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Adele

Quando acordo, não flutuo através de camadas cinzentas de penugem
onírica como nos filmes. Eu grito saindo da inconsciência,
impulsionada para cima pelo duro tapa da agonia. Não passo de uma
grande massa pulsante de ossos e músculos. Cada respiração infla meus
pulmões com lâminas de barbear. Debato-me numa tentativa de fugir da dor,
mas mãos grandes e firmes me seguram sobre uma superfície macia.
Um rosnado baixo vibra através de mim. Meu corpo amolece, o som
percorrendo-me e saciando meu pânico, embora eu não saiba por quê. Tenho
boas razões para estar aterrorizada.
Reconheço esse som. Meus olhos lacrimejantes focam no demônio com
suas grandes mãos em meus ombros. Minha visão se clareia e vejo que seu
rosto está próximo ao meu. Ele tem traços semelhantes aos humanos —
olhos, nariz, boca — mas são estranhos e diferentes. Suas sobrancelhas retas
são riscos sobre olhos totalmente negros. Seu nariz é anguloso e reto,
posicionado acima de lábios largos e bem formados. Suas bochechas são
placas de carne esculpidas que descem até uma linha do maxilar afiada. Então
há os dois chifres grossos e negros que se espiralam de suas têmporas,
emoldurando os lados de seu crânio. As pontas são afiadas o suficiente para
me eviscerar com um movimento de sua cabeça se ele quiser. Ele é bonito e
aterrorizante ao mesmo tempo.
Ele me diz algo com um rosnado profundo, e suas presas aparecem nos
cantos de sua boca. Suas presas afiadas, brilhantes e brancas. Encho meus
pulmões e grito apesar da dor que isso causa ao meu corpo. Tento me afastar
rolando, mas ele é mais forte e me imobiliza com muita facilidade.
Ele vira a cabeça e fala. Um movimento no canto do meu olho chama
minha atenção. Outro rosto se inclina perto de mim, mas este rosto é
horripilante e terrivelmente alienígena.
Reptiliano.
Este ser é algo entre um lagarto e uma cobra. Olhos amarelos me fitam de
uma cabeça grande e bulbosa, olhos arregalados de choque, então algo
sombrio e calculista muda em seu olhar enquanto ele me estuda. Seu nariz é
achatado. Ele não tem lábios, apenas uma fenda larga como boca. Seu rosto é
verde e, em vez de cabelos, manchas de verde mais escuro cobrem sua cabeça
calva.
Sua cabeça gira em um pescoço grosso, e sua voz é uma confusão de silvos
e sons escorregadios. Eu me debato contra o demônio que me segura,
chutando e arranhando como se minha vida dependesse disso. Talvez
dependa. Não me importo com a agonia ardente que atravessa meu corpo. É
secundária quando comparada a fugir do monstro.
O demônio late uma ordem. Ele se inclina sobre mim, prendendo meus
braços e pernas com seu corpo muito maior, e me pressiona contra o colchão.
Uma mão grande cobre minha bochecha e vira minha cabeça para expor meu
pescoço. Não importa o quanto eu lute, não consigo me mover contra seu
puro peso e poder.
Ele me segura imóvel enquanto o monstro reptiliano pressiona algo contra
meu bíceps. Sinto uma picada e meu corpo se enche de tranquilidade líquida.
Todas as dores e incômodos desaparecem. Meus braços caem ao meu lado e
eu relaxo, sem me importar que o demônio e o monstro ainda pairem sobre
mim.
Meus ossos são macarrões moles. Meus músculos são inconsequentes.
Flutuo logo fora do alcance do terror que me dominava, e não me importo.
Nada pode me tocar no espaço em que estou. O demônio rosna algo mais
para ele. O réptil traz uma arma prateada e a coloca atrás da minha orelha.
Ele aperta o gatilho. Um baque ecoa pela minha cabeça, mas felizmente, não
há dor. Apenas um eco que atravessa a massa oca dentro da minha cabeça.
O demônio segura minha bochecha em sua palma e vira minha cabeça para
que ele possa olhar para mim. — Você pode me entender agora, pequena
ômega?Minha boca se abre. — Voxê fala inglix agola? — Minha língua está morta
na minha boca e não consigo formar as palavras corretamente.
As sobrancelhas retas do demônio caem sobre seus olhos cor de carvão. —
Você deu soro demais a ela! — Sua voz estrondosa floresce através de mim,
tingida de agitação e raiva, e eu deixo o tom afundar em meus ossos como se
fossem bolhas macias.
Meus olhos vagam pela pele carmesim do demônio. Meus dedos se
contraem com a vontade de passar por todos aqueles deliciosos músculos
salientes dos braços antes que eu franza a testa. Eu não deveria querer fazer
isso, mas por mais que eu tente, não consigo lembrar por que isso é tão
importante.
— Tive que estimar a dose. Fique tranquilo, ela não sente dor alguma, meu
senhor — diz o réptil antes de olhar para mim com olhos amarelos
cintilantes. Não gosto da forma como ele me olha, como se eu não fosse uma
pessoa, mas uma coisa. O olhar desaparece quando o demônio se vira para
ele.
— Possu entendel voxêtamém — digo. Engraçado, quando também posso
ouvir os cliques e sibilos do réptil ao fundo. — Eu tenhu duas vozex naminha
cabexa.
Eu deveria estar aterrorizada que meu cérebro tenha parado de funcionar
corretamente. Nada faz sentido. Essas criaturas não deveriam existir e eu não
deveria ser capaz de entendê-las tão claramente. A não ser que eu tenha
morrido na erupção solar e esteja no submundo. Isso explicaria por que um
demônio está me olhando como se quisesse me devorar viva. Ainda assim,
não entro em pânico como acho que deveria. Meu corpo e meu cérebro estão
dormentes. Deliciosamente dormentes.
O demônio se volta para mim, seus olhos, escuros como carvão,
percorrendo meu corpo. O calor do seu corpo se funde com minha pele
através da palma que segura minha bochecha. Minhas narinas se dilatam com
o cheiro de couro. Viro minha cabeça em direção à sua palma e inalo. O
aroma emana de sua pele e enche meus pulmões.
Minha mente e corpo podem estar dormentes, mas meu estômago se
contrai de maneira estranha. Uma cãibra fraca puxa profundamente dentro do
berço dos meus quadris antes de se soltar, e uma pulsação correspondente
explode entre minhas pernas. Umidade escorre entre minhas coxas, e um
doce aroma de flor de macieira se eleva ao meu redor.
Uma ruga aperta minha testa.
—Vooocê teeem floooress? — Falar é muito difícil com o tamanho da minha língua. O músculo preenche minha boca e
gruda no céu da boca de tão seco.
Um movimento sobre o ombro do demônio chama minha atenção. Outro
demônio está atrás daquele que me roubou naquele cavalo feito de fogo. Ele é
tão grande e imponente quanto o demônio que me segura como se eu pudesse
quebrar. Onde este tem cabelos pretos como breu, o novo demônio tem
cabelos azul-elétrico que fluem sobre seus ombros e descem até a metade das
costas. Seu cabelo está trançado em grossas mechas, com contas douradas
entrelaçadas por toda parte.
—Como está a ômega? — O outro demônio dá um passo em minha
direção, e os lábios do meu demônio se retraem. Um rosnado soa de seus
lábios, profundo e intimidador. Seu corpo incha, ficando maior e mais
musculoso em um instante. Seu peito se estufou com deliciosas ondulações e
saliências, e seus bíceps são mais grossos que minhas coxas. Isso faz o
demônio de cabelo azul recuar ao mesmo tempo em que um calor lânguido
percorre meu corpo.
—Calma, Rif. Não vou machucá-la. Ela também é preciosa para mim —
diz o demônio.
