Minha Luz Profana - YinWar

Capítulo 8 - All The Things He Saids

Eu segurava o corpo de Yin com firmeza. A moto estava a uns 70 km/h e essa moto dele era particularmente bem rápida, ou talvez fosse minha falta de costume.

Estávamos subindo as montanhas, rumo ao Templo Na Kuha. Tudo o que eu já tinha visto sobre ele foi apenas em vídeos no youtube, onde as pessoas faziam passeios por todo o lugar, e eu ficava cada vez mais apaixonado por lá, sem nem mesmo ter pisado um dia.

Eu sempre achei a província de Phrae um lugar lindo, por isso meu maior desejo era visitar aqui primeiro, depois vinha Bangkok, até mesmo porque era bem mais distante de onde eu morava.

Era impressionante que quanto mais nós íamos,  a quantidade de verde em volta não diminuía, o cheiro das plantas molhadas era refrescantes, e por aqui não ser um lugar que os turistas vem com frequência, acabava tendo um caminho livre pela maior parte do trajeto, e eu não achava isso ruim, já que eu não era muito fã de multidões, já que na minha cabeça elas sempre estariam dispostas a julgar cada parte minha, e eu estava quebrado demais ultimamente para tentar ser forte agora.

O Templo Na Kuha, mas conhecido como Templo Wat Swuan Kuhha, fica situado em uma planice, é cercado por montanhas por todos os lados, com plantações de arroz tão lindas, que dava para ver o branco em meio a todo o verde pelo qual era adornado. Eu amava o cheiro da natureza, me fazia sentir com a alma livre, eu me sentia leve.

Era lindo, e meu coração ansioso já estava palpitando a mil por hora, e nem mesmo a brisa fresca que soprava o meu rosto conseguia me acalmar. Era um sonho virando realidade. Por mais que esse templo não fosse o mais visitado por todos, eu sempre sonhei poder visitar lá, e eu seria eternamente grato ao Yin por isso.

Quando por fim chegamos ao nosso destino, eu não conseguia conter as lágrimas de felicidade que derramavam pelo meu rosto, e ao me ver sorrindo tão largamente, Yin naquele momento não ficou preocupado e eu pude perceber isso quando ele sorriu na minha direção, porque ele sabia que estava realizando um sonho antigo que eu tinha, e o quanto isso era especial para mim.

As cores aqui eram tão vivas, o cheiro de grama fresca era magnífico, e por mais quente que o dia estivesse, eu não conseguia sentir calor, era como se o vento que passava por nós tivesse me colocado em uma bolha, e aquilo era a definição de paz espiritual para mim. Eu era devoto de Buda, então eu sempre me dediquei a cumprir os méritos, honrar com minhas promessas, e apesar da montanha russa que era a minha vida, eu tentava sempre me manter firme.

Eu tirava foto de cada lugar que passávamos, eu queria deixar tudo registrado além das minhas memórias, era uma forma de provar para mim mesmo que tudo aquilo era real, e que não era mais um delírio da minha mente.

 Quando eu estava caminhando pelos espaços que haviam entre as plantações de arroz para andarmos livremente, eu senti apenas uma mão me segurar firme pelo braço e me puxar. Eu fiquei mais desnorteado, já que medo era a última coisa que eu sentiria, pois eu sabia que ele não deixaria que nada me acontecesse.

— Cuidado, raposinha! - Yin sorriu alto, e quando vi a forma como estávamos próximos, é que me dei conta que quase cai por cima da linda vegetação, o que acabou me tirando uma risada genuína e alegre.

— Eu estou tão feliz que me distrai. - Ele me soltou e coloquei o celular no bolso da minha bermuda.

— Eu notei! Você fica fofo distraído porque está contente! -  Senti meu rosto esquentar, e sorri para disfarçar a timidez que me cercou.

— Obrigado, Yin! Além de me dar o passeio que desejo a anos de presente, você está aqui comigo, mesmo que templos não sejam o seu lugar favorito.

— Irei onde você for, raposinha! Se visitar todos os templos da Tailândia for te deixar feliz, quero estar do seu lado para eternizar em minha mente a imagem de você sorridente!