Gato no Escritório

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Izuku Midoriya não conseguia acreditar no que havia feito. A adrenalina ainda pulsava em suas veias enquanto ele tentava processar a cena que acabara de viver. Como ele foi capaz de dar um soco em Katsuki Bakugou, seu chefe, o homem que todos temiam? A vergonha e o arrependimento se misturavam em sua mente, mas o que o deixaria mais atordoado era o que aconteceu logo depois.

Ele não sabia como ou por que, mas algo dentro dele se rompeu quando a tensão alcançou seu pico. Seu corpo, como se não obedecesse à sua vontade, começou a mudar. Um formigamento percorreu sua espinha, e ele viu suas mãos se transformar, os dedos encurtando e tornando-se patas pequenas e fofas. Seu cabelo, antes bagunçado, se reorganizou em um pelinho macio, e suas orelhas se tornaram arredondadas e felinas, saltando para cima de sua cabeça.

Izuku olhou em pânico para o chão e viu que suas pernas estavam agora curtas e desajeitadas. Ele tentava, desesperadamente, voltar à sua forma humana, mas não havia nada que pudesse fazer. Já não era mais o Izuku. Agora, era um filhote de gato. Pequenino, com olhos grandes e assustados, e uma pelagem verde macia que mais parecia algo saído de um conto infantil.

- Não, não, não! Isso não está acontecendo!- pensou em pânico, olhando suas patas, tentando desesperadamente se recompor. Mas era inútil. Ele estava preso naquele corpo fofo e pequeno. Ele nunca, em toda sua vida, imaginou que algo assim fosse possível.

Sentindo-se completamente exposto e vulnerável, Izuku se encolheu sob a mesa. Não podia permitir que Bakugou o visse assim, não desse jeito. Ele sentiu uma onda de vergonha e desespero, sabendo que o maior pesadelo dele se tornara realidade.

Foi então que a porta do escritório se abriu, e Izuku congelou. Os passos de Bakugou, pesados e decisivos, ecoaram pela sala. Izuku ficou paralisado, seu coração batendo forte demais para ser ignorado. Ele estava tão pequeno agora, tão frágil.

O homem entrou no escritório com a postura arrogante que sempre o caracterizava, os olhos em um foco distante, mas parou abruptamente assim que o pequeno gato verde chamou sua atenção. O olhar de Bakugou se fixou no felino, e ele franziu a testa, sem entender de imediato o que estava vendo.

Izuku, encolhido e tremendo, observou Bakugou se agachar, uma expressão de confusão e curiosidade tomando conta de seu rosto.

Bakugou logo pegou o pequeno filhote de gato nos braços, olhando para ele com um misto de irritação e confusão. Ele tinha encontrado o bichano encolhido perto de sua mesa, parecendo perdido e assustado.

"O que diabos um gato estava fazendo ali, no escritório?"

- Tsc, que porra é essa? - resmungou Bakugou, franzindo a testa enquanto o pequeno gato miava baixinho.

O filhote era surpreendentemente pequeno, com o pelo verde macio que brilhava sob a luz do escritório. Seus grandes olhos verdes estavam arregalados, cheios de medo e nervosismo, mas havia algo nele que chamou a atenção de Bakugou. Ele parecia... familiar.

- Quem diabos trouxe você aqui? - murmurou Bakugou, ainda segurando o filhote como se fosse um problema que ele precisava resolver rapidamente.

Ele olhou ao redor, mas o escritório estava vazio. Todos os funcionários já haviam saído, exceto por ele e... bom, ele achava que Midoriya ainda estava por ali, mas o nerd tinha sumido fazia um tempo. Bakugou suspirou, irritado consigo mesmo por se preocupar com aquilo. Ele era um lobo, um alfa, alguém que não tinha tempo para cuidar de filhotes, fossem eles humanos ou felinos.

- Agh, agora vou ter que cuidar dessa merda. - Ele bufou e olhou para o gato, que agora se aninhava em seus braços, aparentemente mais calmo.

O pequeno animal tremia levemente, mas seus olhos brilhavam com uma inteligência que incomodava Bakugou.

- Você tem sorte de ser fofo, desgraçado. - Ele rosnou, mas sua voz tinha um tom mais baixo, quase suave.

Com um movimento brusco, Bakugou levou o filhote até sua mesa. Ele colocou o gato sobre o tampo de madeira e se abaixou, ficando cara a cara com ele. O filhote o encarou de volta, a cauda balançando timidamente.

- Certo, ou você é algum mascote perdido ou alguém trouxe você pra cá sem me avisar. - Bakugou estreitou os olhos. - Se foi o Denki, juro que ele tá morto.

O filhote deu um miado suave, quase como se estivesse tentando responder, e Bakugou franziu o cenho. Ele passou uma mão pelo cabelo loiro, irritado com o quão surreal tudo aquilo parecia. Ele não tinha paciência para lidar com gatos, ainda mais no meio do expediente.

- Tá, tanto faz. Vou descobrir de onde você veio depois. - Ele pegou o gato de volta no colo, segurando-o com cuidado, embora não admitisse isso nem para si mesmo.

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