Então Rif é o demônio que cheira a pecado e couro. Seus ombros caem,
mas ele se contrai, como se tivesse domado uma fera dentro dele. —
Desculpe, Stef. Acho difícil controlar meus impulsos.
Os olhos de Stef se enchem de admiração e fogo enquanto ele se aproxima
lentamente de mim, como se não pudesse acreditar no que está vendo.
Minhas narinas se dilatam quando o cheiro de cedro se mistura ao de couro.
—Isso é compreensível, irmão. Diga-me onde você a encontrou.
Rif olha para mim, e eu mergulho em seus olhos escuros. —Ela estava nos
fogos purificadores sem seus protetores.
Stef rosna e seus olhos relampejam. Meu estômago se contrai daquela
maneira doce que me faz sentir quente e flutuante.
—E uma ômega que se parece com... ela. Sozinha? — Outro demônio
entra pisando forte pela porta para ficar ao lado de Stef. Seu olhar percorre
meu corpo da cabeça aos pés como se estivesse me despindo e me
reconstruindo em algo novo. Algo que não consigo nomear. O cabelo deste
demônio é branco-prateado e cai como uma cascata de seda sobre seus
ombros largos. Sândalo se mistura com cedro e couro, e o aroma faz minha
boca salivar.
Eu me encolho com o tremor de apreensão que me invade por estar cercada por tantos músculos. O ar praticamente vibra com testosterona. Ou talvez isso
esteja vindo apenas do demônio enorme aninhado ao meu lado.
— Está tudo bem, ômega. Eles são meus irmãos de vínculo, Stef e
Jaetvard-Jet. Seus companheiros agora. Eles nunca vão te machucar — diz
Rif, gesticulando para um colosso, e depois para o outro.
Não confio em uma palavra que ele diz porque os dois demônios para os
quais ele aponta me olham como se quisessem me machucar. Tenho certeza
de que querem me morder e me mastigar. Definitivamente não me faz sentir
mais segura.
Não entendo o que ômega significa. Ou o que são irmãos de vínculo. Mas
minhas preocupações escorregam pela minha mente como óleo. Em vez
disso, me pergunto como seria a pele deles contra a minha. Parece aveludada,
quase como camurça. Levanto minha mão pesada, curvando meus dedos em
torno do grosso bíceps de Rif. Ele é quente. Quase quente demais, mas o
calor do seu corpo penetra minha pele, enviando arrepios diretamente entre
minhas coxas. A umidade escorre do meu centro novamente, encharcando
minha calcinha enquanto o desejo espirala por mim, inebriante em sua força.
Produzo saliva na boca enquanto me mexo na cama. — Rif?
Suas narinas se dilatam quando outra nuvem de flor de macieira paira ao
nosso redor. — Adoro meu nome em seus lábios, ômega. Meu nome
completo é Rhifgraugdk Thorvaldsson. Stefnan, Jaetvard e eu somos os
principais senhores da guerra de Rjúkaland, e nós governamos todas as almas
que vivem aqui.
Rif sorri para mim-um sorriso de predador misturado com calor e ternura e
possessão incandescente, tudo enrolado em um simples levantar daquela boca
luxuriosa. Seus caninos aparecem entre seus lábios carnudos que são de um
carmesim mais escuro que o de sua pele. Eu caio naquele sorriso, tombando
de cabeça para baixo por um túnel sem fim, mesmo quando percebo que ele
tem belos lábios. Lábios carnudos que quero beijar e passar minha língua por
eles e varrer minha língua através deles para provar sua boca quente, úmida e.
. . que diabos há de errado comigo?
Chamas tremulam sob minha pele e eu respiro fundo, trêmula, me
perguntando de onde vêm esses pensamentos. Essas necessidades. O ar está
tingido com aromas de couro, cedro e sândalo que obscurecem todo o resto.
Eles enchem meus pulmões, e meu coração bate como um martelo contra
uma bigorna, me fazendo esquecer que nunca reagi assim a homem algum.
