Prólogo

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Desde que nós, seres humanos nos damos por indivíduos, temos uma das únicas certezas da vida, enquanto vida que é a de que estamos fadados à morte, porque sim, ela é uma ação natural do universo, assim como o nascimento e por mais doloroso que seja pensar sobre, somos obrigados a conviver com o peso de saber que nós e quem amamos, iremos partir algum dia. No entanto...

Eu não fui uma dessas pessoas, as que aceitam esse curso natural da vida. E eu não sei viver o luto, dou-me por vencido ao perceber que eu realmente não sei viver ou superar completamente a morte, a morte de quem amo.

Meu pai se foi quando eu tinha apenas doze anos de idade, e eu queria poder dizer que eu não tinha idade o suficiente para entender o que estava acontecendo. Eu tinha. Jovem demais para conviver com a morte e maduro o suficiente para entender que uma das pessoas que eram mais importantes pra mim, nunca mais voltaria.

Digo a você que não foi fácil, porque eu me vi num poço sem saída e por muitas vezes, muitas vezes mesmo quis desesperadamente subir para a superfície mas eu não pude, "a vida continua". É o que todos dizem. E continua, só que eu não sofro menos.

As pessoas deveriam deixar de impor que tudo aquilo que não podemos mudar, devemos aceitar. Eu convivo com isso mas não sou capaz de esquecer. Porque para mim é como se eu traísse a memória dele e como eu poderia? Ele era o meu herói. Ele não era perfeito e eu sei que não e ainda sim de toda forma, perdê-lo fez com que eu esquecesse de mim.

Eu não merecia viver aquilo tão novo. Experimentei lascas do inferno e não aceitava que justo comigo aquilo tinha acontecido. Era injusto demais.

Desde então, além de minha tão amada mãe, jamais consegui doar sentimentos à alguém ou me abrir de fato para uma relação. Nunca mesmo. Tive casos e coisas tão casuais que sequer mexiam direito com meu corpo, quem dirá chegarem perto do meu coração.

Há quem diga que soa irônico isso tudo pois sou músico...E como posso eu ser artista e nunca ter vivido experiências, as que componho? Bem, não as vivo, as idealizo. O amor romântico é como nos livros, não é? Diga-me que sim ou serei eternamente frustrado.

Eu não vivo, tampouco achei que poderia abrir meu coração mas não sou menos sonhador por isso. Só estou hibernando para o amor. É, é esse o ponto!

E eu achei mesmo que gostar tanto de alguém ao ponto de simplesmente esquecer a racionalidade não pudesse ser verdade. Não, não e não! Isso é mentira...ou era.

E foi quando eu conheci ele, que tudo mudou. Não pretendia mas eu caí como um patinho no encanto dos olhos mais felinos, do nariz mais bonito, da boca mais beijável e o rosto mais angelical que conheço. E foi numa cabeleira loira ambulante que eu sucumbi.

Eu desacreditava da paixão e do amor mas você mudou isso em mim e eu sou grato por além de me fazer sentir como nas nuvens, me trazer de volta ao meu ser e à vida.

Porque Park Jimin...

Você é a causa da minha euforia.

Jeon Jungkook.

Euforia | JJK x PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora