde Emma ia com o pai quando era menor. De fato, está fechada e não tem ninguém.

— EMMA — a chamei de novo.

— Estou aqui — escutei sua voz.

Fui até o beco e lá estava ela no escuro, sentada choramingando, olhei para o seu pé e ele estava vermelho, parece que ela torceu o tornozelo.

— O que aconteceu, pimentinha?

— Eles querem me casar com quem eu não quero, então eu fugi de casa — ela respondeu choramingando.

— Você precisa ir para o hospital, consegue andar?

— Mais ou menos, estou mancando — ela respondeu.

Peguei-a no colo, ela entrelaçou as pernas em volta do meu corpo e eu a levei, estou indo para o hospital andando, não importa se não é perto o suficiente, ela precisa ser cuidada.

Ela me abraçou com força, estava gemendo de dor e também estava tremendo de frio. Apertei-a ainda mais no meu corpo para que se sentisse mais quente.

— Eu não vou deixar que você se case com quem não quer, eu prometo — coloquei a mão na sua cabeça. — Mas não é fugindo como uma criança birrenta que você vai resolver os seus problemas, você é adulta e se tem uma parede na sua frente, quebre-a.

— Eles não me escutam, meu pai sempre está querendo arranjar alguém para mim — ela respondeu.

Ficamos em silêncio por uma boa parte do caminho, eu sinto que ela quer falar algo, mas está quieta, me abraçando forte, sinto sua mão apertar as minhas costas.

— Você vai ficar comigo? — ela sussurrou.

— Já disse que não posso — respondi.

— Você me quer?

Fiquei em silêncio por alguns minutos.

— Descanse, estamos quase chegando — mudei de assunto.

— Eu perguntei se você me quer — ela apertou ainda mais as minhas costas.

— Não podemos ter tudo o que queremos — respondi.

— Então, você quer? — ela insistiu.

— Quero — sussurrei. — Mas não te terei, não irei ficar com você.

Senti quando sua mão foi até o meu pescoço, ela me olhou nos olhos com raiva.

— Então eu vou fazer um inferno na sua vida, não aceito que você me deseje, mas não queira ficar comigo — ela disse irritada.

Tirei suas mãos do meu pescoço e a olhei bem sério.

— Acho que você está enganada, se você continuar insistindo, não estará fazendo um inferno, estará entrando no meu — dei um sorriso sarcástico.

— E como é o seu inferno? — ela perguntou, me olhando bem no fundo dos olhos.

— Não queira saber como ele é, pimentinha — respondi.

Ela deitou com a cabeça de volta no meu ombro e eu continuei caminhando por alguns minutos até encontrar um hospital.

Chegamos a um hospital, eles a colocaram em uma cadeira de rodas e a levaram para dentro de uma sala. Fiquei sentada esperando o retorno do médico e também avisei aos seus pais sobre o ocorrido. Os pais de Emma chegaram e o meu filho estava junto.

— Onde ela está? — Bray me perguntou.

— Está com o doutor agora, estou esperando o seu retorno — respondi.

— Obrigado por ter encontrado ela — Jenny me agradeceu.

— Ela não quer se casar, deixe-a decidir o seu próprio futuro — falei, olhando-a.

Ela olhou para o Abel e ele veio até mim.

— Não irei perturbá-la com isso por enquanto, mas ela já está na idade e uma hora terá que se casar — ele respondeu.

O olhei querendo matá-lo, se ela me disser que ele voltou com essa ideia de casamento, eu mesmo dou um jeito nisso. Vê-la com outro homem e principalmente se casando com quem não quer, eu nunca deixaria isso acontecer. O médico apareceu trazendo notícias da Emma.

— Ela está bem, foi uma pequena torção, em uma semana mais ou menos ela estará andando sem mancar — ele disse.

Isso me deixa aliviado, acho que ela não precisa mais de mim aqui. Vi Bray correndo para dentro da sala depois que o médico terminou de falar.

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