Mas ele não é um homem, é? Ele é um demônio, e eu deveria ter medo de todos eles.
Meu corpo não recebeu o memorando. O calor sobe por mim. Meu centro
se contrai enquanto o desejo queima entre minhas coxas. Acho que posso ter
me sujado, mas Rif dá uma olhada para minha pelve, seus olhos negros se
arregalando antes de dizer: — Deixe-nos, D'Kali.
—Mas... Sire... Se eu pudesse apenas obter uma amostra do sangue dela —
diz o lagarto verde, D'Kali. Ele agita seus dedos com pontas de garras como
se não quisesse deixar seu último experimento. Entendo aquele olhar, porque
é o mesmo que eu tenho quando observo um lote de células sob meu
microscópio quando sei que estou prestes a descobrir algo que pode mudar o
curso da história humana.
O réptil me quer numa placa de Petri porque sou algo para ele dissecar.
Algo para cutucar e examinar. Um corpo sem mente ou sentimentos ou pele
que sangra quando cortada. Um enigma que ele pretende explorar, não
importa o custo.
—Uma amostra? Por quê? —pergunta Stef, franzindo as sobrancelhas.
Algo se contrai dentro de mim ao ouvir o tom áspero de sua voz. Se já ouvi
um aviso, foi esse, mas o réptil parece alheio.
O monstro lagarto gesticula para minha forma prostrada. —Posso garantir
que ela não fique doente. Ela é uma ômega. Vocês não podem arriscar que A
Morte chegue a ela...
—Não! —sussurro. A Morte? Puxo o ar bruscamente, me encolhendo para
longe do réptil e me aproximando de Rif tanto quanto meu corpo pesado
consegue se mover, minha pele se arrepiando enquanto o olhar oleoso de
D'Kali percorre meu corpo. Não quero que aquele ser chegue perto de mim.
Os demônios são predadores, mas o réptil me despedaçará sem pensar duas
vezes. Não sei onde estou ou como vim parar aqui, mas a parte restante da
minha mente entende isso.
Jet ruge e avança para D'Kali, elevando-se sobre ele enquanto cresce em
volume. —Saia! —Sua voz faz tremer a cama sob mim.
—Não é sábio se interpor entre alfas e sua ômega —diz Stef, cercando
D'Kali pelo outro lado.
D'Kali hesita por um momento, e quando seus olhos amarelos se estreitam
em minha direção antes de ele se virar, sei que sou um alvo. Ele escorrega
para fora do quarto, fecha a porta atrás de si, e me torno o único foco de três
pares de olhos intensos. Minha vagina se contrai. A luxúria se ergue sobre
mim, inundando meu corpo com uma onda de calor intenso.
—O qu... —Tento falar, mas minha mente não passa de melaço. O que
quer que D'Kali tenha feito comigo afundou profundamente em meus ossos.
Oscilo entre uma excitação intensa e deitar numa poça dos meus próprios
ossos liquefeitos.
Stef cai de joelhos ao lado de Rif, tocando minha bochecha, meu braço,
minha coxa. Sua mão continua se movendo como se ele não conseguisse
decidir onde pousar ela. Ou talvez ele queira me tocar por inteiro de uma vez
e uma parte de mim não seja suficiente.
Jet move-se para o meu outro lado e eles me cercam como fizeram com
D'Kali, mas a diferença é que meu corpo está em chamas sob a intensidade
deles, enquanto D'Kali estava enfurecido.
Jet estende a mão para mim. Sua mão treme, pairando sobre mim como se
ele não pudesse acreditar que sou real.
— Cuidado com suas garras, Jet. Ela é frágil — Rif late.
Jet sibila e as longas garras negras na ponta de seus dedos se retraem antes
que ele feche o punho e se afaste. Arrepios percorrem minha pele enquanto
uma dor pulsante repentina floresce em mim. Eu gemo, minhas próprias mãos
tremendo enquanto as coloco sobre meu estômago.
— Ela precisa do seu toque também, Jet. Toque-a e alivie sua dor, irmão —
Rif rosna.
Jet engole em seco. Ele estende a mão para mim novamente, hesitante, mas
à medida que se aproxima, a pulsação dentro de mim diminui. Eu suspiro
quando sua mão desliza ao longo da minha cintura com um toque leve. —
Não sei como você veio parar nas chamas purificadoras, mas juro matar
quem quer que tenha sido tão descuidado com alguém tão preciosa quanto
você.
— Não preciosa — eu ofego.
Um rosnado ressoa de seu peito, fazendo-me prender a respiração porque.
Aquele. Som.
— Ômega, você é preciosa além da compreensão. — Ele desliza os dedos
sobre minha cintura, logo abaixo dos meus seios, fazendo meus mamilos
endurecerem como pontas de diamante. Eu empurro meus seios para cima
como se algo necessitado dentro de mim tivesse assumido o controle.
A dor piora quando Rif coloca sua palma na minha coxa e Stef curva sua
grande mão sobre meu quadril. Não há razão para que eu deva arder pelo
toque deles, mas eu ardo. A maneira possessiva como eles me seguram faz
meu interior brilhar. Tudo em que consigo pensar é em querer que eles me
toquem onde mais preciso.
—Como? — eu engasgo, precisando me forçar a pensar em outra coisa em
vez dos insuportavelmente deliciosos toques deles.
Eu não deveria querer ser tocada por demônios. Deveria me repugnar, mas
o oposto é verdadeiro. É contra o meu bom senso, mas sou atraída por todos
eles de uma maneira que nunca experimentei antes. Não faz sentido algum,
mas mesmo sabendo disso, não impede a excitação que percorre meu corpo.
Os olhos de Rif se fixam em mim e sua mão curva-se sobre o quadril
oposto ao segurado por Stef. Garras longas, negras e letais marcam levemente
minha roupa antes que ele as retraia para as pontas dos dedos. — Você está
entrando no cio porque seu corpo reconhece seus alfas. Seremos levados ao
cio também se você continuar cheirando tão tentadora, mas você não está em
condições de embainhar nossos membros. Ainda não. Não da maneira como
precisaremos possuí-la para torná-la nossa.
O melaço em minha mente gagueja até parar enquanto um frisson de calor
borbulha através de mim. Suas palavras agem como se fossem drogas,
penetrando em mim e fazendo o calor se erguer através do meu corpo. Minha
boca saliva enquanto seus dedos continuam a roçar minha pele, cada carícia
mais hipnotizante que a anterior.
—Não . . . ômega . . . humana —consigo engasgar. Eu os quero. Não! Eu
quero voltar para a segurança do meu laboratório familiar. A confusão me
domina enquanto outra onda de calor faz o suor brotar na minha testa.
—Sim, você é, minha fêmea. Você é toda ômega. —As sobrancelhas de Jet
se franzem e uma ruga se forma entre elas. —Mas você está com dor. Só vai
piorar se o seu cio não for aliviado.
Uma névoa se forma dentro da minha cabeça. Entendo as palavras que ele
fala, mas não o significado. O calor ferve dentro das minhas veias, buscando
um ápice fora do meu alcance. Uma cólica lateja no baixo ventre e eu gemo.
Eu me contorço e me retorço na cama, querendo algo que não consigo
nomear. —O que é cio?
A testa de Stef se franze ainda mais. —Não existem ômegas de onde você
vem?
Um soluço alto escapa de mim, meu corpo tremendo enquanto minha
boceta pulsa desconfortavelmente. Eu não entendo do que eles estão falando.
Não sei o que está acontecendo comigo, mas a dor entre minhas pernas está
aumentando. Minha visão oscila como se eu fosse desmaiar. —N . . . não.
A mão de Stef acaricia meu rosto e eu inclino minha bochecha em seu toque. Sua palma é um bálsamo calmante para o fogo que explode dentro de
mim. Ele pragueja baixinho antes de voltar olhos insondáveis para mim. —
Você é uma ômega. Nossa metade perfeita. Você está entrando no cio porque
somos seus alfas. Seu corpo reconhece o nosso e nos deseja. Isso é simples
biologia. Se não aliviarmos seu sofrimento, só vai piorar.
Suas silhuetas ficam embaçadas. Ainda não sei o que ele quer dizer, mas
meu estômago se contrai novamente, tão forte que grunho e me enrolo em
uma bola. Braços fortes me erguem da cama, e sou aninhada em coxas
grossas. O cheiro de couro de Rif me envolve, e parte da dor cegante
magicamente se dissipa.
—Minha ômega. Você vai nos deixar tocá-la e aliviar seu sofrimento? —A
voz de Rif penetra através da dor cintilante que percorre meu corpo. Meus
músculos se tensionam enquanto me inclino à beira de outra cólica. Um filete
de suor escorre pelas minhas costas e eu me esforço em antecipação à dor que
está chegando.
Eu choramingo e agarro meu estômago, cravando os dedos na minha carne
como se isso fosse conter a cólica. Os dedos de Stef percorrem minha
bochecha e sob meu queixo. Ele inclina minha cabeça e meus olhos se abrem.
—Olhe para mim, ômega. Deixe-nos aliviar sua dor. Por favor.
Seu belo rosto alienígena preenche minha visão, e eu me agarro à
preocupação que vejo em seu rosto. Stef mantém a mão sob meu queixo,
enquanto a outra acaricia minha coxa. Jet se ajoelha na minha frente, e
minhas coxas se separam como se eu não tivesse controle sobre elas. Um
doce aroma de flor de macieira flutua ao meu redor.
—Hmm, ômega. Seu cheiro . . . O polegar dele percorre minha coxa
interna, quase chegando à junção entre elas, enquanto suas narinas se dilatam.
Meu clitóris pulsa e a umidade escorre do meu centro. Eu grito quando minha
boceta incha com uma necessidade latejante.
O aroma de sândalo faz minha boca salivar. A mistura de cedro e couro
está se tornando meu cheiro favorito. A dor diminui, dando lugar a uma onda
de excitação que encharca as coxas musculosas de Rif. Eu nunca fiquei tão
molhada por um homem, muito menos por três. Mas eles não são homens,
são demônios. Demônios transformando meu interior em desejo líquido.
Minhas pernas se abrem, dando a Jet acesso ao meu centro, mas sua mão
permanece na minha coxa. Seu polegar acaricia minhas pernas cobertas pela
calça jeans em círculos que me enlouquecem e fazem minha excitação
disparar. O polegar de Rif provoca a parte inferior dos meus seios e o toque
de Stef sussurra ao longo da minha cintura.
Eu quero que eles me toquem onde eu mais anseio. Preciso das mãos deles
em mim. Dos dedos deles dentro de mim. Mas suas mãos provocam longe
demais de onde eu queimo por eles.
—Use suas palavras, ômega. Deixe-nos dar a você o alívio que seu corpo
anseia. Deixe-nos cuidar de você como seus alfas deveriam. — A voz de Rif
é baixa e rouca. Cheia da mesma tensão enrolada que percorre meu corpo.
Abro ainda mais as pernas e inclino os quadris, pronta para fazer qualquer
coisa para aliviar a queimação. Eu arqueio as costas sobre o apoio sólido do
braço de Rif e empurro meus seios em oferta. Não entendo de onde vem esse
nível de excitação, mas dói demais para me importar. Preciso que essa dor
acabe, preciso que eles me toquem, e de alguma forma isso é o que faz mais
sentido. Minha língua está grossa demais para dizer muito, então digo a única
palavra que consigo. —Por favor.

Reivindicada pelos Senhores da Guerra Bárbaros. 001Onde histórias criam vida. Descubra agora